1o. dia de Rock Brasil 40 Anos
Publicada em 29, Mar, 2022 por Marcia Janini
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O Memorial da América Latina em São Paulo, no último domingo 27 de março, abre suas portas para o maior festival dedicado ao rock nacional dos últimos tempos, o "Rock Brasil 40 Anos", que em 5 dias de apresentações trará o que de melhor se produziu no estilo.
Subindo ao palco às 16h00 e abrindo o primeiro dia do festival, a banda Plebe Rude apresenta-se com Clemente (Inocentes), dividindo os vocais, trazendo toda a irreverência e acidez do punk rock, em cançôes icônicas, como
"Brasília", que embalaram toda uma geração de jovens na década de 1980...
Firme e sempre carismático no vocal, Clemente empresta todo seu charme paulistano para os brasilienses da Plebe, numa perfeita fusão entre ousadia e velada rebeldia.
Para "Anos de Luta", o andamento ralentado denotado pela bateria cadenciada e baixo em dub traduzem a indignação da letra em relação ao sistema capitalista e à indústria do entretenimento, em meio às guitarras rascantes....Mais um bom momento do show!
A divertida "Luzes" surge em fidedigna versão à gravação original, levantando o público.
Com uma introdução pesadíssima, num
riff de guitarra primoroso, seguindo a cadência gostosa do hard rock "A Serra" apresenta ainda acordes encadeados da bateria, num ruflar dos tambores em cascata, remetendo ao tribalismo indígena, num caldeirão de grandes influências sonoras, emoldurando a letra crítica.
A suavizada "A Ida", densa e reflexiva, traduz um ponto de ligeira introspecção na apresentação, onde à letra ácida se alia o instrumental cadenciado.
Em mais uma primorosa execução, "A Censura" surge trazendo toda a aura de indignação juvenil dos anos 80, revelando-se mais atual que nunca... O diálogo entre as frenéticas guitarras e a bateria em perfeitas conversões surge como mais um grande diferencial, num dos mais celebrados momentos da apresentação.
Após a execução da pop "Este Ano", que traz na finalização marcha que contrasta com o restante da melodia, surge a clássica "Sexo e Karatê", incendiando o público.
Para "Medo", uma verdadeira avalanche sonora, guitarras encadeadas em riffs altos em frenético diálogo com o andamento desenvolvido pela bateria, além da potência vocal de Clemente...
Encerrando a excelente passagem da banda pelo palco, o grande hit "Minha Renda", inusitadamente, traz vinheta de sua apresentação no programa do Chacrinha na década de 1980, inserindo-a na execução em uma fusão perfeita!!! Histórico registro!!!
Após a introdução inspirada nas viagens psicodélicas de The Who e a execução de "Baba O' Riley", surge a execução de "Sua Proteção".
"Pátria Amada" (Inocentes) é executada ma sequência, homegeando uma das maiores bandas do punk nacional... Um verdadeiro hino de celebração ao movimento! Perfeito!
Encerrando em grande estilo, o maior sucesso "Até Quando Esperar".
Subindo ao palco às 18h00, o Biquíni Cavadão traz sucessos como "Impossível", denotando a forte e cadenciada percussão aliada ao potente vocal de Bruno Gouveia...
"Janaína" chega trazendo uma bossa soul na cadência swingada, seguida pela romântica "Quando Eu Te Encontrar".
Para "Múmias", surge uma versão suavizada, explorando a cadência do pop rock, em um andamento malemolente e gostoso... que em crescendo apresenta acordes vigorosos, traduzindo todo o peso da letra, em mais uma boa interpretação de seu front man...
Após homenagem à capella na execução de "O Bêbado e a Equilibrista", o show prossegue com "Vento Ventania", animando o público, um pouco tolhido pela chuva, em um dos maiores momentos de sinergia entre palco e platéia. Lindo de se ver!!!
Para a versão de "Carta aos Missionários" (Uns e Outros), reforço de bass deixa a melodia com maior peso e vigor dinâmico.
Na sequência, mais um cover de sucesso "Camila, Camila" (Nenhum de Nós), puxa a literalmente coincidente "Chove, Chove" (versão da banda para clássico de Jorge Ben Jor na década de 1970), que mostra versão revisitada, mais descontraída.
Para o grande hit "Timidez", reforço de bass na percussão traduz maior peso. O descontraído diálogo entre as guitarras e o baixo no contraponto emolduram a clássica letra, em um dos melhores momentos do show.
