Hello, São Paulo: Information Society
Publicada em 08, Nov, 2014 por Marcia Janini
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Na madrugada do último dia 7 de novembro, por volta da 1h15 da madrugada, a banda sobe ao palco do Brook´s, uma das mais novas casas de espetáculos da capital, para mais um show de sua turnê "_hello world".
A emblemática banda, ícone do synthpop 80´s apresenta-se com aparato cênico pautado no que há de mais moderno em tecnologia. Com instrumental de última geração, entre sintetizadores, baterias eletrônicas, crossfaders, controladoras e demais instrumentos da moderna música eletrônica, em um cenário aparentemente simples, com a adoção de telão/ciclorama de fundo, exibindo imagens abstratas e trechos de clipes relacionados às canções apresentadas, conta também com impactante esquema de iluminação, com predominância do branco, traduzindo atmosfera sofisticada e clean ao palco.
Logo na primeira canção apresentada "The Prize", a performática banda aprsenta-se com figurino inspirado nos robóticos cyborgs, em melodia dançante, moderna sem perder a charmosa aura retrô. Transgressora e irônica, sugere a incerteza e descontentamento dos tempos modernos na melodia repleta de profundas variações dinâmicas e na letra satírica.
Prosseguindo o espetáculo "Beautiful World"(releitura para o clássico do Devo, uma das mais marcantes influências no trabalho da banda), trazendo elementos inovadores do eletrônico atual, como o viajante trance, seguido pela suave "Come With Me", a banda diverte-se e transmite esta lúdica impressão ao público na execução de "Running", com várias performáticas e divertidas evoluções de Kurt Larson, ao brincar com robô de brinquedo que percorreu o palco, num dos momentos mais descontraídos do show.
Após pequena pausa, com vinheta introdutória explorada nos telões, com troca dos figurinos, o grande hit "Peace and Love Inc.", contagiante e atemporal, marca mais um ponto alto da apresentação, com grande resposta do público, num dos momentos de maior comunicação com a platéia. Como música incidental, sampler de "Bizarre Love Triangle" (New Order), surge na finalização desta interessante releitura, aliando o trabalho de remixagem à melodia original, numa composição extremamente ousada e transgressora, mesmo para os padrões métricos atuais.
Suavizando a apresentação, "Above and Below" explorando sonoridades etéreas e calmas extraídas do minimal e trance, seguida pela urbana "Walking Away", apresentando breaks estratégicos com mais solos instrumentais permeados de elegantes dissonâncias e cromatismos, denota o intenso trabalho de pesquisa e renovação da banda em mais um ponto forte da apresentação, com intensa participação do público.
"Burning Bridges", na constante e descontraída cadência da house music, traz alguns recursos nos samplers, explorando sonoridades mais densas, de maior valor e peso dinâmico, com reforço de bass e efeitos robóticos na nada óbvia conversão ao refrão... Dançante e atual!
Em mais um tranquilo momento do show "Jonestown" surge como suave preâmbulo para a clássica "Think", em versão revisitada, com a adoção de recursos robóticos e futuristas, com andamento ligeiramente lento, cadenciado, diferindo da versão original de estúdio.
"Land of the Blind", revela o que de mais inovador e criativo a banda têm realizado em estúdio nos últimos tempos, com variados recursos modernizadores e a charmosa e precisa fusão entre elementos clássicos e atuais da música eletrônica. Assim, entre a cadência bem delimitada do synthpop, techno, dance e house, surgem sonoridades extraídas do minimal, trance e psy, em melodia dançante e descontraída, entremeada pela ousada criatividade da banda.
As clássicas "What´s On Your Mind", "Repetition" e a atualíssima "Going, Going, Going" são interpretadas para alegria dos fãs, encerrando a apresentação e o bem escolhido set list, que privilegiou além dos grandes hits da carreira as atuais canções de trabalho.
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