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Synthpop 80´s em retrospectiva: Information Society no Via Funchal

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Publicada em 15, Aug, 2009 por Marcia Janini

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Na última quarta-feira, dia 12 de agosto, a badalada casa de espetáculos da capital paulista recebeu um dos nomes mais representativos da onda synthpop no final dos anos 80, o Information Society.

A apresentação, simples em aparatos cênicos, auxiliou ainda mais à ambientação retrô, onde se privilegiou a forte iluminação em tons cítricos e fluorescentes e esparsas imagens no ciclorama, intercaladas com trechos de clipes da banda e certa tendência de crítica e protesto ao consumismo e massificação sociais, reveladas pela interessante seqüência de logotipos de grandes corporações e símbolos religiosos, de forma aleatória e realmente impactante, provocante, num velado convite à reflexão sobre o processo de modernização e seus impactos diretos no cotidiano.

“Peace and Love Inc.” iniciou o espetáculo, traduzindo-se em versão remix, numa ousada mescla de bem pontuados recursos em samplers e introdução de fraseados nos pontos de conversão e solos da melodia. Dançante, segue as tendências do techno atual. Interessantíssimo! Versão bem elaborada, realizando criativas fusões numa coerente modernidade sem detrimento das origens.

Com sua bateria cadenciada, frases soltas e atmosfera etereal por meio dos teclados em suspensão, “The Seeds of Pain” surge mais introspectiva. Letra reflexiva traduz intensidade nos acordes, sobressaindo-se a suavidade do vocal de Kurt em junção com o bem conduzido backing vocal dos demais integrantes. Breaks estratégicos remetem à sonoridade dance.

Do álbum “Synthesizer” de 2007, “Baby Just Wants” segue vertentes do moderno techno, em acordes de linhas próximas ao trance, apresentando notas em suspensão tanto nos teclados quanto na bateria cadenciada, em arrojada construção melódica, repleta de samplers e recursos de efeito. Modulações dos acordes iniciais de cada estrofe, numa deliciosa progressão, suave e ao mesmo tempo ousada. Letra ácida denota crítica ao capitalismo e à desenfreada modernização. Finalização ganhou atmosfera eletro, com um quê de funk nos acordes finais. Fantástico!

Uma grata surpresa surgiu na execução da inédita “Jonestown”, de fortes influências no dark wave... Densa, reflexiva, explorou com propriedade os teclados na criação de arranjos de rara beleza, num dos melhores momentos da noite.

A balada “Slipping Away”, marcou um retorno às origens em linha de tendências próximas ao synthpop que os consagrou na passagem dos anos 80. Teclado realiza bela e densa introdução, reaparecendo em evoluções suaves no decorrer da melodia de construção simples e cativante.

Os principais pontos de verticalização do espetáculo despontaram na execução, em ousadas e inspiradas releituras, de grandes clássicos da carreira como “Walking Away”, “Think”, “Running”, "What’s on Your Mind”, “How Long” e “Repetition”.


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