Temple of Shadows in Concert em São Paulo
Publicada em 07, May, 2019 por Marcia Janini
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Na noite do último sábado (04/05), o Tom Brasil em São Paulo recebeu mais um show da turnê Temple of Shadows in Concert, de Edu Falaschi (ex- Angra) com a regência de João Carlos Martins à frente da Orquestra Bachiana Filarmônica, aliando o classic metal à música erudita de maneira primorosa, no espetáculo que abriga a gravação do DVD comemorativo de 15 anos de lançamento do álbum homônimo.
Com início às 22h00, João Carlos Martins e orquestra realizam a execução da 5ª Sinfonia de Beethoven seguida por "Deus Le Volt!" na introdução. À firme percussão do tímpano explorando tonalidades extraídas do cancioneiro celta, o naipe das cordas responde em arpejos e ataques contundentes. Amazing!
Subindo ao palco para a execução de "Spread Your Fire", Edu Falaschi e banda trazem no forte apelo da bateria em andamento frenético e nos riffs encadeados das guitarras em afinação alta grande momento do espetáculo em uma entrada impactante!
Para "Angels and Demons", mais uma canção firmemente conduzida pela bateria de Aquiles Priester em evoluções nada óbvias, explorando intensas variações dinâmicas... Aos riffs das guitarras em profundos dedilhados, aliam-se o baixo e os cellos da orquestra, em contraponto intenso... Visceral, o vocal de Edu Falaschi brilha em agudos de grande complexidade estética... Great!
"Waiting Silence" aponta o delicado predomínio das cordas na introdução. Responsável pela manutenção da cadência constante em andamento suavizado, o exímio trabalho da bateria traduz grande vigor em conversões precisas. Apoiando o perfeito vocal, dedilhados e riffs em glissandos das guitarras de Roberto Barros e Diogo Mafra emolduram com graça e ousada criatividade a melodia. Amazing!
A linda balada "Wishing Well" surge com Falaschi na execução do violão de aço, sustentando com propriedade os acentos melodiosos e bem trabalhados das conversões ao refrão. Preciosos os metais traduzem maior leveza e dinâmica sonora ao desenvolvimento da canção. Lindo momento do espetáculo!
Em participação especial no show Kai Hansen (Helloween) divide o vocal com Edu Falaschi na execução da frenética "The Temple of Hate". Nota para a incrível execução das guitarras de Barros e Mafra em precisos cromatismos, determinando versatilidade na sonoridade adotada, abrindo espaço para as brilhantes cordas da orquestra em interação na porção média da melodia. Perfeito!
Belíssima, a introdução da guitarra flamenca de Roberto Barros em toná, traduz à "The Shadow Hunter" deliciosa aura de mistério andaluz a esta canção. Apoiando com graça o refrão as madeiras desenvolvem show à parte, determinando tonalidade suavemente malemolente, dançante, em meio à explosão da bateria em cadenciado intenso... Great!
Dividindo o vocal com Sabine Edelsbacher (Edenbridge) "No Pain For the Dead" traz na introdução os arranjos dedilhados do violão clássico, em uma balada suave, delicada, ascendendo em vigor dinâmico no refrão que traduz com propriedade a urgência da letra. De timbre suavemente grave, a mezzo-soprano traduz em sua interpretação tessituras interessantes, contrastando com a melodia. Poderoso, o dueto dos vocais cresce com o apoio dos perfeitos arranjos das cordas, em arpejos vertiginosos... Mais um belíssimo momento da apresentação!
Mais uma participação especial surge na execução da frenética "Winds of Destination" onde Michael Vescera (Dr. Sin) na divisão dos vocais apresenta um belo exemplar do estilo speed metal... Em mini suíte, adotando sonoridade e tessituras vocais próximas aos estilos dark no segundo movimento da canção, mais uma avalanche sonora promovida pela intensa bateria de Priester. Ousado!
Subindo ao palco para mais uma participação especial, o pianista Tiago Mineiro (NUbalacobaco) realiza a delicada introdução de "Sprouts of Time" em arranjos que traduzem os acentos da bossa nova e deliciosa brasilidade à melodia, aliado aos belíssimos acordes sincopados das madeiras e percussão, em um dos momentos mais criativos e inusitados do show! Amazing!
Determinando suave aura reggaeira bem explorada pela percussão "Morning Star" ascende em suaves e melodiosos arranjos promovidos pelas cordas, traduzindo deliciosa dissonância entre estes em uma canção repleta de atitude! Digno de menção o trabalho da orquestra, emoldurando com graça o pesado trabalho desenvolvido pelo instrumental da banda. Intenso!
Em grata surpresa ao público, Guilherme Arantes surge conduzindo o bem temperado piano e dividindo os vocais com Falaschi para a clássica "Late Redemption" e sucinto medley de alguns de seus maiores sucessos "Meu Mundo e Nada Mais"/ "Amanhã"/ "Um Dia um Adeus" encerrando um dos mais belos instantes da apresentação. Aura de intimidade ímpar com o público!
Além destas canções, constaram do setlist da histórica apresentação "In Excelsis", "Rebirth" e "Nova Era".
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