Extremos do Rock: Extreme em São Paulo
Publicada em 15, Jun, 2015 por Marcia Janini
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Comemorando 25 anos de carreira, a banda Extreme realiza show da turnê "Pornograffitti" em São Paulo. Para o show de abertura Richie Kotzen e banda sobem ao palco do HSBC Brasil por volta das 21h30 do sábado, 13 de junho.
Em "Cannibals", se denotam as influências no blues, num brilhante trabalho do baixo em dub, surgindo no contraponto à bateria suavemente cadenciada, bem temperada, com condução firme. Guitarra distorcida alterna em variações dinâmicas nos inteligentes acordes.
"Help Me" traz atmosfera mais descontraída, numa melodia fluida, explorando elementos de sonoridades alheias ao universo do rock, num apelo pop bem interessante e criativo.
A introspectiva balada "Remember" traduz quebra da linearidade dinâmica bem medida na adoção dos recursos do chimbal remetendo em métrica às canções do post-grunge, num trabalho inovador e coerente, fugindo à mesmice das love ballads.... Muito bom!
Em "Fooled Again" a introdução em groove denota elementos do jazz e soul na fusão com o peso do hard rock. Com elementos esparsos remetendo ao psicodelismo do rock progressivo nos vertiginosos glissandos (slides) da guitarra, adornados de cromatismos, a canção surge com ares de grande hit, numa sonoridade privilegiadamente bem construída.... Amazing!
Subindo ao palco por volta das 22h15, o Extreme surge cheio de energia com a descontraída "Decadence Dance". Nos aparatos cênicos, ciclorama exibe imagens associadas à nova turnê. O privilegiado esquema de iluminação auxilia na manutenção da atmosfera metal, que permeou toda a apresentação.
Em "Li´l Jack Horny", o peso surge na densidade expressa pela condução da bateria e baixo em dub, com reforço de bass, num perfeito contraste à guitarra distorcida de notas altas. Alternância de acordes solapados e rascantes surgem como diferencial às conversões.
A ousada "When I´m President" traduz toda a força do metal por meio do frenético andamento determinado pela guitarra em junção à vigorosa bateria cadenciada, crua, visceral em um bom momento da apresentação.
Com cadência suavizada "Get the Funk Out" aborda elementos do universo black, como a batida binária do groove e o perfeito baixo blueseiro em step de forma inteligente, com apelo pop, numa composição leve e descontraída.
Carismático, após agradecer o carinho dos fãs brasileiros, o Nuno Bettencourt entoa "More Than Words", o maior sucesso da banda, com o coral uníssono dos fãs, no momento mais importante da apresentação, atingindo o clímax de sinergia com o público. Perfeito e acolhedor, escapando com propriedade ao intimismo clichê... Genial!
Ascendendo para uma canção pop rock deliciosa de ouvir em sua forma métrica, enxuta e desprovida de maiores excessos "Money (In God We Trust)" precede a enérgica "It (´s a Monster)", trazendo de volta a aura rock n´ roll da primeira metade dos anos 90.
Na execução de "Pornograffitti", canção que intitula a turnê comemorativa da banda, mais um bom momento do show. Solos levemente rascantes da guitarra no refrão, aliada à impecável condução da bateria em sonoridades nada óbvias faz desta uma memorável canção, charmosa e atual, sem abrir mão do ar retrô.
A intimista "When I First Kissed You", com a grata participação de Bettencourt no piano, traduz o romantismo na charmosa cadência do standard à apresentação. Gary Cherone brilha com seu vocal suave, numa performance digna dos melhores crooners de ragtime... Agradabilíssimo presente para os fãs.
Novamente fundindo o delicioso traço do groove ao hard rock, "Suzy (Wants Her All Day What?)" surge trazendo acento suavemente dançante ao show, antecedendo a futurista e robótica "He-Man Woman Hater", em um ousado e inusitado momento do show, onde a técnica dos rascantes glissandos remonta às criativas paisagens sonoras exploradas pelo psicodelismo e progressive rock 70´s. Momento de demonstração da excelência estética e perícia destes grandes músicos. Extasiante!
Pontos altos do espetáculo surgem nas execuções de "Hole Hearted" e "Rest In Peace", dois de seus grandes hits.
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