Ages and Stages: Tom Jones Celebra 60 Anos de Carreira em São Paulo
Publicada em 20, Apr, 2024 por Marcia Janini
Na noite da última quarta-feira, 17 de abril, Tom Jones realizou show da turnê Ages and Stages em única apresentação no Espaço Unimed, com início às 21h00.
A linda canção "I´m Growing Old", abre a apresentação acompanhada apenas pela firme condução do piano, em tonalidades abertas para o andamento suave, emoldurando a potência vocal e diferenciada de Tom Jones.
"Not Dark Yet" na deliciosa cadência do pop rock com acentos no rockabilly, bem determinada pela linha melódica apresentada pelo timbre rascante e contínuo da guitarra, surge bem pontuada pela bateria cadenciada e pelo baixo grooveiro em doom.
Remontando aos primórdios da carreira, "It´s Not Unusual" de 1964, surge em nova roupagem traduzindo um dos maiores sucessos do cantor, onde a sonoridade caribenha surge por meio da percussão dos atabaques que remetem ao merengue, aliados à sanfona e ao violão em dedilhados e acordes suaves, quase displicentes, trazendo momento de rara beleza na perfeita releitura para este grande clássico.
Trazendo na sanfona, o delicioso acento country "What´s New Pussycat?" embalada pelo solapados dos violões, tem como contraponto o perfeito contrabaixo acústico e a bateria em uma diferenciada e suavizada percussão.
A releitura para o clássico country "The Windmills of Your Mind" de Michael Legrand, traduz no piano bem temperado com acordes de notas em suspensão na introdução grande profundidade, emoldurando a apaixonada performance de Tom, que explora em seu timbre vocal grave modulações de grande efeito estético. Apoiando a força do refrão surge o cadenciado firme dos tambores, em sonoridade que remonta ao tribal celta. Impactante momento do show!
Após o belíssimo solo introdutório da guitarra blueseira em afinação alta e linha melódica densa, "Sexbomb" surge em toda sua ousada beleza, evoluindo para uma melodia arrojada, com os rascantes acordes da guitarra aliadas à força do baixo em groove e da bateria em acompanhamento constante. Breaks estratégicos apoiando a letra e a arrebatadora performance vocal de Tom Jones, surgem próximas às conversões ao refrão, determinando charme extra à composição. Great!
Trazendo samplers em minimal dos sintetizadores na introdução, acompanhado pelo firme cadenciado da pulsante bateria "Popstar" (Cat Stevens) traz mais uma canção na deliciosa cadência do folk rock, onde elementos do soul e do country se fundem numa melodia vigorosa e suavemente dançante. Nota para mais um grande momento da performance de Tom, emprestando um colorido todo especial à letra simples.
Em mais uma marcante releitura "Green Grass of Home", delicada balada clássica do universo country traduz no teclado hammond que permeia chamosamente a melodia o diálogo com a guitarra em dedilhados suaves, para outro bom momento da apresentação.
Difuso, o contrabaixo traz na introdução todo o vigor dinâmico do country rock para "One More Cup of Coffee", canção de andamento ralentado. Explorando atmosfera densa, a bateria segue trazendo esparsos breaks que apoiam o refrão. No contraponto, o baixo dialoga perfeitamente com o solapado country do violão.
Trazendo o gostoso acento da viola country na introdução, a guitarra surge em dedilhados profundos e grande suavidade, para a introspectiva "Across the Borderline." Cadenciada, a bateria se alia à sonoridade blueseira da guitarra em riffs altos e ao baixo, que auxilia na manutenção do andamento cadenciado, denso, para mais uma canção de extremo gosto estético.
Em aliterações, a bateria de "Across the Borderline" realiza cíclicos e dinâmicos movimentos desde a introdução, suavizando o andamento para emoldurar com cirúrgica precisão o fraseado vocal ágil de Tom Jones, que aponta ousada semelhança ao rap, em meio à imponente jam session de fundo, determinada pelos ruflares da exímia bateria em junção à guitarra de riffs altos e ao groove explorado pelo baixo, traduzindo inusitado momento à apresentação. Na finalização, o impactante solo da blueseira guitarra ganha o apoio da frenética bateria, em explosão dinâmica. Amazing!
Trazendo a beleza do vocal diferenciado de Tom em toda sua incrível extensão, em meio à poderosas modulações, "Opportunity to Cry" acompanhada apenas pelo teclado hammond em tonalidades etéreas e pela união entre o contrabaixo acústico rascante e a guitarra, denota momento muito especial da apresentação.
Na cadência do country clássico, o ponteio das violas segura a força vibrante do vocal firme de Tom Jones em sua brilhante performance para a letra de "Talking Reality Television Blues" emoldurado com propriedade pelo piano em tonalidades densas. Mais um momento marcante do show!
Com forte apelo nas raízes do blues "I Won´t Crumble With You I You Fall" apresenta a guitarra que explora nas rascantes tonalidades introdutórias aura de profundidade, logo quebrantada pelo segundo movimento da melodia, que irrompe na sanfona malemolente em sonoridade que explora o delicioso acento latino do merengue, em uma melodia deliciosente vibrante, dançante, demonstrando todo o talento e ousadia dos talentosos músicos da banda de Tom. Great!
Remetendo ao rock progressivo, em "Tower of Song" surge a bateria em esparsos e cadenciados acordes, em diálogo com o moto contínuo do teclado hammond, em tonalidade minimal. Apresentando a cíclica estrutura em rondó, mais um momento especial do show surge na brilhante execução desta complexa melodia, onde a guitarra e o baixo explodem em acordes de notas encadeadas nas terminações de estrofes. A perfeita interpretação de Tom determina mais um importante momento, onde o fraseado vocal de efeito e modulações inusitadas surgem em toda sua irreverência. Amazing!
Além destas canções, gratas surpresas como "You Can Leave Your Heat On", a releitura para o r&b pop "Kiss" (Prince) e Johnny B. Goode (Chuck Berry) foram reservadas ao setlist, que privilegiou várias fases da carreira de Tom Jones.
|