O Swing Gitano de Sidney Magal em São Paulo
Publicada em 25, Feb, 2018 por Marcia Janini
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O Espaço das Américas em São Paulo recebeu Sidney Magal, um dos maiores expoentes da música popular brasileira em única apresentação na última sexta-feira, 23 de fevereiro.
Antes de render-se ao charme sedutor do intérprete, o público pode apreciar o bem escolhido setlist do DJ, em prévia ambientação ao espetáculo, com a discotecagem de vários sucessos nacionais e internacionais dos anos 70 e 80, passando por vários estilos dançantes.
Para a triunfante entrada de Magal, como música incidental introdutória "Abre Alas" (Ivan Lins), em versão efusivamente dançante.
Iniciando a apresentação os grandes hits "Tenho" e "Se Te Agarro Com Outro Te Mato", com a presença do corpo de baile em elaboradas coreografias, traz já no início da apresentação ponto alto de sinergia palco-platéia.
Em um inspirado pout-pourri de canções populares, surgem sucessos como "Gosto de Maçã" (Wando), "Escancarando de Vez" (Elymar Santos) e "Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme" (Reginaldo Rossi) em releituras bem cuidadas e belíssimos instantes da performance individual de Sidney Magal, em modulações de grande beleza estética em meio à fluidez das letras e aos arrojados arranjos das melodias...
Em um dos momentos mais efusivos da apresentação, a execução de "Meu Sangue Ferve Por Você" causa grande furor na platéia. Na finalização esparsos elementos de samba, determinados pelo piano e pelo cadenciado da bateria encerram de forma única a canção.
Para a especial porção do show que relembrou os grandes sucessos da jovem guarda, surge o medley entre "Pode Vir Quente Que Eu Estou Fervendo" e "Minha Fama de Mau" (ambas de Erasmo Carlos), "Ele é o Bom" (Eduardo Araújo) e "Eu Sou Terrível" (Roberto Carlos), em roqueiras e dançantes versões, próximas às originais, contando com a impecável presença do corpo de baile, que explorou os ágeis e belos passos do rockabilly. Amazing!
Em momento intimista da apresentação, a emocionante versão para "Olha" (Roberto Carlos), na delicada cadência standard do jazz, bem emoldurada pelo brilhante sax tenor nas conversões. Lindo!
Suavizada, na cadência rancheira do country, surge a ousada releitura para "Ciúme" (Ultraje a Rigor), com esparsos elementos de bolero na percussão em bongós das finalizações... Delicioso impacto para os habituados à versão original da canção, revelando um pouco da enorme versatilidade de Sidney.
A dançante lambada "Me Chama Que Eu Vou" surge com introdução em soul/disco, para na sequência retornar à cadência e métrica originais... O afinadíssimo trio de metais emoldura com vitalidade e elegância o potente e íntegro vocal de Magal. Perfeito!
Para "Entre Tapas e Beijos" (Leandro & Leonardo) em ritmo próximo ao merengue caribenho, mais uma genial canção é revisitada com grande dinamismo. Digna de menção a perfeita condução da bateria, determinando o frenético andamento.
Após dividir os vocais com o responsável pelos arranjos da eletrônica roupagem para "Menina Veneno", Magal traz a salsa latina em um dos mais dançantes e impactantes instantes da apresentação com a execução de "Queda-te Un Poco Más"(Omar Alfano) determinada pela exímia percussão e pelos afinadíssimos metais, em uma explosão de sensualidade.
Constantemente se reinventando Magal em "Um Brinde à Vida" envereda pela cadência das sonoridades street em um inspiradíssimo rap, repleto de crítica social na bem elaborada letra, dividida com o fraseado vocal ligeiro de Rincon Sapiência.
Trazendo o rock rural de Zé Rodrix em "Roupa Prateada", na melodia repleta de variações dinâmicas bem determinadas pelos solos de guitarra em alucinantes riffs nas conversões ao refrão, se revela mais uma faceta do performático intérprete, que passeia com garbo e dinamismo por tão variados estilos. Great!
O grande hit "Sandra Rosa Madalena" traduziu a beleza e sensualidade das árias ciganas em meio aos arranjos marcantes do pop soul, num irresistível convite à descontração com instantânea resposta dos fãs, finalizando mais uma grande apresentação da turnê comemorativa de Magal. E que venham mais 50 anos para o eterno "cigano" brasileiro!
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