To the Bone: Steven Wilson em São Paulo
Publicada em 28, May, 2018 por Marcia Janini
Na noite do domingo, 27 de maio, o Carioca Club recebeu o multi-instrumentista Steven Wilson (idealizador do Porcupine Tree) para mais uma apresentação de sua turnê "To the Bone".
Após a exibição do curta "Truth" à guiza de introdução, Wilson sobe ao palco por volta das 20h00, com a execução de "Nowhere Now", uma canção pautada na cadência do hard rock, com difusos elementos da sonoridade progressiva em sua estrutura.
Com acentos no folk para a introdução de "Pariah", uma bela balada, o violão entre dedilhados e acordes solapados emoldurou a suave divisão dos vocais entre Steven e Ninet Tayeb (apresentada no telão). Lindos rascantes suspensos da guitarra rítmica e o baixo em dub pontuando com suavidade a melodia surgem como belos diferenciais à canção.
"Home Invasion" traduz em sua introdução a firmeza de tétricas sonoridades pautadas no dark wave como o EBM, bem exploradas pelos sintetizadores. Ascendendo para um interessante andamento na fusão entre o r&b e o eletrônico, seguindo para roqueira linha hard, a canção apresenta intensas variações dinâmicas. Preciosos solos da guitarra melódica traduzem às conversões da bateria leveza na porção intermadiária da melodia, em um dos mais geniais e criativos momentos do show.
A densa "Regret #9" apresenta esparsos elementos da linguagem indie ao frenético andamento, contrastando com o fraseado vocal ralentado de Wilson. Nas conversões a bateria evolui para cadência próxima ao industrial, seguida pelo potente baixo em dub step. Mais um incrível momento da apresentação!
Com acordes suaves, o delicado piano introdutório para "The Creator Has a Mastertape" emoldura com suavidade o vocal de Steven Wilson, em uma balada carregada de emoção e sentimento. Esparsamente, a bateria acompanha, marcando o pulso, seguida pelo instrumental de acordes sutis, e pelo baixo no contraponto, até ascensão em vertiginosas variações dinâmicas, de peso e urgência revelados pelo brilhantismo da guitarra em riffs repletos de cromatismos e técnica. Amazing!
Para "People Who Eat Darkness", seguindo métrica próxima ao punk rock de 2a. geração em fusão com acentos hard e elementos pop, numa canção de linha melódica consistente, surge um dos momentos mais descontraídos da apresentação.
"Ancestral" com o forte pulsar da bateria eletrônica permeada por samplers de efeito surge suavemente dançante, o vocal se delineia com fluidez em mais uma canção diferenciada. Ascendendo em variação dinâmica, o forte instrumental da bem conduzida bateria segue em primorosas e complexas evoluções, seguida pelos glissandos dos teclados e riffs extremamente técnicos das guitarras, em interessante fusão. Na finalização, o frenético andamento de linhas pautadas no heavy encerra com propriedade a canção.
Após pausa de aproximadamente 15 minutos, a segunda parte da apresentação tem início com "Arriving Somewhere but Not Here" pautada sob a influência do progressive rock, em um grande hino do rock contemporâneo. Na melodia, com grandes variações em andamento e cadência, as guitarras surgem em estruturas de movimentos cíclicos no último movimento da melodia, acompanhada pelo firme instrumental determinado pela bem pontuada bateria. Grande momento do show!
Intensa "Permanating" traduz charmosa aura retrô ao show, com acentos pautados na sonoridade da new wave 80's em uma deliciosa melodia, permeada pelos festivos acordes do teclado. O andamento constante muito bem conduzido pela bateria, aliada ao potente baixo no contraponto e acordes precisos das guitarras nas conversões ao refrão, fazem deste um especial e descontraído momento da apresentação.
Mais momentos especiais do espetáculo surgem na execução da cadenciada "Song of I", que traduz delicada aura dançante, com elementos do soul e r&b sob a base pop, seguida por "Lazarus", mais um grande sucesso do Porcupine Tree, revisitada com grande esmero.
Além destas canções, o show foi marcado por momentos especiais na execução de canções como "Heartattack in a Layby", "Sleep Together" e "Song of Unborn".
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