Out There! Paul McCartney em São Paulo
Publicada em 28, Nov, 2014 por Marcia Janini
Nos dias 25 e 26 de novembro, o recém inaugurado Allianz Parque recebeu uma das grandes lendas da história da música, Sir Paul McCartney. As apresentações com início por volta das 21h30 bateram recordes de público, contabilizando cerca de 70 mil pessoas nos dois dias de evento, mesmo debaixo de forte chuva e trânsito caótico.
Com aparato cênico grandioso e bem elaborado, o palco apresentou variados recursos cenotécnicos além do telão/ciclorama de fundo, como gambiarras móveis de iluminação, spots diferenciados e projetores luminosos, num verdadeiro show de luzes. Máquinas de fumaça e canhões de fogos ocultos no proscênio realizaram incrível show pirotécnico durante a execução de "Live and Let Die". Plataforma também foi adotada nos momentos mais introspectivos, auxiliando a ambientação dos momentos de maior densidade dramática da apresentação.
Carismático e suave, durante toda a apresentação o astro manteve total sinergia e comunicação com seu público
Esbanjando charme e vitalidade ímpares, o charmoso Beatle inicia sua apresentação com a descontraída "Magical Mystery Tour", seguida por grandes clássicos como "All My Loving" e "Paperback Writer", em momento bem pontuado pela perfeição do classic rock, tendo o acompanhamento de Paul no baixo semi-acústico.
A linda balada "My Valentine", dedicada à Nancy McCartney, traduz um dos momentos mais belos e intimistas do show, com Paul na condução do piano, explorando notas doces em acordes suaves, emoldurados pelo acompanhamento sutil da bateria e da guitarra, em tonalidade remetendo às cítaras indianas na conversão aos refrões.
"Nineteen Hundred and Eighty-Five", traduz toda a tardia aura disco, na junção com recém-lançados elementos do pop nos anos 80, como o new romantic e o synthpop, fazendo o público dançar com a esfuziante e animada melodia, de andamento frenético e esparsos acentos pautados em sonoridades street.
Após a clássica "The Long and Winding Road", com toda sua dramaticidade e carga suave preservadas na versão fidedigna apresentada, a densa "Maybe I´m Amazed" segue explorando campos harmônicos próximos, onde a melodia, pautada no soul com elementos de blues determinados pelo piano e pelo baixo em dub, ditam a tônica deste momento introspectivo da apresentação.
Traduzindo um grande clássico dos Beatles na cadência do country, Paul executa a simples e singela "I´ve Just Seen a Face", em um bom momento de descontração na apresentação. Aliado ao violão de acordes solapados, o baixo realiza belo contraponto à bateria cadenciada, antecedendo mais um grande hit "We Can Work It Out".
Após mais momentos dedicados às baladas românticas com hits como "And I Love Her", "Blackbird" e "Here Today", dançantes momentos da fusão entre country, blues e jazz surgem nas alegres "Quennie Eye", "Lady Madonna", "All Together Now" e "Lovely Rita", remontando às influências sonoras que permearam toda a carreira de Paul, com intensa participação do público.
Na homenagem a George Harrison, a execução de "Something" num dos mais emocionantes trechos da apresentação. No telão/ciclorama imagens, fotografias e trechos de clipes musicais emolduraram a atmosfera de tributo com grande propriedade e estilo.
Finalizando o show, grandes hits de Paul na carreira com os Beatles e os Wings, como "Ob-La-Di-Ob-La-Da", "Band on the Run", "Let it Be", o belíssimo show pirotécnico em "Live and Let Die" e "Hey Jude".
Na primeira entrada para o aguardado bis, "Day Tripper" e "Get Back", agitaram o público, que participou efusivamente. A entrada final teve início com "Yesterday", antecedendo a enigmática "Helter Skelter", seguida por "Golden Slumbers" e "Carry The Wait", finalizando com "The End".
E assim transcorreu a brilhante passagem de Paul McCartney pela capital paulista, contabilizando aproximadamente três horas para cada apresentação, onde todas as fases de sua extensa carreira foram contempladas para alegria dos milhares de fãs que compareceram ao show.
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