Após Hiato na Carreira, Quiet Riot se Apresenta em São Paulo
Publicada em 27, Nov, 2016 por Marcia Janini
Após cerca de duas décadas distante dos palcos brasileiros e pausa de aproximadamente oito anos em suas atividades, uma das bandas ícones do heavy metal nos anos 80/ 90, o Quiet Riot realiza show em única apresentação no Carioca Club, em São Paulo.
Iniciando a noite às 18h00 com a boa abertura realizada pela banda Highlander, veterana no circuito das casas de rock paulistanas, grandes clássicos do hard rock e classic metal puderam ser apreciados em covers cheios de energia por meio de hits do Deep Purple, AC/DC, Kiss, Queen, Journey, entre outros.
Por volta das 19h00, a banda sobe ao palco do Carioca Club agitando o público ao som de "Run For Cover".
"Slick Black Cadillac", repleta de variações dinâmicas na fusão entre elementos do hard rock e do classic metal, traduz à letra descontraída ainda maior peso e atitude. Breaks estratégicos na conversão ao refrão apoiam o refrão.
A vigorosa releitura da banda para "Mama Weer All Crazy Now" (Slade), onde a densa introdução da potente bateria em pulso cadenciado, surge como bom diferencial, repetindo-se nas conversões ao refrão. A guitarra em riffs poderosos permeia com maestria a melodia. Grande momento do show!
Em "Whatever it Takes", na cadência do heavy metal de linhas clássicas, a bateria alquebrada alia-se em belo contraponto ao baixo em dub. Guitarra distorcida em afinação padrão surge suavizando a densidade da bateria, que determina andamento constante à melodia em cíclicos e nada óbvios movimentos. Riffs da incendiária guitarra alta dão o toque extra de vitalidade às conversões, em mais um privilegiado momento da apresentação.
Para "Sign of the Times", a bateria cadenciada alia-se à linha melódica explorada com dinamismo pela guitarra, em acordes dedilhados de grande valor estético.
Densa, a introdução de "Love´s a Bitch", traz vocalizes viscerais, profundos de Jizzy Pearl, em um dos mais brilhantes momentos de sua performance individual. A guitarra de acordes solapados, auxilia a ambientação densa da melodia, ascendendo para difusas distorções nas conversões do refrão. A bateria explora andamento cadenciado em junção com o poderoso baixo, de tom cavo, determinando ainda maior peso dinâmico à canção.
Traduzindo à melodia elementos diferenciados, na cadência do hard rock, a bateria de "Condition Critical" traz ao andamento ralentado brilhantes instantes de ousadia e criatividade. O vocal potente de Pearl brilha na inspirada interpretação, em evoluções de grande complexidade técnica. Amazing!
"Put Up or Shut Up", descontraída e repleta de atitude, traz mais um momento de explosão sonora na apresentação, onde mais uma vez à impecável condução da bateria se fundem o forte instrumental da guitarra e do baixo, em total consonância.
Após pequena pausa onde o baterista e band leader Frankie Banali comunica-se com seu público de forma descontraída, fazendo alusão à momentos de sua carreira e à atual turnê, a banda retorna ao palco para a execução da linda balada "Thunderbird", explorando belos arranjos pautados no classic metal.
Explosiva no andamento frenético "Party All Night", seguida por "It Sucks to Be You", marcam pontos altos da apresentação, com grande sinergia palco/plateia em meio ao vigor e peso marcantes de suas melodias. Great!
Após sucinto solo do baixo de Chuck Wright no case desenvolvido em dub, aliado à elementos do hardcore na cadência alquebrada da bateria, surge a interpretação impactante de "The Wild and the Young", em um dos mais importantes momentos do show. O instrumental forte, preciso em seus efeitos verticalizadores, explora sonoridades dissonantes e atonalismos profundos, em uma composição de base forte e refrão marcante. Perfeito!
Além destas canções e do brilhante solo da visceral guitarra de Alex Grossi, os instantes finais da apresentação foram marcados por grandes clássicos como "Let´s Get Crazy", "Metal Health (Bang Your Head)" e a releitura para a clássica "Cum On Feel the Noize" (Slade).
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