Romantismo pop: James Blunt
Publicada em 19, Jan, 2012 por Marcia Janini
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Em única apresentação na capital paulista na noite do dia 18, o intérprete e compositor James Blunt demonstrou todo seu talento e carisma para um público de aproximadamente 6 mil pessoas no Credicard Hall.
O belo espetáculo apresentou variados e bem produzidos recursos técnicos, especialmente quanto à privilegiada iluminação, servindo-se de estruturas fixas diretamente no ciclorama, onde na finalização chegou-se mesmo a simular um perfeito céu pontilhado de estrelas, proporcionadas por inúmeros leds, ditando uma tônica intimista e acolhedora, essencialmente romântica ao show.
“So Far Gone”, primeira canção executada, já angaria de pronto a simpatia do público, com a cadência e andamento vibrantes do pop determinada por esparsos riffs de guitarra e bateria cadenciada, aliadas à bela projeção vocal do intérprete. O acompanhamento constante dos teclados acrescentam charme extra à melodia.
A deliciosa “Dangerous”, de características mais dançantes, traduziu aura de extrema jovialidade, discorrendo sobre as venturas do amor de forma graciosa e nada convencional, numa elaborada interpretação vocal de Blunt.
Com melodia rica em arranjos poderosos e variações tonais, pontuada por breaks estratégicos que enriquecem a letra, “Billy” apresentou dinâmica e atitude inovadoras, surgindo como grande diferencial no decorrer da apresentação.
A suavidade bem estruturada da melodia de “Carry You Home”, basicamente executada em voz e violão, demonstrou para o público um pouco mais da grande técnica vocal do intérprete, segura e precisa em conversões de efeito bastante intrincadas. Instrumental segue vigoroso apenas no acompanhamento do refrão, numa ascendência, no mínimo, ousada.
“These are the Words”, traduz em sua essência influências do country, onde a graça do piano suaviza a canção, em contraponto à bateria de dinâmica arrojada, revelando-se outra grata surpresa ao público.
Numa aura mais retrô, traduzindo esparsas influências na new wave, “I`ll Take Everything”, já principia com a introdução em escala de fá, densidade também constatada na condução harmoniosa da bateria e do baixo, em evidente contraponto à intrepretação suave do intérprete, com vigorosos é teçnicos agudos nas finalizações, revelando-se uma das mais ousadas e criativas composições executadas durante a apresentação.
Mais um bom momento da apresentação surge na execução de “Out of my Mind”, com introdução potente , que lentamente é suavizada, transmitindo doces acordes do piano magistralmente conduzido. Em fraseado vocal rápido, o cantor esbanja versatilidade e intensidade, com uma paixão que traduz atmosfera de urgência, prenunciando a explosão instrumental do refrão, em dinâmica vigorosa… Inspirados vocalizes na finalização em suave linha descendente, encerram com brilhantismo a interpretação de Blunt, numa linda composição….
A linda “Goodbye My Lover”, surge em versão acústica, traduzida por voz e piano em harmoniosas notas doces, angariando suspiros e aplausos apaixonados da platéia… O vocal de James Blunt, suave, mais uma vez dá mostras de sua impressionante técnica em belos recursos e importantes variações de dinâmica, com modulações totalmente inusitadas e ousadas.
Traduzindo suaves influências no blues, determinada pelos acordes do piano, “So Long, Jimmy” com introdução em dub, apresenta belas e precisas conversões, emolduradas pela incrível finalização, com guitarras distorcidas em belíssimos arranjos predominantes, numa total sincronicidade com o piano, transformando esta execução em um dos maiores pontos de verticalização do show! Fantástico!
Além destas canções, o repertório embalou o público ao som de grandes hits como “You`re Beautiful”, “I’ll Be Your Man”, “Stay the Night”, “Into the Dark”, “Superstar”, entre outros, contabilizando aproximadamente duas horas de uma apresentação em tudo bem sucedida.
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