Skol Beats 2008: Arte e Modernidade aliadas à Música Eletrônica
Publicada em 30, Sep, 2008 por Marcia Janini
Clique aqui e veja as fotos deste show.
A Arena Skol do Anhembi abriu-se à edição 2008 do Skol Beats, celebrado evento anual, um dos principais ícones na divulgação do segmento eletrônico da música no Brasil.
As três tendas trouxeram os principais nomes nacionais e internacionais da cena, contabilizando mais de 12 horas de muita música, agito e interação, abrindo espaço também às artes visuais, tanto nos palcos quanto na exposição em espaço alternativo, onde foram selecionadas criações de artistas gráficos e web designers.
Variados “stands” de moda e demais setores relacionados ao público do eletrônico auxiliaram na ambientação total do espaço, num evento que reuniu inovação, arte, beleza e, claro, muita descontração.
O palco Live trouxe algumas das principais bandas e DJs dos mais variados estilos da música eletrônica, em inspiradas performances.
Iniciando as apresentações, Justice apresentou set list inspirado, mesclando elementos do eletro a techno, break beat e vocalizes extraídos da soul music, numa interessante fusão de estilos, traduzindo-se me modernidade com um charmoso ar retro. Cadência suave e breaks estratégicos com leves influências do synthpop além de recursos de efeito e conversões inteligentes foram a tônica deste excelente momento do festival.
Em performance enérgica, o DJ Marky comandou as pick-ups no melhor do estilo drum n’ bass, na fusão entre música eletrônica e elementos da black music, em especial, o hip hop. Auxiliando a abrilhantar ainda mais a performance de Marky, MC Stamina contagia com seu fraseado e interpretações inspiradas no soul e reggae. Criatividade, energia em perfeitas conversões e ousadia no comando de Marky, com esparsos efeitos lineares de samplers, aliados à cadência e andamento frenéticos, explodem num verdadeiro “terremoto”, em apresentação para encher, literalmente, olhos e ouvidos... Genial!
Outra excelente atração do palco principal, a banda Pendulum, provou que rock e eletrônico podem perfeitamente aliar-se em sincronicidade e qualidade sonora, numa apresentação extremamente inovadora e contagiante, onde à cadência e andamento do heavy metal aliaram-se elementos do punk, hardcore, drum n’ bass e technopop. Nota para as excelentes e afinadas interpretações das letras e para os excelentes instrumentistas, num show de guitarras distorcidas em escala ascendente e magistral condução da bateria. Ricos acordes e variações, unidos a sintetizadores de ambientação revelaram-se numa incrível “sinfonia eletrônica”. Fantástico!
A dupla Digitalism aliou à bateria eletrônica sintetizadores na cadência do house, com elementos extraídos do technopop 80’s, psy e trance. O ar retrô traduziu-se em nostálgica celebração à música, sem abrir mão da modernidade estética. Melodias criativas fogem da mesmice em cadência e andamento consistentes. Vocalista afinadinho dá às canções um ar pop, contemporâneo, gostoso de ouvir, remontando à cena londrina e retratando a modernidade e os avanços tecnológicos das grandes cidades. Samplers em distorção e presença de teclados acentuam ainda mais a ambientação retro, na união entre peso da cadência e suavidade do andamento em interessantes e criativas conversões.
A mais aguardada atração do festival, a apresentação do holandês Armin Van Buuren iniciou com introdução baseada no eletrônico progressivo, em seqüência, a cadência viajante do trance dá a atônica da boa performance, onde estratégicas conversões em dub e notas em suspensão introduzem esparsos elementos de minimal e realizam contraponto ao peso do techno, suavizando o frenético andamento de seu set dançante.
Na tenda Terra, Miguel Migs, comandou as pick-ups na cadência do techno, fundindo-a com sonoridades extraídas da percussão da música latina e esparsas pitadas de minimal e eletro, em mais uma interessante fusão de estilos musicais diferenciados, por meio de boas conversões e andamento constante, suavizado, num “eletrônico melódico”, com boas bases.
Renato Cohen traduz em suas pick-ups a linguagem do techno atual, com elementos extraídos do drum n’ bass em cadência frenética, sonoridade linear e boas conversões.
Na tenda Skol, Anderson Noise conduz performance na frenética e dançante cadência do techno com elementos de psy e um quê de samba enredo, nos recursos em cadência dub.
Dubfire com predominância no minimal em fusão com o techno realizou interessantes conversões, “breaks” estratégicos rompem a cadência linear, criando efeitos viajantes na sonoridade com o auxílio de esparsos samplers.
|