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Coberturas de shows

C6 Fest: Dia 2

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Publicada em 20, May, 2024 por Marcia Janini


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Em 19/05, segundo dia do C6 Fest 2024, as atrações tiveram início a partir das 14h00.

Trazendo seu rock pautado em vertentes clássicas como o heavy metal e o hard rock, os rapazes da banda inglesa "Squid" surgem como atração da Tenda Metlife.

Para a ágil "Pamphlets" as guitarras altas e distorcidas de Anton Pearson e Laurie Nankivell se aliam aos teclados de Arthur Leadbetter e samplers do sintetizador, que exploram tonalidades retrô em minimal remontando ao tardio futurismo 70's, aliados à potente e cadenciada bateria de Ollie Judge no andamento punk rock, bem desenvolvida em conversões de linhas clássicas ao estilo, imprimindo ar arrojado à composição, extremamente criativa e ousada em suas profundas variações dinâmicas.

Trazendo a sonoridade afro do agogô , a banda emenda um samba de raiz na sequência, realizando inusitada introdução para a grooveira "The Blades" apoiada no exímio baixo de Louis Borlase em doom. Permeando com graça a melodia, os teclados de Leadbetter denotam atmosfera densa no interessante e criativo diálogo com a guitarra melódica de Borlase. No fraseado vocal despojado de Ollie reside mais um interessante recurso melódico à canção, apresentando contraste com o instrumental forte da melodia. Bom momento da apresentação!

Iniciando sua discotecagem no espaço Pacubra, o celebrado DJ Meme inicia ao som da clássica "Last Night a DJ Save My Life" (Indeep) trazendo o balanço black do post-disco e freestyle, na virada com sonoridades atuais, em fusão com a deliciosa aura retrô.

Abrindo as apresentações da Arena Heineken, a dupla "Paris Texas", formada por Louie Pastel e Felix traz sua performance pautada na criativa mixagem de trilhas pré-gravadas pelo DJ Ankle Sandwich como pano de fundo para o vocal potente dos rapazes, trazendo o fraseado vocal ágil e contundente do rap.

"BULLET MAN" (realmente grafado em maiúsculas) traz a fusão com sonoridades urban como o hardcore e o drum n'bass. Remontando aos anos 90, esta canção traduz uma singela aura retrô à linear apresentação.

Trazendo a linha melódica ralentada do charm na melodia, contrastando com o vocal firme, no ágil e malemolente fraseado vocal do rap, surge a suavizada "Lana Del Rey" uma canção que não apresenta muitas variações dinâmicas, chamando a atenção para a letra ácida e crítica.

Para a contundente "girl like drugs" (literalmente grafado em minúsculas) o forte fraseado vocal determina o mote, sobre a suavizada base em sampler, em mais uma melodia pautada no rap de linhas tradicionais.

Atração da tenda Metlife, Noah Cyrus (irmã de Miley e filha do cantor country Billy Ray Cyrus), traz ao festival sua sonoridade pautada no country/ soul.

A balada "I Got So High That I Saw Jesus" traz o acento delicado dos teclados gospel permeando com graça a melodia, no diálogo com o violão de aço e o baixo em contraponto à bateria cadenciada.

Na fusão com o pop, elementos eletrônicos surgem nos sintetizadores, emoldurando o potente e límpido vocal de Noah, em modulações seguras para "Again". Precisa, a bateria mantém o andamento ralentado em conversões perfeitas, dialogando com o baixo em dub step, para uma melodia arrojada.

Mais uma canção romântica "I Just Want a Lover" chega com suave introdução, pautada apenas no acompanhamento delicado dos arranjos do piano, trazendo a grandiosidade do coral gospel nas conversões ao refrão. No instrumental, o violão de aço surge em delicados desenhos cromáticos.

Para a belíssima "I Burned LA Down" os firmes vocais introdutórios surgem levemente acompanhados pela viola dedilhada, denotando a aura country da canção. Na porção média, a bateria ascende em afretados para um suave galope, alterando a cadência de forma precisa, sem modificações no ralentado andamento. Belo momento da apresentação.

Em uma melodia levemente dançante, pautada no country bem representado pelos ágeis acordes do piano standard que se aliam à bateria alquebrada, "Loretta's Song" surge em mais uma inspirada performance vocal de Noah. Em afinação alta, a roqueira guitarra explora tessituras pop em intenso diálogo ao brejeiro violão de aço.

