Fúria e poder do heavy metal: BLS em São Paulo
Publicada em 15, Aug, 2011 por Marcia Janini
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No último sábado, 13 de agosto, com início às 22h00 o HSBC Brasil recebeu em seu palco a banda Black Label Society, liderada por Zakk Wylde (ex- guitarrista de Ozzy Osbourne) para mais um show de sua turnê mundial.
Iniciando a apresentação, a empolgante “Crazy Horse”, que trouxe suave introdução do teclado em notas doces, remetendo à inspiração no celta/ melódico, ascendendo na sequência com todo o peso do metal, determinado pela bela condução da bateria cadenciada de Johnny Kelly e ensandecidas guitarras distorcidas de Zakk e Nick Catanese, em riffs agudíssimos. Vocais guturais e bom contraponto do baixo de John de Servio arrematam a consistente melodia.
As guitarras rascantes de “Funeral Bells” surgem em arranjos diferenciados, aliados à letra contundente, produzindo bom apelo junto ao público. O vocal de Zakk, mais suavizado, dita atmosfera densa na ambientação melódica. Nas conversões, riffs de guitarra ascendentes de Nick e Zakk traduzem ainda mais dinâmica à boa execução.
O andamento frenético de “Bleed for Me” apresenta conversões suavizadas e grandes variações de cadência. Na junção com a bateria de Kelly em perfeita e harmoniosa condução, as guitarras em riffs aceleradíssimos e rascantes exploram com precisão a explosiva combinação entre a melodia e o forte apelo dos refrões, num ponto alto do show, com intensa participação do público.
“Demise of Sanity” também demonstra andamento um tanto menos pesado, com melodia mais consistente e refrões mais assimiláveis. Riffs das guitarras rápidos, urgentes nas conversões, arrematam a melodia pontuada pela infernal bateria, em cascatas sonoras semelhantes à trovões no ruflar dos tambores.
A introdução suave e dolente de “Superterrorizer” prepara o ouvinte para a explosão de peso atingida após o estratégico glissado, numa melodia forte para letra tétrica. Zakk Wylde explora tonalidades agudas em seu fraseado vocal. Outro belo e ousado diferencial da canção é que esta divide-se em dois movimentos, o primeiro mais suave e melodioso e o segundo absurdamente pesado, em andamento acelerado, remetendo às suítes do progressivo na estruturação da melodia.
A alta afinação de “Overlord” determinada pelas guitarras dedilhadas em riffs distorcidos e ensurdecedores, num show de técnica e habilidade de Zakk e Nick é seguida de perto pelo baixo em dub de John de Servio, aliadas à mais um brilhante momento da bateria de Kelly.
Com andamento pautado, simulando galope “Parade of the Dead” é repleta de glissados e retardos de grande efeito sonoro. Os incomuns arranjos a tornam extremamente cativante e criativa.
Em “Born to Lose”, Zakk demonstra todo seu talento e versatilidade em um surpreendente solo de piano clássico… Lindo, com suave acompanhamento da bateria, ampliando o charme deste momento todo especial na apresentação.
Dando prosseguimento às tonalidades suaves, a balada “Darkest Days” apresenta arranjos melodiosos e diferenciados no piano, suavemente conduzidos por Zakk, que interpreta com grande categoria a introspectiva letra.
Em mais um momento de grande genialidade artística da apresentação, Zakk dá seu fantástico solo de guitarra, demontrando agilidade e perícia ímpares na condução do instrumento, num show à parte onde a mecânica das mãos desafia e explora todas as tonalidades possíveis para um instrumento de cordas. Sensacional!
No seleto repertório que realizou um bom retrospecto da carreira da banda, as canções “Fire it Up”, “Godspeed Hell Bound”, “Suicide Messiah”, “Concrete Jungle” e “Stillborn” também apresentaram bons pontos de verticalização ao espetáculo.
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