Mighty Mighty Bosstones: Energia e Good Vibes
Publicada em 13, Aug, 2016 por Mumu Silva
O Mighty Mighty Bosstones está entre os artistas que transformaram a paisagem sonora alternativa americana nos anos 1980 e 90, assimilando diferenças sonora do ska, do punk e do hardcore, transformando tudo em um empolgante e novo tipo de som, o ska-core, que para nossa tristeza demorou mais de 30 anos para se apresentar ao vivo no Brasil, mas o resultado de tamanha ansiedade foi um show memorável que pode ser definido em uma única expressão, “Good Vibes”!
Quando foi anunciado o show dos americanos em terras brasileiras, ouve um pequeno frenesi na comunidade alternativa pois todos estavam loucos para verem ao vivo a performance do vocalista Dicky Barrett, do baixista Joe Gittleman, do saxofonista tenor Tim "Johnny Vegas" Burton, do baterista Joe Sirois, do saxofonista Kevin Lenear, do guitarrista Lawrence Katz, do trombonista Chris Rhodes e claro, do performático dançarino Ben Carr. Quem esteve no carioca clube neste sábado 06/08/2016, terá história para contar.
Vale mencionar que foi uma pena o público não ter entrado massivamente antes para presenciar as bandas de abertura, primeiramente com a ótima banda de surf music instrumental, Os Brutus. Seguida pelos experientes paulistas do Anjo dos Becos, que é capitaneada pelo ótimo vocalista, Pirata. Os pontos altos desse show foram as músicas “Na Noite Somos Todos Iguais” e a cover de “de Até Quando Esperar”, da Plebe Rude.
Com a casa cheia de um público animado e ansioso, na hora do show dos Bosstoness, o show começou uma explosão ao som de “DR D”, seguida de “Rascal King”, com todos pulando e cantando junto com a banda.
Canções como, “Simmer Down (cover de The Wailers)”, “Where’d You Go?”, “He’s Back“, “Nah Nah Nah” e “Another Drinkin’ Song” fizeram o público cantar do começo ao fim, muitos pogeando outros moshando e alguns somente pulando e socando o ar. O destaque fica por conta da cover do The Clash “Rudie Can’t Fail”, uma das mais esperadas.
Os Bosstoness falam pouco com o público, fato que em nada faz com que a banda pareça antipática, é incrível a energia transmitida por cada membro da banda, que pula, grita, corre aponta para o público e dança sem parar. Eu mesmo tentei ensaiar uma dancinha no embalo de Ben Carr, mas não obtive muito sucesso, mesmo assim, era contagiante olhar os rostos empolgados de todos no show.
O extenso e misto setlist foi digno de uma espera tão longa, “Sunday Afternoons On Wisdom Ave”, Hope I Never Lose My Wallet”, “Don’t Worry Desmond Dekker”, a empolgante “They Will Need Music” e para fechar a primeira parte do show a escolhida foi “A Pretty Sad Excuse”.
O ritual de grand finale se repete mais uma vez, a banda sai do palco, o público grita insanamente pelo retorno e eles atendem para tocar o bis. O retorno é com a inédita “Muhammad”, seguida de “You Gotta Go”, o desfecho fica por conta da clássica “Devil’s Night Out”, música do disco homônimo de 1989.
Muitos adjetivos podem ser ditos ao show dos Bosstoness, uma banda competente e incrivelmente entrosada, uma energia e empolgação incomensuráveis, uma sonoridade ímpar que te faz querer dançar sem parar, e uma vibe boa que te faz querer ficar ali por tempo indefinido, somente sorrindo, pogando e moshando. O Bosstones mudou a cara da música alternativa americana, que seu retorno não demore mais 30 anos. Vida longa aos Mighty Mighty Bosstones.
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