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Entrevistas

Punk rock na berlinda: Supla

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Publicada em 14, Mar, 2007 por Marcia Janini

Clique aqui e veja as fotos deste show.


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O cantor Supla concedeu a esta equipe entrevista onde fala sobre sua carreira, seus planos futuros e os rumos da música brasileira na atualidade. Através desta entrevista, o leitor conhecerá um pouco mais sobre o trabalho e as impressões deste carismático intérprete.

<b>Musicão:</b> Como você sente este momento de sua carreira?
<b>Supla:</b> Está sendo uma fase excelente, muito produtiva, já aconteceram coisas muito boas em decorrência do álbum “Arrasa Bi” e ainda há muito mais por vir, mas por ora, não posso adiantar muita coisa. Atualmente, estou trabalhando no meu próximo CD, baseado em impressões surgidas na “Rockers”, uma exposição de Bob Grueger, fotógrafo pessoal de John Lennon, onde estavam expostas mais de 300 fotos de momentos do punk rock. Assim, já iniciamos a divulgação da canção de trabalho deste novo disco e a gravação do vídeo clipe correspondente. Pretendo também retomar em breve o projeto “Bossa Furiosa”, mesclando rock e bossa nova.

<b>Musicão:</b> Fale um pouco sobre alguns “bordões” que você utilizou e que causaram sensação durante um certo tempo, por exemplo “Papito”, “Delícia”... Como surge a idéia para o uso destas “linguagens”?
<b>Supla:</b> “Papito” é uma gíria porto-riquenha que aprendi com amigos nativos, quando morava em Nova York. Daí o Marcos Mion acabou meio que imitando na época e virou moda. Já “Delícia”, que aproveitei no trabalho do “Arrasa Bi”, foi extraído de um amigo policial.

<b>Musicão:</b> Quais são suas impressões sobre o “Arrasa Bi”?
<b>Supla:</b> Na verdade, eu não o considero como muito original, é um disco de rock normal, a inovação surge apenas nas letras, por isso, no próximo CD, já vou mesclar outros estilos, procurar novas sonoridades. Uma das músicas, a “Chatolog”, vai falar justamente sobre isso, a falta de inovação, a repetição de velhas fórmulas mesmo com o surgimento de tanta tecnologia.

<b>Musicão:</b> Como é o processo de composição de suas canções? Como surgem, por exemplo, as idéias, os arranjos para canções como “Eu Só Quero Comer Você” e “Arrasa Bi”? Como é feita esta pesquisa?
<b>Supla:</b> A canção “Eu Só Quero Comer Você” na verdade foi influenciada por uma banda novaiorquina formada por amigos meus. Já a “Arrasa Bi”, como eu gosto muito da noite, de circular e conhecer pessoas, observando, fazendo contato com vários tipos, que utilizam diferentes linguagens, me chamou a atenção esse quase “dialeto” criado pelo público gay, que é muito diferente, curioso e por vezes engraçado. Então pensei em fazer uma canção usando tudo isso, trazendo para uma sonoridade bem “invocada”.

<b>Musicão:</b> Como você analisa a fusão entre o antigo e o novo? A questão de tocar com o Jerry Adriani, qual o significado que tem para você?
<b>Supla:</b> Eu não acho que confrontar, por exemplo, traga algo novo. Muitas bandas que estão fazendo sucesso no momento, não sabem fazer canções que levem à reflexão, só cantam músicas românticas ou que falem de problemas ligados ao amor o tempo inteiro. Não que falar de amor não seja bom, mas é importante arriscar, experimentar coisas novas, ousar, não ficar preso a um único estilo. Quanto a tocar com o Jerry, foi uma idéia ótima, pois eu admiro muito o seu trabalho, pois nestes 42 anos de carreira nunca parou de fazer música. Então pra mim é importante a fusão do antigo com o novo, quando ela realmente ocorre, porque o que se dá, na maioria dos casos, é a revisitagem de clássicos, músicas atuais recém-lançadas copiando a melodia de astros do passado. Para mim, isto é até legal, mas não traz nada de novo. Quando gravei o álbum “Bossa Furiosa”, foi uma grande novidade em Nova York, mesmo não tendo havido uma mescla assim tão grande. Todos diziam que era loucura, que não daria certo... Hoje há bandas locais copiando a idéia.

<b>Musicão:</b> Você é bastante vaidoso, cuida muito de sua aparência... Como escolhe suas roupas?
<b>Supla:</b> Bem, como você percebeu, eu já cheguei vestido com esta roupa, uma espécie de terno chinês. Eu ando assim no dia a dia, não é roupa só para fazer show como muitos pensam, compro e visto aquilo que me agrada e uso normalmente. Vou entrar no palco daqui a pouco e fazer o show com estes trajes. Essa é realmente a minha forma de vestir, que traduz um pouco de minha personalidade.


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