Men at Work relembra clássicos 80´s em São Paulo
Publicada em 24, Feb, 2024 por Marcia Janini
Na noite da última quarta-feira, 21 de fevereiro, a banda australiana Men at Work retorna aos palcos após hiato em sua carreira, trazendo apenas Colin Ray da formação original, para show em única apresentação no Vibra São Paulo.
"Touching the Untouchables", uma canção de andamento ralentado que explora sonoridade folk delicada, contrastando com a força da percussão cadenciada e permeada com graça pelos riffs dedilhados da guitarra melódica e pelos arranjos do sax tenor, inicia a apresentação por volta das 21h30.
Trazendo o pop rock com influências nos anos 80, de andamento ágil bem pontuado pela bateria, "No Restrictions" chega trazendo jovial linha melódica, determinada pelos teclados. Nota para o divertido diálogo entre flauta e baixo, entremeada pelo forte coral.
Na introdução, apenas voz e violão para "Come Tumblin´ Down", que ascende vertiginosamente na deliciosa cadência "on the road" do soft rock. Explorando linha intrumental firme, a guitarra e o baixo determinam em conjunto com a bateria cadenciada o andamento da melodia. A força do refrão abrilhanta e coroa de exito a composição.
Em mais uma melodia surgida no bojo do pop rock, "Can´t Take This Town" chega trazendo breaks estratégicos sustentando a forte letra para um groove moderno, onde o baixo malemolente sobressai, em intensa correspondência com a bateria. Afretando na finalização e explorando suaves variações dinâmicas e maior agilidade no andamento, a percussão apoia também o belíssimo sax tenor em arranjos nada óbvios e repletos de ousadia, surgindo como um dos grandes momentos da apresentação. Amazing!
Relembrando um dos grandes sucessos dos anos 80, a delicada "Down By the Sea", uma balada suave com acentos no progressive rock, traz a energia do diferenciado vocal de Colin Ray, em uma interpretação firme, com modulações de grande beleza estética, demonstrando um pouco do grande talento e carisma do intérprete.
Permeado com graça pelos efeitos do sintetizador em intenso diálogo com o baixo blueseiro e o sax tenor, ao mesmo tempo conduzidos com maestria e brilhantismo pela talentosa Sheila Gonzalez, traduz mais um momento todo especial do show. Na finalização, impactante solo de bateria. Great!
Outro aguardado hit surge na execução de "Everything I Need", uma canção ensolarada, de andamento ralentado, permeada com graça pelos teclados hammond. Guitarra, baixo e violão de aço determinam a deliciosa influência do folk. Nas conversões ao refrão, vocalizes e modulações precisas de Colin Ray surgem acompanhadas em uníssono pelos fãs, em mais um momento especial da apresentação.
Explorando a cadência gostosa e suavemente sensual do reggae, "Blue for You" traz mais um momento de descontração, determinada pela bateria em condução precisa, e pelo groove poderoso do baixo. A percussão suavizada, em interessante diálogo com o teclado, encerra os ingredientes sonoros para uma composição suave e bem construída.
Mais uma canção pop com suave acento folk, "I Can See It in Your Eyes" traz nos sintetizadores e na força do marcante refrão o mote para mais uma canção de letra reflexiva e melodia ralentada, em que a bateria explora muitos recursos e variações dinâmicas profundas, em uma condução perfeita, de conversões nada óbvias, mantendo a constância do andamento com propriedade e emoldurando o vocal preciso de Colin Ray para o esmerado instrumental da banda.
Trazendo elementos do progressive rock 70´s nas alternâncias de andamento, "Dr. Heckyll & Mr. Jive" surge trazendo ares de grande hino do rock, em uma melodia que explora nos efeitos robóticos do sintetizador deliciosa aura futurista. Firme, o coro do refrão encerra a melodia em mais um bom momento do show.
Após a densa e reflexiva "No Sign of Yesterday" com o apoio dos sintetizadores em acordes de notas em suspensão e uma interpretação mais que especial de Colin Ray, dividindo os vocais com sua carismática backing vocal peruana Cecília Nöel e trazendo mais um espetáculo à parte nos solos de baixo e sax da finalização, surge o grande hit "Who Can It Be Now?", em um dos mais aguardados momentos da noite.
Mais uma canção descontraída, com o apelo forte do jazzístico sax tenor permeando com graça a melodia "Underground" chega trazendo aura roqueira nas guitarras rascantes e ágeis, com o preciso baixo no contraponto e a bateria em firme condução, mantendo a cadência e o andamento, para mais uma interpretação cheia de estilo de Coling Ray. Amazing!
Na cadência deliciosa do reggae surge "Catch a Star" seguida por "Upstairs in My House" e "Overkill", um dos grandes clássicos da carreira do Men at Work.
Também presentes no setlist da apresentação grandes hits como "It´s a Mistake", "Down Under" e "Be Good Johnny", além de "Into My Life", canção da fase Colin Ray Band da carreira no início dos anos 90, finalizam a memorável noite.
|