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Banquete de Signos: Zé Ramalho traz o Cancioneiro Regional à São Paulo

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Publicada em 02, Mar, 2024 por Marcia Janini


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Na noite do dia 1º de março, com início às 22h45, o Espaço Unimed recebeu mais um show da turnê de Zé Ramalho.

Ao som da Sagrada Escritura dos Violeiros, tem início o espetáculo, trazendo nova roupagem, densa, tétrica, na cadência forte e contundente da percussão, que remonta à sonoridade indígena nacional, fazendo sobressair os versos de domínio público.

"Tá Tudo Mudando" explora a sonoridade popular dos anos 70 em uma melodia roqueira, bem determinada pela bateria em condução perfeita e conversões nada óbvias, apoiadas aos arranjos poderosos da guitarra em solapados vigorosos e ao charme do sax tenor, que permeia com graça a melodia, trazendo um delicioso acento latino à composição.

Romântica, a nova roupagem da introdução onde o sax tenor brilha em arranjos poderosos para o sucesso "Kryptônia" onde os arranjos precisos da melodia emolduram com propriedade a letra reflexiva. Perfeito!

Beira-Mar" surge trazendo elementos da sonoridade mediterrânea remetendo aos solos de derbak árabes, na junção com a firmeza do martelo e da zabumba do forró clássico, em cíclica estrutura de rondó, em mais um grande hit da carreira de Zé Ramalho, que empresta carga extra de dramaticidade em seu fraseado vocal, num dos pontos altos do show.

"Entre a Serpente e a Estrela", uma das mais belas poesias do cancioneiro nacional, também surge em nova versão, apresentando maior dinamismo nos arranjos da firme bateria, em um primoroso diálogo com os metais suavizados em relação à versão original. Mais um impactante momento da performance vocal de Zé Ramalho, com destreza e fluidez ímpares, em modulações de estilo. Grande momento!

Emendando mais um clássico dos primórdios da carreira na ágil cadência do frevo, "Táxi Lunar" surge trazendo descontração com a frenética bateria em intenso diálogo com o baixo em dub e o perfeito metal determinado pelo sax tenor.

Trazendo o galope certeiro bem determinado pelas brilhantes zabumbas do forró pé de serra, surge "A Terceira Lâmina" onde a letra crítica e ácida rende-se ao charme e malemolência do forró, com o delicioso tempero que só o nordeste brasileiro produz. Arrematando o conjunto desse folclórico arranjo, o som dos pífanos marcam as conversões ao refrão com qualidade cirúrgica em medley e andamento frenético para "Banquete de Signos", onde o forte apelo do aboio de vaquejada, a zabumba e os triângulos dominam e apimentam a finalização da melodia.

"Aquelas Ondas" uma melodia suavizada com o acento suave e clássico do pop romântico, traz suaves acentos roqueiros no diálogo difuso entre percussão e cordas, trazendo o baixo no contraponto. Em mais um brilhante momento de sua performance individual, o sax tenor empresta aura jazzística à composição.

Trazendo acentos diferenciados em seu violão de aço, Zé Ramalho repleto de sua forte personalidade, com domínio de palco e sinergia ímpar com seu público, inicia a introdução diferenciada para mais uma canção de sucesso: "Avôhai". Os teclados hammond ambientam a canção na década de 70, em meio ao forte instrumental cadenciado da zabumba na percussão. Perfeito!

Após a execução do hit "Vila do Sossego", que traduz a influência forte do aboio em seu fraseado vocal ágil e saboreia os versos da poética e ácida letra em uma trova moderna, surge mais um sucesso na execução da linda e clássica "Chão de Giz".

Determinando o sensual e delicado acento latino do calipso na percussão dos atabaques introdutórios em diálogo com os pífanos, surge "Garoto de Aluguel" em inspirada releitura, onde os preciosos arranjos traduzem elegância e sofisticação ímpares à letra densa, de conteúdo crítico e irreverente. Mais um impecável momento do performático Zé Ramalho, denotando a justa profundidade à composição, com arremate de vocalizes na finalização.

Após a execução de "Vida de Gado", um dos maiores sucessos da carreira, "Frevo Mulher" ecoa pelos ares convidando à dança e a descontração, na cadência festiva e frenética do frevo.

Em uma noite marcada por clássicos, constaram também do setlist que privilegia várias fases da carreira do cantor "Gitã" e "Medo da Chuva" (Raul Seixas) em inspiradas releituras, expondo a verve roqueira de Zé Ramalho para esta noite de celebração ao talento e carisma de um dos mais importantes expoentes da música nacional.


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