Trazendo a cadência contagiante do surf rock, em medley com "Satisfaction" e "Smoke on the Water" a banda busca prosseguir com
sua apresentação em meio à imperiosa chuva, que fustiga os presentes.
Mais covers surgem nas versões encadeadas de "Smells Like Teen Spirit" (Nirvana), "Back in Black" (AC/DC) e "Enter Sandman"(Metallica).
Para o hit "Zé Ninguém", maior vitalidade, numa belíssima interpretação da banda... Lindo momento, onde o público responde entoando os versos da canção em uníssono... Amazing!
Subindo ao palco às 19h30, o Paralamas do Sucesso inicia seu show ao som de "Vital e sua Moto".
Na sequência a reggaeira "Ska", com seus indefectíveis metais, em andamento frenético, dançante.
Mais uma canção descontraída "Lourinha Bombril", traz elementos do ragga nas conversões, onde à firme percussão percebemos os metais a permear toda a melodia, irrompendo em deliciosa fanfarra na conversão ao refrão.
Após reflexivo momento na execução de "Track, Track", surge a ácida "O Calibre", na junção com o fraseado vocal e a cadência do rap.
Continuando a apresentação, a letra crítica de "Selvagem/ Polícia" surge emoldurada pelo forte e potente instrumental da bateria cadencida, aliada ao baixo no contraponto e às enfurecidas guitarras distorcidas.
Em uma versão dançante e swingada "Mensagem de Amor" surge traduzindo grande diferencial na apresentação.
Em mais momentos introspectivos, a balada "Cuide Bem do Seu Amor", traduz aura delicada e suave à apresentação, seguida pela linda "Aonde Quer Que Eu Vá", e "Lanterna dos Afogados", em fidedigna versão aos originais, permeada pelo diálogo entre teclados e metais, num belíssimo trabalho do instrumental... Great!
Para as inspiradas releituras de clássicos do soul de Tim Maia em "Gostava Tanto de Você" no medley com "Você", surge a deliciosa e swingada cadência do reggae, antecedendo a híbrida "O Beco", que explora em sua melodia elementos do ska e do rock numa primorosa fusão.
Aproximando-se da finalização de sua passagem pelo palco do festival, uma interessante releitura para "A Novidade", trazendo elementos das cirandas e do maracatu nordestinos, em uma versão super dançante e criativa, antecedendo o grande hit "Alagados".
Os metais introdutórios da ensolarada "Uma Brasileira" e o andamento da canção surgem um tanto acelerados, traduzindo nova dinâmica ao som... Mais um grato momento do espetáculo...
Para os hits "Caleidoscópio" e "Meu Erro" mais momentos especiais da apresentação, encerrando em grande estilo o show. Amazing!
Subindo ao palco para encerrar as apresentações da noite, o Capital Inicial principia sua participação ao som de "Passageiro" (versão para "The Passenger" de David Bowie), seguida pela emblemática "Ao Meu Redor".
"Depois da Meia Noite", na cadência do pop rock, explora no fraseado elementos das soboridades street como o rap, em uma canção fluida e descontraída...
A urgente "Vendetta" traz riffs altos das guitarras encadeadas, permeadas pela firme condução da bateria, na cadência do rock de linhas hard, em uma canção deliciosa, com peso e dinâmica nas medidas certas.
Trazendo o delicioso swing da música eletrônica na introdução, "Todas as Noites" surge deliciosamente modernizada e dançante. Dinho Ouro Preto brilha na execução desta faixa, cheio de bossa e carisma. Genial sacada!
Para "Tudo o Que Vai", essa reflexiva e linda balada, mais um bom momento do show, antecedendo o feliz retorno aos primórdios da carreira ao som de "Leve Desespero".
Suavemente, chega a versão para "Primeiros Erros", clássica releitura para a canção de Kiko Zambianchi, em um dos pontos altos da apresentação, em mais uma inspirada performance de Dinho.
A banda, que comemora exatos 40 anos, realiza reminiscências ao executar canções de sua fase junto ao Aborto Elétrico e também composições de Renato Russo na Legião Urbana, como "Tempo Perdido", "Veraneio Vascaína", "Música Urbana" e "Natasha".
Além dessas canções, grandes hits de sucesso como "Fogo", "À Sua Maneira" e "Eu Vou Estar" constaram do seleto repertório que privilegiou todas as fases da carreira da banda, numa verdadeira celebração, coroada com a descontraída e efusiva "Vamos Celebrar".
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