The Mandrake Project: Bruce Dickinson em São Paulo
Publicada em 05, May, 2024 por Marcia Janini
Na noite do último dia 05 de abril, o cantor, compositor e multinstrumentista Bruce Dickinson realizou show da turnê "The Mandrake Project", em única apresentação no Vibra São Paulo.
Abrindo as apresentações da noite, o heavy pesado com elementos de speed e doom metal do Noturnall entretém o público com muita energia e vitalidade.
Em "Enquanto a Trégua Não Vem" trazendo os acordes ão nomvrascantes das guitarras aliadas ao andamento frenético da ibateria de Henrique Pucci, com letras ácidas repletas de crítica social, muito bem conduzidas pelo vocal potente de Thiago Bianchi denotando toda a urgência da letra. Recado dado! Interessante a linha melódica adotada pelo solo de guitarra na finalização, em altos slide. No vocal, forte presença de cena em um timbre aveludado, afinação privilegiada e intensas modulações vocais. Bom momento!
"Cosmic Redemption" já inicia com a agilidade das guitarras em dedilhados repletos de cromatismos, apoiando-se na cadência alucinante da bateria em andamento firme. Em dub, o baixo de Saulo Xakol surge no contraponto. Mais uma boa performance do vocal, trazendo letra mais descontraída.
Subindo ao palco por volta das 22h15, Bruce Dickinson e banda iniciam a apresentação ao som de "Accident of Birth", uma melodia que traz na introdução os acordes rascantes das guitarras acompanhadas pela pulsante e cadenciada bateria emoldurando o vocal de Bruce. Ascendendo na conversão ao refrão, a bateria de Dave Moreno explora tonalidades diferenciadas em conversões nada óbvias para o andamento constante.
Solos em semicolcheias encadeadas e grande destreza instrumental permeiam com graça a melodia de "Abduction" na ponte entre estrofe e refrão, ascendendo para glissandos rascantes em um dos bons momentos da performance individual do guitarrista. Em diálogo preciso com o afinadíssimo trio de cordas, o baixo em doom de Tanya O'Callaghan auxilia na aura de ambientação da melodia.
Em "Laughing in the Riding Bush" com o poderoso baixo de Tanya explorando tonalidades densas em diálogo com as guitarras em riffs suavizados, surge o perfeito apoio para a força do vocal de Dickinson. Potente, a melodia na cadência marcante do hard/heavy traz desenhos sonoros impactantes.
Trazendo cadenciado tétrico na introdução de "Afterglow of Ragnarok", a bateria segue em condução precisa de grande efeito, ascendendo para andamento dinâmico em junção com as guitarras de poderosos riffs rascantes em progressão. Brilhante o descontraído vocal de Bruce que traduz elementos suavizadores, remontando ao pop. Great!
Para o hit "Chemical Wedding" a bateria cadenciada introdutória denota o ralentado andamento, para a melodia pautada no hard rock de linhas clássicas, com esparsos elementos extraídos do pop no andamento de conversões precisas da bateria de Moreno e no fraseado vocal fluido de Bruce. Em um belíssimo trabalho, solo da guitarra melódica de Philip Naslund em vigorosos dedilhados traduz nova dinâmica para a explosão do refrão.
"Many Doors to Hell" já inicia vigorosa, traduzindo pitadas de country e pop rock em meio às guitarras em sonoridade heavy, para o andamento soft desenvolvido pela bateria. Grooveiro, o baixo de O'Callaghan realiza o contraponto com propriedade, para mais uma canção descontraída.
Para a introspectiva "Gates of Urizen" reforço de graves no vocal de Bruce, traduzindo ainda maior aura intimista à melodia, de andamento ralentado determinado pela simplicidade da bateria, se alia às guitarras de acordes suavizados, ascendendo para glissandos intensos da guitarra rítmica de Chris Declercq nas conversões ao refrão. Mais um importante momento do show.
Após a execução de "Ressurrection Men" uma canção de andamento ágil, surge "Rain on the Graves" em uma melodia divertida, onde o heavy metal das guitarras em afinação alta se alia ao vocal poderoso de Bruce, ralentado nas estrofes, ascendendo em modulações técnicas para o refrão marcante, onde o coro uníssono dos fãs se fez sentir, em um dos pontos de maior sinergia do intérprete com o público. Em vocalizes intensos, explorando rasgados agudos na finalização do refrão, Bruce brilha absoluto. Amazing!
Em impactante e técnica jam session instrumental surge a perfeita execução de "Frankenstein" (The Edgar Winter Group") com a performance do solo de bateria de Dave Moreno onde a linearidade do andamento constante com elementos do blues, muito bem explorado pelo baixo em dub de Tanya O'Callaghan e pelas guitarras grooveiras de Naslund e Dequercq em melodiosos arranjos de grande complexidade com o uso dos pedais de efeito wah para acordes distorcidos, dão o mote. Grande momento da apresentação, denotando o enorme talento e versatilidade destes exímios músicos. Extraindo criativa sonoridade do teremin, Bruce surge mostrando mais uma faceta, desta vez namorando com tonalidades eletro-espaciais de seu grande talento de multinstrumentista.
Em uma melodia de andamento rascante pautada na cadência constante do classic rock, "The Alchemist" traz mais um brilhante momento da performance vocal de Bruce. Explorando desenhos sonoros diferenciados, as guitarras de Philip Naslund e Chris Declercq surgem em aliterações na porção média da canção, em cromatismos de intrincada complexidade.
Em um dos mais aguardados momentos da apresentação "Tears of the Dragon" linda balada onde as guitarras traduzem sonoridade que remonta ao violão clássico, ascendendo para belíssimos arranjos solapados das cordas, surge um dos maiores sucessos da carreira de Bruce, seguido pelo encerramento ao som de "Darkside of Aquarius".
Além destes sucessos, gratas surpresas constaram do setlist da apresentação, nas execuções de "Navigate the Seas of the Sun", "Book of Thel" e "The Tower" no momento reservado ao bis, finalizando esta memorável noite.
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