The Future Past: Iron Maiden em São Paulo
Publicada em 08, Dec, 2024 por Marcia Janini
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Na noite do último sábado, 07 de dezembro, o Iron Maiden realizou mais um show de sua tour mundial "The Future Past" no Allianz Parque, para o segundo dia de apresentações da passagem da banda por São Paulo.
Abrindo as apresentações da noite, a energia e vitalidade dos dinamarqueses do Volbeat, banda formada por Michael Paulsen, Rob Caggiano, Kaspar Boye Larsen e Jon Larsen traz a força do hard/heavy em uma apresentação criativa, enérgica e repleta de momentos felizes e bem elaborados.
Terceira música apresentada "Sad Man's Tongue" traz na introdução a fluidez do country em solapados ágeis das guitarras de Paulsen e Caggiano ascendendo em variação dinâmica para o peso do metal, em riffs dedilhados altos que conduzem o andamento vertiginoso, apoiado com propriedade pela bateria de Jon Larsen.
Explorando linha melódica que traduz a junção do hard rock a elementos do blues e punk, "Black Rose" traduz um bom momento do show, apoiando o vocal cheio de energia do vocalista Michael Paulsen.
Por volta das 21h00, a execução da gravação da canção "Doctor Doctor" (UFO), um grande clássico do proto heavy, antecede o eletrônico sinfônico "Blade Runner (End Titles)" de Vangelis, que auxilia na consolidação da aura de alerta para a entrada de Iron Maiden, que finalmente ocorre ao som de "Caught Somewhere in Time" uma canção repleta de variações dinâmicas, bem pontuadas pelos belíssimos solos das guitarras dedilhadas de Janick Gers, Dave Murray e Adrian Smith, em intenso diálogo na ponte entre estrofe e refrão.
Para este show, a banda traz um conceito mais clássico em cenotécnica, utilizando luzes em tons neon criando aura cibernética, futurista e os (a cada dia mais raros) cicloramas em tecido, ambientando os vários cenários para contar a estória do álbum. Simples e direto!
Intenso, Bruce Dickinson traduz grande energia no fraseado vocal, explodindo em modulações precisas e de grande efeito. Em cadenciados perfeitos alternando com a exímia agilidade costumeira o baterista Nicko McBrain fez desta uma performance mais que especial.
Avançando em movimentos cíclicos, muito bem determinados pelo cadenciado constante da bateria, "Stranger in a Strange Land" de andamento ralentado, traz no vocal a precisão da letra, bem apoiada pelas cordas: viscerais!
Após a merecida homenagem ao baterista Nicko, que anunciou sua aposentadoria, a banda continua ao som de "The Writing on the Wall" uma canção suavizada, de letra reflexiva, onde a bateria predomina no diálogo com o baixo de Steve Harris em doom. Na finalização, glissandos das guitarras de Gers, Murray e Smith em afinação alta encerram a melodia...
Após "Days of Future Past", repleta de variações dinâmicas na míni-suíte heavy, surge a clássica "The Time Machine" canção de 1986, onde as guitarras trazem em semi-colcheias encadeadas toda a agilidade do rápido andamento, interrompido em aliterações e dissonâncias calculadas pela bateria cadenciada, sinalizando novo movimento da música.
Para "The Prisoner" uma canção de andamento frenético, onde a perícia técnica da bateria de McBrain em afretados constantes e conversões nada óbvias se alia à perfeição da linha melódica explorada pelas guitarras, surgem cromatismos e glissandos de efeito. No contraponto, o baixo em dub dialoga com a bateria, auxiliando na manutenção da cadência desenvolvida. Amazing!
Atlético, Dickinson surge cheio de flexibilidade para a execução desta canção, trazendo mais uma vez a indelével marca do grande frontman, em uma performance vocal profunda, cortante e direta, onde os versos da canção expressam toda a urgência contida na letra de "Death of the Celts" aliada ao leve crescendo do instrumental na finalização, que contou com mais um petardo sonoro do solo exímio da guitarra melódica de Janick Gers. Great!
Após a execução de um dos grandes hits "Can I Play With Madness", surge a intensa "Heaven Can Wait" mais uma canção com aura de hino heavy, convidando o público a cantar junto o vibrante refrão, terminado em vocalizes.
Para "Alexander the Great" com introdução em marcha no ruflar dos tambores da bateria, surge mais uma canção repleta de atitude no fraseado vocal, onde as guitarras em encadeados riffs altos se aliam à bateria de conversões precisas e ao baixo em contraponto.
O grande hit "Fear of the Dark" é executado e o estádio se ilumina para recebê-lo, seguido pelo clássico petardo "Iron Maiden", canção que toma de empréstimo o nome da banda, pesada, trazendo a crueza da bateria em cadenciado intenso e guitarras rascantes, determinando mais um momento privilegiado da apresentação, finalizado com solo do grooveiro baixo de Harris. Traz ainda a divertida performance do mascote Eddie em trajes medievais. Amazing!
O show caminhou para seus instantes finais no bis com as execuções de "Hell on Earth", "The Trooper" e "Wasted Years", encerrando a memorável noite.
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