Trazendo a aura dançante das comitivas de rodeio, a descontraída "Hardest Party" traduz na firmeza da bateria e no inusitado diálogo com o teclado o grande diferencial desta melodia. Mais um privilegiado momento da passagem de Noah Cyrus pelo palco do festival.

Uma das mais aguardadas atrações do festival, subindo ao palco da Arena Heineken às 17h30, o Baile do Cassiano (em homanagem a um dos maiores compositores da cena soul nacional da década de 1970) traz inspiradas releituras de composições do artista, com novos expoentes do cenário black denotando respeitosamente seu toque de atualidade às clássicas canções.

Após a simpática abertura da "festa baile" pelo mestre de cerimônias Daniel Ganjaman, bem ao estilo tradicional dos bailes nostalgia, Fran Gil é chamado ao palco para a execução das suaves "Eu Amo Você" e "Você Fingiu", onde o poderoso trio de metais permeia a melodia com grande propriedade.

Para a execução da clássica "A Lua e Eu", Negra Li é chamada ao palco, traduzindo seu delicado acento, bem pontuado pelo timbre aberto, que explora notas altas em modulações simples, porém de grande efeito estético, para o acompanhamento suave do instrumental.

Mais uma canção com o delicado acento romântico "Salve Essa Flor" onde o privilegiado vocal de Negra Li surge emoldurado com o apoio dos afinados backing vocals, em lindos cânones nos refrões e o suave, porém firme instrumental, bem pontuado pelo baixo em dub e pela guitarra blueseira, em cromatismos preciosos. Ralentada, a bateria de condução firme mantém a constância do andamento.

Trazendo o swing gostoso do funk, Preta Gil chega em meio aos acentos firmes do bem colocado trio de metais, que exploram afinação alta para "Não Vou Chorar". Importante o diálogo entre o baixo no contraponto à bateria com a guitarra distorcida.

Após a execução do sucesso "Primavera", ainda sob o vocal potente de Preta Gil, Luccas Carlos é chamado para a execução do dançante clássico funk "Onda", uma melodia com o belíssimo trabalho da bateria em evoluções nada óbvias, aliada à perfeição do trio de metais e ao grooveiro baixo em doom. Grande momento da festa!

Trazendo seu versátil vocal barítono, que denota um colorido todo especial à romântica "Uma Lágrima" Luccas Carlos apresenta mais um excelente momento da apresentação, dividindo os vocais com o DJ, que realiza um excelente trabalho nos sintetizadores, e o fraseado vocal ágil do rap de mais um convidado na finalização.

Liniker é convidada para conduzir a delicada "Não Fique Triste", contando com o apoio do instrumental firme, porém suave da bateria em cadenciado constante na junção com os esparsos acordes dos teclados que permeiam com graça toda a melodia, em resposta ao poderoso trio de metais. Bom momento do show!

Trazendo a clássica "Coleção", surge mais uma interpretação exitosa do potente vocal de Liniker, permeada com intensidade pelos arrebatadores metais.

Mais uma apresentação especial na Arena Heineken, os garotos escoceses do Young Fathers trazem seu som pautado na criativa fusão entre vertentes da black music e do urban style.

"Rain or Shine" traz o peso cadenciado e vigoroso do rap, na junção com elementos do reggae e da forte cadência tribal africana dos tambores, em uma melodia densa.

Nota para a principal participação de Steven Morrison que controla a mesa de som, os sintetizadores e ainda executa a bateria, acompanhado pelos bem pontuados teclados de Callum Easter emoldurando o vocal suave de Grahan G. Hastings na balada "Be Your Lady" hit de sucesso da banda, que surge trazendo um moderno bolero no andamento desenvolvido pela cadenciada bateria na junção com o metalofone em tonalidade minimalista.

Trazendo a batida firme e potente da sonoridade ragga aliada a elementos do pop e ao fraseado vocal malemolente do rap, "I Heard" chega trazendo sua contemporânea aura de modernidade. Nota para o vocal firme e potente do frontman Alloysious Massaquoi e de sua afinada backing vocal Amber Joy, que em esparsa participação denota aura de sofisticação à melodia.

