One On One: Paul McCartney em São Paulo
Publicada em 16, Oct, 2017 por Marcia Janini
Na noite do último domingo, 15 de outubro, o Allianz Parque recebeu mais um show da turnê One On One de Sir Paul McCartney.
Com início às 21h00, as clássicas "A Hard Day´s Night" e "Can´t Buy Me Love" levantam o público em fidedignas versões na deliciosa cadência do twist 60´s.
Trazendo duas canções de sucesso de sua carreira com os Wings na animada execução de "Junior´s Farm" e da progressiva "Jet" com suas intensas variações dinâmicas bem emolduradas pela constante e firme condução da bateria apoiando o forte refrão, McCartney e banda apresentam mais pontos importantes do espetáculo.
Após "Got To Get Into My Life", mais um grande clássico na cadência do rockabilly, surge a perfeita "Let Me Roll It", blueseira, com acordes preciosos da guitarra e condução cadenciada da precisa bateria. Introspectiva, apresenta os delicados elementos da sonoridade progressiva nos arranjos do teclado Hammond, permeando as conversões com charme. Na finalização a incrível jam instrumental para "Foxy Lady" (Jimmy Hendrix) trazendo a fúria da correspondência das guitarras distorcidas e a aura psicodélica ao show! Grande momento!
A dinâmica "I´ve Got a Feeling" em acordes ágeis e precisos das guitarras dedilhadas, evoluindo para maior densidade instrumental, emoldura com precisão o vocal de McCartney. A finalização com explosão instrumental no diálogo entre guitarras e baixo encerra com graça o grande momento do show.
"Nineteen Hundred and Eighty-Five" traduz a sonoridade mista dos anos 80 na perfeita fusão entre a soul music bem pontuada pelo piano e o pop rock. Esparsos samplers robóticos dos sintetizadores auxiliam na composição da aura futurista. Digno de menção o baixo em perfeito contraponto à bateria alquebrada, em conversões nada óbvias.
Trazendo instrumental com elementos do progressive rock em profundas variações de andamento e cadência sobre a cíclica estrutura da melodia, surge mais um lindo e inspirado momento da performance de Paul na execução de "Maybe I´m Amazed"... Amazing!
Após mais um clássico da era Beatles com a execução de "We Can Work It Out", surge a linda balada country "In Spite of All the Danger", composição dos primórdios da carreira dos Beatles ainda sob o nome de The Quarrymen em momento introspectivo da apresentação, trazendo o lindo coro das vozes em cânone.
Demonstrando mais clássicos na execução da batida rancheira de "Love Me Do" seguida pelo romântico bolero de "And I Love Her" e pela suave "Blackbird" na cadência do country, surgem mais bons momentos do show.
Abrindo bloco de canções do novo álbum apenas sob a execução da voz e violão de McCartney surge a brilhante balada "Here Today", seguida pela grandiosidade da orquestral "Queenie Eye" traduzindo em seus clássicos arranjos inegável toque de modernidade, em mais uma grande melodia para a letra de refrão forte.
Com delicioso toque standard a canção "New" sobressai em precisos acordes das guitarras na deliciosa cadência da bateria de andamento constante, apoiando o suave porém firme vocal de Paul McCartney em uma melodia descontraída.
Mais clássicos surgem com as execuções de "Lady Madonna", "Eleanor Rigby" e "I Wanna Be Your Man".
Um dos instantes mais emocionantes da noite ficou por conta da emblemática "Something" com a inusitada e criativa introdução de Paul na condução de um ukelele ascendendo para a métrica original da canção, clássica e grandiosa na simplicidade de seus acordes. Em lindo momento de total sinergia da banda e do astro com seus fãs, todo o estádio entoa em uníssono a letra da música. Impressionante!
Após a densa "A Day in the Life" com os belíssimos arranjos de "Give Peace a Chance" como música incidental em inspirado medley, trazendo aura festiva à apresentação surge a alegre "Ob-La-Di, Ob-La-Da" traduzindo no marcante teclado o apoio para a manutenção da dançante cadência determinada pela bateria.
Grande sucesso da carreira com os Wings a marcante "Band On the Run" na cadência do rock progressivo, repleta de grandes variações dinâmicas de efeito, é sucedida pela roqueira "Back in the U.R.S.S.", em um dos momentos mais explosivos da apresentação. Impactante!
Para a linda "Let it Be" o estádio se ilumina com as lanternas dos milhares de celulares do público ante a condução firme de Paul no bem temperado piano, além de sua inspirada performance vocal, marcando ponto de rara beleza no show. Brilhante!
Trazendo a densidade trovejante desenvolvida pela bateria na introdução surge a explosiva "Live and Let Die" num complexo trabalho da cenotécnica, composto por vários canhões de fogo localizados junto ao proscênio além da dispersão de fogos de artifício, totalizando um grande show pirotécnico que aliado à privilegiada iluminação entre spots e lazers encerrou um dos mais complexos efeitos visuais já vistos em uma apresentação!!! Impactante!!!!
Após a lindíssima e inspirada execução de "Hey Jude" com a intensa participação do público com seus cartazes erguidos onde se liam os vocalizes da canção, Paul e banda retiram-se para voltar em breve, continuando a festa com o bis que trouxe "Yesterday", "Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band", "Helter Skelter" e "Golden Slumbers" entre outros sucessos, encerrando com propriedade a histórica apresentação.
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