Big Time Orchestra: Jazz n'roll no Bourbon Street
Publicada em 13, Nov, 2008 por Marcia Janini
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No último sábado, 08 de novembro, a banda curitibana Big Time Orchestra realizou apresentação de encerramento da turnê de seu primeiro álbum, gravado ao vivo.
A carismática orquestra agitou os presentes interpretando covers de grandes clássicos, além de canções de sua própria autoria, revisitando de forma única e inusitada o “ragtime”.
Coreografias divertidas realizadas pelos músicos revelaram-se show à parte, contagiando o público, numa excelente sinergia palco/platéia, demonstrando vitalidade e energia singulares.
A balada classic rock “Have I Ever Seen the Rain” apresentou um dos ápices de verticalização da apresentação, em bela releitura onde o swing e charme do jaz ditaram a tônica, com nota para a participação dos afinados corais...
“País Tropical” de Ben Jor surge suavizada pela fusão entre soul e jazz, com andamento próximo ao r&b e esparsos elementos de ritmos latinos. Charme e estilo unem-se nos bem elaborados arranjos, que recebem a sonoridade suave dos vocais em perfeita harmonia entre criatividade e técnica. Fantástico!
Mais um bom momento da apresentação, o clássico oitentista “Simca Chambord” revestiu-se de novos arranjos, mantendo, entretanto, a cadência “rock a billy” e o andamento originais. Modificações na modulação dos vocais em inspirada interpretação ressaltaram o timbre diferenciado do front man. Suavização nas conversões entre os refrões e o surgimento de inusitados “breaks” estratégicos, descontraíram a canção, reforçando ainda mais a força da letra.
Ainda surgem como grandes momentos da apresentação as execuções de “My Girl”, “I Feel Good” e “Great Balls of Fire”, em revisitagens que traduziram a fusão ente blues, soul, jazz, funk e rock n’ roll, além de belos momentos dedicados às canções românticas e baladas, como “Can’t Take My Eyes of You” e “You Are So Beautiful”.
Nota para as canções de repertório próprio, como “Clotilde”, na cadência frenética do classic metal, apresentando exímia condução da bateria. Metais e teclados fazem a junção com elemntos extraídos do soul e jazz e a bem humorada e satírica letra traduzem toda a criatividade e liberdade estética do conjunto.
“Eu Amo Essa Mulher” apresenta grande diferencial na mescla entre a incrível participação dos teclados na cadência do jazz em ajuste perfeito a leves influências do rock e andamento consistente, além de uma finalização estilisticamente bem elaborada e criativa.
“Brasileiro” aponta uma cômica sonoridade que funde o dramático apelo latino dos “mariachis” na canção incidental e introdução à ebulição do jazz com a junção de elementos do blues e soul. Letra elaborada e bem construída fez desta a canção perfeita ao encerramento desta ótima apresentação.
Dignas de menção as entradas entre as pausas do espetáculo, onde se resgatou a memória da música nas performances que remonta às marchas, fanfarras e “paso doble” circenses... Mais divertido, impossível!
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