Black music por Ms. Lauryn Hill
Publicada em 10, Sep, 2010 por Marcia Janini
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No último feriado, dia 7 de setembro, em meio à efusão de patriotismo com as paradas militares, quem procurava por diversão e música de qualidade encontrou no Credicard Hall excelente opção, com a apresentação de Ms. Lauryn Hill e demais atrações.
A noite se inicia por volta das 21h30, com a apresentação da excelente banda paulistana Red, mestres de cerimônia de uma animada “festa-baile”, bem ao estilo dos bailes de nostalgia black, embalando o público ao som de muito soul e samba rock.
Os fantásticos metais, mesclados ao interessante fraseado de um afinadíssimo trio de vocais alternados trouxe a fusão entre o rap e hip hop ao soul e samba rock, com teclados auxiliando na densidade das melodias apresentadas, em repertório extenso e variado, trazendo composições próprias, covers e releituras de grandes clássicos da black music.
Nota para a releitura de “Telegrama” de Zeca Baleiro, surgindo com grande intensidade na descontração alegre proporcionada pela cadência soul com elementos da rumba latina; “À Francesa” grande sucesso nos anos 80 na voz de Marina Lima em mais uma swingada incursão ao soul e à dançante canção de própria autoria “Samba na Madrugada”, com bom reforço dos graves e predominância do baixo, em contraponto com a bateria em mais uma melodia densa, consistente, de belos arranjos na malemolência brejeira e atrevida do samba rock, trazendo o clássico “Não Deixe o Samba Morrer” incidental na finalização.
Na sequência, o baile black continua até o início da aguardada atração, não permitindo que o clima festivo decline por meio do comando de experiente DJ nas pickups, traduzindo o melhor do rap, hip hop e atualidades do black em skretches e viradas inspiradas.
Por volta das 23h30, Ms. Lauryn Hill inicia sua apresentação, interpretando canções de sua carreira solo e sucessos de seu período como front human do Fugees.
“Hurts So Bad”, dançante na medida certa, traz a suavidade dos acordes do charm, na bateria cadenciada e no belo apoio dos backing vocals. A finalização intensa traz belos vocalizes da intérprete.
A introdução melodiosa de “Ex Factor” traduz a suavidade de teclados com notas em suspensão, ascendendo gradualmente para uma cadência pautada no dance pop com refrão verticalizado e muita energia na modulação dos vocais. A descontraída “Zimbabwe” surge radiante na fusão entre hip hop ereggae num swing gostoso e dançante, com esparsos elementos da sonoridade gospel e corais tribais africanos, explorados com maestria pelo belíssimo trio de backing vocals e pela performance inspirada de Ms. Hill.
Remetendo à efusão da sonoridade 70`s e ao classic soul produzido nos áureos períodos da Motown, “Turn Your Lights” traz introdução densa com refrão que faz suave alusão ao coral gospel, ascendendo para uma cadência afretada e ligeira, com fraseado no hip hop, incorrendo para elementos da rumba latina em excelente melodia, que representa de forma inusitada variados estilos musicais.
Além destas canções, grandes sucessos como “Fugeela”, “Ready or Not”, e a bela releitura do clássico “Killing Me Softly”, imortalizado nos anos 70 por Roberta Flack e grande sucesso do Fugees na metade dos anos 90, encerraram com brilhantismo a bela apresentação.
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