Modern Primitive: Septicflesh em São Paulo
Publicada em 28, Oct, 2023 por Marcia Janini
Na noite de quinta-feira, 26 de outubro, o Fabrique, casa noturna localizada na zona oeste de São Paulo, recebeu a banda grega de death metal sinfônica Septicflesh, em única apresentação, para mais um show de sua turnê Modern Primitive.
Abrindo a apresentação, a banda paulistana Adverse, formada em sua maioria por mulheres, sobe ao palco às 20h00, trazendo uma apresentação dinâmica e repleta de peso, sob a égide do vocal poderoso e visceral de Jaque Albino e a bateria de Juliana Novo, veterana no cenário metal/ dark.
Em seguida os argentinos Charlie B, David Balboa e Javier Arcos da banda metalcore In Element, sobem ao palco por volta das 21h00, trazendo o vigor de um instrumental forte, com elementos de punk e heavy em suas composições, além de flerte aberto com sonoridades street, como o trap e o latino reggaetón, denotando aura pop às canções.
O Septicflesh sobe ao palco às 22h00, ao som de "Portrait of a Headless Man", que traz grandiloquente introdução, onde o forte instrumental apoia o contundente vocal de Sotiris Vayenas em uma composição repleta de variações dinâmicas, muito bem pontuadas pela exímia bateria e pelo baixo de Spiros Antoniou, em dub no contraponto.
Para "Pyramid God", surge mais um grande momento na apresentação, onde o preciso diálogo entre guitarra rítmica e guitarra melódica exploram cromatismos em dedilhados de agilidade e condução técnica ímpares. Cadenciada, a bateria de Kerin Lechner se alia ao baixo em doom, na firme manutenção do andamento.
Em" Neuromancer", uma balada diferenciada, o andamento ralentado determinado pelas guitarras rascantes, na junção com a bateria de conversões diferenciadas, traduz aura tétrica à melodia. Com a força do vocal gutural de Vayenas, este surge como um dos momentos mais ousados e inusitados da apresentação, onde delicados samplers muito bem adotados por Christos Antoniou, em ambientação melodiosa, traduzem certa suavidade ao enorme peso dinâmico. Great!
Em mais uma criativa e diferenciada canção, a bruta "The Vampire from Nazareth" traz nas guitarras rascantes e no fraseado vocal, a urgência de uma letra intensa, brilhantemente interpretada.
Em "Hierophant", a condução perfeita da bateria cadenciada em evoluções de grande efeito sonoro se une com perfeição aos rascantes glissandos da guitarra melódica de Christos Antoniou e ao baixo, em diálogo intenso de dinâmica alucinante. Traduzindo tonalidade toda especial à melodia, a bateria afreta em agilidade e perícia, extraindo sonoridade intensa e ágil... Great!
Em um dos momentos mais aguardados do show "Martyr", uma melodia que apresenta ágeis guitarras rascantes, contrastando com o cadenciado firme da bateria e o fraseado vocal ralentado em gutural de Sotiris, traz ainda melodia incidental em andamento marcial, com vocalizes melodiosos, denotando forte dramaticidade à canção. Amazing!
Em mais um momento de intensa participação do público e sinergia palco/platéia, "Prometheus" traz a bateria em saltos, aliada à guitarra melódica em dedilhados precisos e técnicos de Christos e à guitarra rítmica em rascantes intensos. Em mais um impactante momento vocal de Sotiris Vayenas, a intensidade surge em modulações e vocalizes de difícil execução, denotando toda a versatilidade e técnica refinadas do intérprete.
Constaram também da apresentação "A Desert Throne", "Communion" e "Persepolis", com "Anubis" e "Dark Art", encerrando a noite.
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