Noite de Ska-Punk no CCSP com Tihuana
Publicada em 28, Jul, 2009 por Marcia Janini
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Com início às 18h00 do último domingo, 26 de julho, a arena do CCSP recebeu a banda Tihuana, em show de encerramento da turnê “Tropa de Elite Ao Vivo”, com abertura da banda Caballero.
A banda Caballero, já conhecida no circuito underground, executou canções de vários trabalhos da carreira, além de canções de seu mais recente álbum.
Iniciando a apresentação “Banho de Gato”, com letra ácida e bom solo de guitarra na introdução, trouxe a distorção em afinação padrão ao estilo heavy metal e bateria cadenciada do punk rock, numa interessante fusão entre os estilos e bela progressão às influências abordadas na concepção da melodia.
Na seqüência, a introspectiva “Velho Esquema”, segue as linhas do hardcore de forma inteligente, permitindo variadas interpretações à bem construída letra, sem cair no óbvio açucarado romântico, tão em voga.
“Skate Paradise” traz o peso da cadência e andamento frenético do punk, com suaves influências no ska e fraseado hip hop na interpretação dos vocais. Letra de protesto, curta e na medida certa, causa certo furor e grande verticalização à apresentação.
Entretanto, o melhor momento do show de abertura ficou por conta da ousada “Planeta Bruxa”, trazendo letra crítica em melodia constante, com excelentes acordes e boas variações. Fantástica a condução da bateria e as performances individuais do grupo.
Iniciando o aguardado show, Tihuana trouxe canções que pontuaram várias fases de sua carreira, entre elas a interessante “De Longe”, numa bem construída melodia em linhas mais próximas à MPB. Breaks estratégicos reforçam o potencial dos refrões. Letra inteligente e cheia de bons recursos estilísticos foge ao lugar comum em versos de apurado estilo.
A ensolarada “Perto de Você, Longe de Mim”, remete ao surf rock praieiro numa canção com delicioso andamento e melodia na fusão entre o hard rock e o ska. Letra alegre e descontraída traz o mote up desta canção onde a sutileza reage ao charme da construção melódica.
“Que Vês?”, um dos grandes sucessos da banda, num delicioso reggae com percussão bem pontuada na introdução, trouxe um dos primeiros pontos de verticalização à apresentação, com bela resposta do público. O baixo em predominância surge em excelente performance. Mescla de estilos entre o hard rock e influências latinas de linhas cubanas, somadas ao reggae incidental do início fazem a bela conversão da excelente melodia, de andamento e cadência contagiantes.
A descontraída letra de “Clandestino”, em inusitada justaposição entre crítica social, lirismo e ousadia estética, une-se à melodia de linhas modernas e arrojadas numa interessante mescla entre variados estilos latinos, onde se prenunciam influências da polca e guarânia no andamento desprendido do reggae.
“Te Gusta Tihuana?” traz a união entre a bateria de tendências hard, baixo e guitarra pop, elementos esparsos de MPB e belíssima percussão de linhas latinas, num festivo e alegre conceito à melodia que, aliada à divertida e jovial letra, reforçou ainda mais o crescente clima de suave euforia da apresentação.
Numa vertiginosa quebra ao andamento da apresentação, a partir de “Bote Fé!” o grupo interpreta canções que tendem ao street, com influências ao ska e variadas vertentes da black music, como o fraseado sedutor e crítico do rap, a sonoridade do hip hop, suaves influências no R&B e a constância das vertentes do rock como o punk, hardcore e suaves pinceladas do metal , em melodias de intrincada construção e letras de ácidas críticas cotidianas, numa apresentação em tudo bem cuidada.
“É Guaraná”, “Pula”, “Tropa de Elite” e “A Roda” surgiram como grandes e principais pontos na finalização do show, em total sinergia dos integrantes da banda com a platéia, em perfeita comunicação e celebração entre os presentes, encerrando com categoria e propriedade o bem executado show. Simplicidade e vibrante energia ditaram a tônica do espetáculo! Genial!!!
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