Simply Red Comemora 40 Anos de Carreira em São Paulo
Publicada em 16, Mar, 2025 por Marcia Janini
No último sábado, dia 15 de março, o Allianz Parque em São Paulo recebeu o Simply Red para mais um show da turnê comemorativa dos 40 anos de carreira, com início às 21h00.
Subindo ao palco ao som do jazz de "Sad Old Red", com o belíssimo trabalho do sax tenor na finalização, seguido por "Jericho", que apresenta em standard o preciosismo vocal de Mick Hucknall passeando por tessituras guturais e ascendendo para agudos de afinação ímpar, em meio ao grooveiro baixo no contraponto à bateria cadenciada e aos solapados acordes da guitarra de Kenji Suzuki, se traduz a cadência marcante do r&b, suavemente dançante... Na finalização, intenso diálogo entre o trompete e o dedilhado fluido da guitarra. Amazing!
No momento seguinte "Money"s Too Tight (To Mention)", acende o público, trazendo o delicioso acento dançante da new wave à apresentação.
Em seguida, a emblemática "The Right Thing" ganha os ares, em mais uma inspirada performance da banda, trazendo a bateria alquebrada permeada com graça pelo baixo em doom, em um swing super dançante e descontraído.
"A New Flame" expõe a velada sensualidade dos metais, traduzindo elementos do soul e gospel ao cadenciado da bateria, onde os teclados de Dave Clayton exploram com maestria acordes em standard aliados ao baixo grooveiro, em mais um grande momento da apresentação.
Trazendo o funk melody em sua essência na releitura de "It's Only Love Doing Its Thing" (Barry White), os solapados das guitarras em correspondência ao baixo em dub step, se aliam aos teclados de condução firme, traduzindo elementos do charme. Emoldurando a brilhante performance vocal de Hucknall, a bateria em cadência suave e constante traduz o pulsar da melodia. Great!
Para "You've Got It", a delicadeza do acompanhamento suave da bateria de Roman Roth e da guitarra contrapõem-se à potência do vocal de Mick. Nas conversões ao refrão, o sax tenor de Ian Kirkham brilha em intensos solos, imprimindo sofisticada aura à balada.
Determinando o acento gostoso do groove no contrabaixo acústico que se apoia no incrível trio de metais, especialmente no impecável clarinete, surge a complexa "Enough", explorando métrica diferenciada no fraseado vocal e nas linhas melódicas adotadas pela guitarra, em cromatismos intensos... Mais um importante momento do show!
Após o ponto alto trazido pela dorida "If You Don't Know Me By Now", clássico da carreira na releitura para canção de Melvin & The Blue Notes, surgem mais grandes hits da carreira nas execuções de "For Your Babies" e "Stars", entoadas em uníssono pelos presentes, em intensa sinergia palco/plateia. Amazing!
Em "Thrill Me", mais um petardo soul surge, com a brilhante condução da bateria firme na manutenção do andamento ralentado. Perfeitos, os metais entram trazendo rascantes profundos, liderados pela intensidade das variações dinâmicas trazidas pelo diálogo entre sax tenor e trompete. Com graça, os teclados surgem emoldurando com propriedade a melodia, apoiando a força do refrão. Great!
Mais uma melodia pautada no soul/ funk melody "So Beautiful" traduz delicada aura de romantismo. Sobressaindo, o trompete de Kevin Robinson indica à melodia suave certa aura de arrojado dinamismo, sugerindo a urgência apaixonada da letra.
Grooveira, a guitarra solapada introdutória se alia aos metais para a execução de "Never, Never Love", em mais uma belíssima performance vocal de Mick Hucknall, traduzindo nos agudos vocais belíssimos vibratos nas terminações e modulações precisas, de grande efeito estético.
Rememorando o hit de 1998 "Say You Love Me", mais uma linda balada pautada no r&b, esta surge permeada de elementos do charm, trazendo instantes brilhantes do show no instrumental precioso da banda, exímia na condução e manutenção da cadência, que apoia o vocalista com precisão. Digno de menção o afinadíssimo coro em cânone nos refrões. Lindo momento!
Numa imponente releitura, surge mais um grande hit da carreira, desta vez para clássico de Albert Hammond, a linda balada "The Air That I Breathe", trazendo todo o brilhantismo e talento do intérprete, que explora tessituras medianas e agudos intensos com tamanho virtuosismo, em modulações complexas e variações dinâmicas de grande efeito. Impactante!
Na sequência, "You Make Me Feel Brand New" (The Stylistics) traz mais um ovacionado e aguardado ponto do show, onde o brilhantismo do timbre diferenciado e a potência vocal de Mick pairam com intensidade.
Encerrando a apresentação as dançantes "Fake", "Sunrise" e "Fairground", canções de meados da década de 1990, trazendo o acento gostoso da dance music, no encontro entre o soul e o eletrônico.
Para o momento do bis, foram reservadas as canções "Something Got Me Started" e o grande hit "Holding Back The Years" (The Frantic Elevators), encerrando em grande estilo a memorável noite.
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