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Coberturas de shows

Cultura Street: Gas Festival 2009

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Publicada em 30, Aug, 2009 por Marcia Janini

Clique aqui e veja as fotos deste show.


Com início às 16h30 do último sábado, 29 de agosto, a Chácara do Jóquei Clube sediou a terceira edição de um dos maiores festivais da cultura street brasileira, o Gás Festival.

Reunindo muitas atrações entre competições de grafitagem, campeonatos de street dance na tenda B-Boys e apresentações amadoras e profissionais de skate, o evento contou ainda com espaço de expositores voltados à moda e acessórios especiais desse segmento do esporte.

A banda Vivendo do Ócio apresentou sonoridade variada nas vertentes do rock, remetendo ao retrô sem perder, entretanto, o tom de modernidade e ousadia, bem pontuadas pelo bom vocalista, de timbre diferenciado e boas modulações. Entre os estilos apresentados, o hardcore, a fusão entre punk e metal e, sobretudo, atitude e ousadia pontuados por belas pitadas de hardrock ocasionaram momentos de forte interação com o público.

“Rock n’ Roll Baby” traduziu belo exemplar do estilo hardcore 70’s com baixo realizando na melodia belo contraponto, seguido pela brincadeira e homenagem a Raul Seixas com o clássico da infância 80’s “Plunct Plact Zum”, traduzindo-se em animação, energia e grande comunicação palco/platéia.

Outro grande diferencial da banda é expresso pela bela caracterização cênica dos integrantes, com cabelos e figurinos retrô, remontando ao estilo 70’s/ 80’s do rock.

Mais uma interessante canção, “Fala Mônica”, traduz nos acordes do baixo atmosfera 70’s, preservando o ar moderno e jovial da atualidade. A letra simples é bem explorada, sem descambar no piegas ou besteirol.

Finalizando a boa apresentação que mesclou momentos densos sem imprimir peso desnecessário, suaves sem traduzir excessiva leveza, a palavra que a define é sem dúvida, divertida.

Iniciando sua curta apresentação às 19h00, a banda Cine pontuou seu repertório no estilo emocore, interpretando canções já consagradas pelo público e músicas de seu mais novo trabalho.

“As Cores”, que consta do último CD, exprime em sua melodia esparsos acordes que remetem à MPB, com melodia e letra consistentes, apresentando boas conversões e vocalizes bem modulados na finalização dos refrões.

Melodias de estilo e construção interessantes “Se Você Quiser” e “Prometa Que Não Vai Voltar”, encerram inusitadas fusões entre o rock de andamento frenético, guitarras distorcidas e bateria cadenciada punk/hardcore e tendências black, como o funk e o charme, inseridas em samplers bem dosados pelo DJ.

Com início às 20h00, a apresentação dos gaúchos do Fresno trouxe melodias com inspiração no heavy metal, hardrock, hardcore e punk, estilos mesclados de forma ousada e repleta de inovação, apresentando excelentes recursos nas conversões, ricos acordes, bateria cadenciada e bons riffs de guitarra distorcida, com notas em suspensão, quebrando a linearidade lógica da construção das frases sonoras. Aliadas às boas melodias, letras também desafiam a métrica, apresentando suavidade e leveza, em contraponto ao peso dos arranjos, propondo temáticas românticas, que abordam situações do cotidiano das relações amorosas. Além disso, a banda também utiliza-se de elementos extraídos da música pop, como o dance e suaves pitadas do street, em composições arrojadas e modernas.

Uma das canções de trabalho de seu mais recente trabalho “Redenção” apresenta belo trabalho do baixo em contraponto com a bateria cadenciada, num dub que remete ligeiramente às vertentes do reggae. Conversões entre os refrões traduzem maior densidade e peso à canção. Belas variações de tom e cadência determinam o charme desta intrincada construção melódica. Finalização em notas harcore trazem verticalização e vigor à melodia. Excelente!

“Revanche” também do novo álbum, traduz-se em sonoridade de linhas próximas ao classic metal e hardrock, com letra que retrata de forma simples dilemas existenciais.

“Quando Você se Foi” e a bela balada “Alguém que te Faz Sorrir”, além de bela releitura do clássico “Radio Ga Ga” do Queen, determinaram fortes pontos de verticalização ao espetáculo, com intensa participação do público.

Com sua costumeira irreverência, Charlie Brown Jr. causa furor com suas letras repletas de protesto e crítica social, bem pautadas por melodias compostas por sonoridades extraídas de vertentes diversas como rap, reggae, hip hop e óbvio, muito punk e hardrock.

Com seu indefectível e perfeito fraseado, o vocalista Chorão, cheio de bossa e em total sinergia com o público, polemiza com sua atitude despojada temas da atualidade de forma velada, com verdade e altivez ímpares, sem pedantismos, de forma divertida e reflexiva. Suas opiniões sobre variadas temáticas por meio das canções, para ouvir em altíssimo e bom som, onde o mote é a alegria de viver e o resgate ao orgulho e à arte street, muitas vezes marginalizada, ditaram a tônica desta bem cuidada apresentação.

Canções como “Lutar pelo que é meu” e “Hoje eu Acordei Feliz”, trouxeram belíssimas fusões entre punk e hardcore nas melodias, com letras que expressam sem maiores pretensões mensagens de otimismo, positivas, deixando a apresentação arrojada em recursos técnicos com o característico ar descontraído, marca registrada da banda. Fantástico!

A apresentação também reservou aos presentes gratas surpresas, como a bela releitura para “Break on Through”, clássico do The Doors, imortalizado por Jim Morrison como um dos maiores hinos do rock de todos os tempos. Genial!

Na seqüência, a excelente construção punk da melodia de “Tudo pro Alto” onde, à bateria conduzida com maestria, une-se o excelente trabalho da guitarra em distorção, trazendo riffs fantásticos, belíssimos acordes e notas suspensas, além de letra densa, reflexiva e o já conhecido carisma de um grande vocal, de timbre único e irreverência à toda prova, num show de técnica e perfeição estética, em mais um grande momento da apresentação.

A banda executou também grandes hits da carreira, como “Zoio de Lula” e “Proibida pra Mim”, além de novas canções.

A aguardada atração californiana, Face To Face subiu ao palco às 23h00, sob forte neblina e um público ávido por diversão.

Em seu set list, canções de várias fases da carreira, traduzindo-se em espetáculo linear, com boas e interessantes melodias de andamento frenético, vocalizes animados nas finalizações dos refrões e suaves variações em andamento e cadência.

Breaks estratégicos pontuaram com propriedade as conversões aos refrões simples e sem rodeios em melodias que apresentaram, sobretudo, boas evoluções.

O virtuosismo da bem conduzida bateria, aliada à guitarra e baixo, bem executados, determinaram a constância da apresentação.

Peso e técnica meticulosamente estudados, em sonoridades que variaram das vertentes do punk ao harcore e hardrock, com esparsos elementos classic metal, demonstraram aos brasileiros o jeito californiano de fundir o rock ao street, numa apresentação esteticamente correta.


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