Mais uma canção divertida, trazendo descontração, surge "In My View" com melodia de andamento frenético e cadenciado constante, bem determinado pela bateria vigorosa e pelo baixo em dub. Mais um bom momento da alternância dos vocais no refrão, em diminuendo, na melodia que ascende na finalização para marcha ágil.

Mais uma canção na fusão entre a sonoridade tribal africana dos marcados tambores e elementos do ragga e de sonoridades pop ganha os ares na execução de "Drum" trazendo os privilegiados vocais em inspirados cânones.

Denotando toque de urgência na gravidade do vocal de Kayus Bankole "Rice" traz para a apresentação mais um bom momento onde a melodia densa explora tonalidades delicadas no cânone vocal, que se alia aos acordes de notas em suspensão do teclado, se apoiando delicadamente sobre a base forte da bateria, em cadência constante.

Atração da tenda Metlife, os californianos do Pavement trazem seu pop rock com influências no country e na soul music, sendo uma das mais aguardadas apresentações do festival.

"Summer Babe", traz na balada de cadência pop com fortes influências no country um dos mais brilhantes momentos da performance vocal de Stephen Malkmus.

Na sequência, a ágil e divertida "Kennel District" chega trazendo a deliciosa aura retrô do hard rock 70's, bem pontuada pelas evoluções do duo formado por bateria e baixo, explodindo em uma cascata sonora de apoio ao urgente e ousado vocal.

Mais uma balada delicada de andamento constante "Shady Lane" traz a bateria ralentada de Steve West em diálogo com a suavidade das guitarras, em débeis e lentos dedilhados, que emolduram com precisão o belíssimo vocal de Malkmus.

Explorando tonalidades soft, contrabalançada pelo peso dinâmico das roqueiras guitarras rítmica e melódica em intenso diálogo, sobressaindo à percussão, "Range Life" apresenta mais um bom momento da performance do vocal de Scott Kannberg em modulações precisas.

Na deliciosa cadência do pop rock, surge a potência de "Unfair", uma canção de andamento linear com uma boa pitada retrô, bem determinada pelos riffs encadeados das guitarras de Malkmus e Kannberg e da setentista bateria de West, em conversões nada óbvias e evolução consistente, adotando linha melódica diferenciada.

Jazzístico o baixo de Mark Ibold se alia às guitarras em afinação padrão para "We Dance" uma canção que surge na fusion entre o rock de linhas hard e esparsos elementos da sonoridade country, em mais um importante momento da apresentação.

Mais uma suave balada surge na execução de "In the Mouth a Desert" trazendo para a letra introspectiva mais um lindo momento da performance individual de Stephen Malkmus, explorando tessituras suaves para o vocal de bom alcance e projeção, em modulações simples, porém de extremo gosto estético, apoiada pelo blueseiro e técnico instrumental. Progressiva, a canção evolui em diversos movimentos para mais um grande momento do show. Amazing!

Após a execução do hit "Trigger Cut" marcando um dos principais pontos de sinergia palco/plateia, com a participação dos fãs em coro uníssono, surge "Two States" mais um grande sucesso da atualidade.

No comando das pickups, o DJ Morales inicia seu setlist por volta das 19h30, trazendo a modernidade do trance na fusão com estilos clássicos, como o house, garage e techno em um trabalho de grande qualidade técnica, denotando a charmosa aura retrô dentro da atualidade expressa na linha sonora abordada.

Encerrando as apresentações da noite na Arena Heineken, o cantor Daniel Caesar sobe ao palco por volta das 20h30 da noite, trazendo seu romântico charm.

"OPEN UP" traduz a beleza e o romantismo pautado no soul, muito bem pontuado pelo delicioso e suave vocal de Daniel.

A canção seguinte "Japanese Denim" traz o delicioso acento do violão de aço, em sonoridade suave que remonta ao jazz clássico.

Nas canções apresentadas surge o brilhantismo de um vocal de timbre límpido, em modulações, solfejos e vocalizes precisos, de grande perfeição técnica, em uma das apresentações mais suaves e belas do festival.

Passaram ainda pelos palcos do C6 neste derradeiro dia de festival Jair Naves e Cat Power.

Assim termina a segunda edição do C6 Fest 2024, contabilizando cerca de 20 horas de música em dois dias, dispostas em três distintos ambientes, onde vários estilos e décadas surgiram bem representados por seus expoentes.


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