Ney Matogrosso em São Paulo
Publicada em 05, Oct, 2015 por Regiane Donadi
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É difícil encontrar um predicado que faça jus quando se trata de Ney Matogrosso. Com 74 anos de idade e 40 de carreira, esse artista tão incrível continua provocador como ninguém sabe ser e esbanjando muita energia e sensualidade.
"Atento aos Sinais", o disco mais recente - lançado em 2013 - e que ganhou um registro especial em DVD no ano seguinte, foi a base para a apresentação na noite desse sábado, 3, no Citibank Hall, em São Paulo.
Apenas 10 minutos após o horário marcado, no seu trono espelhado e com um figurino de tirar o fôlego, "Rua da Passagem" mostrou a que veio com um tom bem rock and roll, enquanto os belíssimos telões de LED ao fundo mostravam cenas do cotidiano, com suas ruas emaranhadas pelo trânsito.
Com olhares mais do que atentos, mas com reações ainda tímidas, o público digeria e se deliciava com cada detalhe.
Mantendo a sequência do DVD, “Incêndio” veio em seguida, lembrando as insatisfações do povo, através de cenas de protestos.
Mas foi com “Vida Louca Vida”, um dos poucos hits do repertório e coberta por imagens de várias fases da carreira, que as reações começaram a aparecer.
E para que o público mergulhasse cada vez mais na apresentação, nada foi feito às escondidas. Nem mesmo as trocas de figurino. Elas estavam ali. No palco. E com o seu jeitinho peculiar, Ney enlouqueceu a plateia, que oscilou entre os burburinhos e os gritos de “gostoso”, que ecoavam pelo espaço.
Quando “Roendo as unhas” começou algumas pessoas já estavam sem as suas, devido ao momento anterior e ao gingado de Ney durante a música. E que gingado!
O momento de calmaria ficou por conta de “Noite torta” e a lindíssima “A ilusão da casa”, que foi de arrepiar!
Mas ainda tinha muitas coisas para saborear e mais uma troca de figurino foi feita. Dessa vez mais demorada, causando um frisson geral.
“Two Naira Fifty Kobo” e “Freguês da meia noite” aumentaram ainda mais as reações e com “Isso não vai ficar assim”, Ney desceu até a plateia e deu chance para os mais “exaltadinhos” se apresentarem, com direito a rosa, muitos beijos e, pasmem, até selfie!
Daí por diante ninguém se conteve mais, mas no melhor sentido que se possa imaginar. “Pronomes” e “Tupi fusão” provocaram muitos rebolados e imitação de bichos pela plateia. Algo fácil de compreender porque esse é o efeito que o Ney sempre causa em quem o assiste. E “Não consigo”, entre elas, ficou poderosa ao vivo. Impossível ficar parado com aquela percussão pulsando e te envolvendo a cada segundo.
“Samba do Blackberry” arrebatou de vez, fazendo duas garotas dançarem na frente do palco e, antes mesmo do segurança chegar para retirá-las, Ney pediu para que as deixassem lá. Pedido que “abriu a porta” para boa parte da plateia se levantar e ficar mais perto dele durante “Todo mundo o tempo todo”.
O bis foi com “Amor”, “Poema” e “Ex-amor” e ainda teve espaço para atender um último pedido: “Beijos de Imã”.
E a certeza que ficou é que quem o vê ao vivo sempre quer vê-lo novamente, afinal os seus shows são sempre intensos, trazendo uma grande energia de alegria e renovação.
Setlist:
01 Rua da Passagem
02 Incêndio
03 Vida Louca Vida
04 Roendo as unhas
05 Noite torta
06 A Ilusão da casa
07 Two Naira Fifty Kobo
08 Freguês da meia noite
09 Isso não vai ficar assim
10 Pronomes
11 Não consigo
12 Tupi fusão
13 Samba do Blackberry
14 Todo mundo o tempo todo
15 Amor
16 Poema
17 Ex-amor
18 Beijos de Imã
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