Anneke Van Giersbergen e Kari Rueslatten: Fadas que conquistaram São Paulo
Publicada em 13, Apr, 2016 por Joao Messias Jr.
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O dia 10 de abril de 2016, um domingo típico de verão, foi uma data que tem tudo para ser inesquecível para os paulistas. O motivo é mais do que justo, pois se trata da única apresentação do The Gentle Storm pelo país. O Projeto formado por Arjen Lucassen (Ayreon, Ambeon, Star One) e Anneke Van Giersbergen, que transmite uma música de climas épicos, suaves e pesados gerou o álbum The Diary, lançado em 2015, que rendeu ao grupo apresentações pela Europa e América do sul, cujo encerramento foi em São Paulo.
O local escolhido foi o Hangar 110, casa que já acolheu e acolhe grandes nomes da música nacional e internacional como Torture Squad, Nervosa, CJ Ramone, Voivod, entre outros, além de ter recebido Anneke em outras ocasiões.
Cerca de duas horas antes das apresentações, às 18h, uma enorme fila adentrava a entrada do local. Pouco tempo depois, foi liberada a entrada para público e imprensa, mas as apresentações só tiveram início às 20h com a fada norueguesa Kari Rueslatten. Com mais de vinte anos de carreira e tendo figurado em bandas/projetos como The 3rd and the Mortal, The Sirens e uma ativa carreira solo, cativou os público com sua bela voz. Acompanhada apenas do guitarrista Jostein Ansnes, mostrou uma música suave, que nos enche de paz. Sentimentos que afloraram com a intimista Battle Forevermore, de seu mais recente álbum, To The North, de 2015. Uma volta ao passado foi feita por meio de Spindelsin, de 1997, cujo clima etéreo, ganhou de vez o público, que a ovacionou ao final de Why So Lonely, essa dos tempos do The 3rd and the Mortal. Em Paint the Rainbow, Kari pede educadamente para que os presentes não aplaudissem apenas a ela, mas também Jostein, que fez um belo trabalho durante o set. O clima era tão bom e positivo que mesmo a escorregadinha no final de Make Me A Stone foi motivo de aplausos, que foram retribuídos com um “I Love You”. E quando você pensa que não vai se emocionar mais, o set reservava as apoteóticas Other People Stories (que lembra muito os últimos trabalhos da cantora Amy Grant) e a etérea To the North, que contou com o público palmeando a canção até o fim. Após sua apresentação, Kari atendeu e tirou fotos com os fãs, como uma retribuição por todo o carinho recebido.
Com uma rápida ajeitada no palco, às 21h teve início o grande momento da noite. Com as belas Marcela Bóvio (Stream of Passion) e Anneke em seus postos, devidamente acompanhadas de Ruud Jolie (guitarra, Within Temptation), Ferry Duijsens (guitarra, The Sirens), Johan Van Stratun (baixo, Stream of Passion) e Koen Herfst (bateria, Dew Scented), começaram a longa apresentação com Endless Sea e Heart of Amsterdan. A primeira, com seu jeitão de trilha de filmes e a segunda bem dançante mostraram o poder de fogo da banda, que mesmo sem um de seus criadores (Arjen Lucassen) reproduz com clareza e sentimento o conceito do trabalho.
A pesada The Brightest Light teve a presença de Marcela Bóvio à frente do palco dividindo as vozes com Anneke. O que dizer? Que estávamos diante de duas das melhores cantoras dessa linha musical. A primeira, com seu background mais clássico e a segunda com seu timbre poderoso que agrada fãs do metal ao indie. Seu passado com o The Gathering teve sua primeira visita com a cativante Eleanor, do clássico Mandylion, de 1995 numa digna seção nostalgia, enquanto New Horizons encerrou a primeira parte do set.
Em seguida, Anneke retorna de forma bem descontraída e no melhor estilo voz e violão nos presenteou com uma intimista versão para Wish You Were Here (Pink Floyd). Set que ainda contou com Valley of the Queens, do Ayreon, mais uma vez contando com Marcela na divisão das vozes.
O peso foi retomado com a épica Cape of Storms e a sinfônica The Greatest Love mantiveram o nível elevado do show, assim como a experimental Witnesses. A homenagem aos outros projetos dos envolvidos continuou com Strange Machines (The Gathering), que terminou de forma apoteótica com Anneke retribuindo com um “I Love You”. Isis And Osiris, do Ayreon foi outro belo momento, pois apesar de pesada, ela possui um clima medieval com algo pop, que emociona mesmo, onde sob muitos aplausos, o grupo deixa o palco mais uma vez.
Rapidamente o grupo retorna e manda os dois últimos sons da noite: a grudenta Fall Out (Devin Townsend Project) e a sinfônica Shores of India coroaram o show, que tem tudo para figurar na lista de melhores do ano das publicações voltadas ao rock e metal.
Não apenas pela sua beleza Anneke, Marcela e Kari mostraram que seu talento tem tudo para cravar cada vez mais seu lugar no coração dos fãs brasileiros.
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