Ritmos alternativos da dark wave: The Cult em São Paulo
Publicada em 18, May, 2011 por Marcia Janini
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No último sábado, 14 de abril com início às 22h30, subiram ao palco do HSBC Brasil os integrantes da banda inglesa The Cult para apresentação de seus grandes sucessos que fizeram parte de uma das tendências musicais mais criativas e emblemáticas dos anos 80, sendo precursores das correntes dark/ gothic rock.
Sem maiores aparatos cênicos nos cenários, impressionou a boa iluminação, que auxiliou na formação da atmosfera perfeita para o espetáculo.
Já na introdução, a grandiosidade de mórbida melodia remetendo às performáticas canções de seus contemporâneos do Dead Can Dance… Cortinas de fumaça traduziram ao momento aura espectral, aliadas ao esquema de iluminação com spots incidentais mesclados às gambiarras principais, espalhando luzes difusas em simultaneidade com tonalidades coloridas.
Abrindo a apresentação E. W. A. W. I. A. S, com vocais guturais e ácidos, realizando no instrumental bela linha de metal melódico.
Em seguida, um dos maiores momentos da noite, surge na execução de “Rain”(1985) em versão fidedigna à original, com o fantástico solo de baixo de Chris Wise em contraponto à guitarra rítmica de Mike Dimkich próximo à finalização.
“Electric Ocean” também incendeia a platéia, seguindo métrica próxima ao progressive 70`s pela qualidade e quantidade das variações de andamento e cadência. Instrumental continua perfeito, sob a precisa condução da bateria de John Tempesta.
Do álbum “Sonic Temple” de 1989, o hit “Sweet Soul Sister” surge um tanto mais cadenciado que sua versão original, remetendo ao andamento vigoroso do blues, com belos riffs da guitarra de Billy Duffy e inspirada interpretação de Ian Astbury.
“Nirvana” com sua pesada introdução, onde as guitarras ascendentes e distorcidas fundem-se ao domínio do baixo, em riffs e variações precisas entre o suave melódico e o rascante metal trazem também o acompanhamento charmoso da bateria como diferencial.
“The Phoenix”, do álbum “Love” de 1985 também marca altos pontos de verticalização na apresentação, com efusiva participação do público.
Mais uma bela surpresa foi preparada para o público: um vídeo foi exibido no telão apresentando fúnebres imagens como uma casa em ruínas, estrada deserta, vento soprando folhas de árvores em lugar ermo, cemitério, escuridão e espectros. Interessante a sobreposição de imagens onde sangue e fogo parecem manchar ou consumir a imagem posterior e os cortes abruptos, simulando a deterioração da fita para em seguida surgirem flores brancas soltando delicadas pétalas como pano de fundo para a abertura da balada “Embers”.
A banda executou ainda os grandes sucessos “Spiritwalker”, “Wild Flower”, “She Sells Sanctuary” e “Love Removal Machine”, além de canções de seus últimos álbuns.
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