Primórdios do rock eletrônico no synthpop de Peter Hook and the Light
Publicada em 04, Nov, 2014 por Marcia Janini
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Na noite de sexta-feira, 31 de outubro, por volta das 23h45, Peter Hook e banda subiram aos palco do Clash Club para mais um espetåculo da turnê "Low Life and Brotherhood Tour", onde os grandes sucessos do Joy Division e New Order são relembrados.
Com aparato cênico simples, composto por telões de fundo e laterais, que exibiam imagens simbólicas, a banda privilegiou exatamente o que o público buscava - horas de canções interpretadas magistralmente, com extrema técnica e perícia pelos excelentes instrumentistas. Iniciando o show, o clássico "Atmosphere" em versão fidedigna à gravação original, em uma inspirada performance individual de Hook.
Na sequência "Transmission" e "Ceremony", outros grandes hits agitam o numeroso público que acorreu ao show, em versões em tudo iguais às originais, numa apresentação que perdurará na memória dos fãs.
"Disorder", mais um ponto alto da apresentação traduz com sua melodia atemporal a urgência expressa pela letra. Digna de menção a condução perfeita da bateria, numa demonstração de extrema técnica e agilidade, num dos momentos mais impactantes do show.
Aos primeiros acordes introdutórios de "Isolation", seguida pela eletrizante "She's Lost Control", com a etérea e dissonante atmosfera dos sintetizadores, o público respondeu prontamente, revelando a grande sinergia entre palco/plateia.
"Shadowplay", cheia de vitalidade, demonstra em seus acordes a inquietude de uma juventude que ansiava por mudanças, o que torna esta canção atemporal, mesmo após cerca de 30 anos de sua composição, representando ainda hoje toda a ousadia e dramaticidade do post-punk. Amazing!
Na segunda parte da apresentação, dedicada à carreira de Hook com o New Order após "Let´s Go" e "Lonesome Tonight", canções experimentais que marcam a busca de uma nova identidade e estilo após o término do Joy Division, ainda mantendo o peso e dinâmica post-punk na influência sonora e na métrica, surge a ousada e dançante "Thieves Like Us", em inovação que determina a proto-síntese do que viria a ser o synthpop, fórmula de sucesso do New Order e de várias bandas na metade dos anos 80.
"Love Vigilantes" e "The Perfect Kiss" outros grandes hits da banda, apresentam em meio aos sintetizadores e arranjos ágeis das cordas a bateria cadenciada típica do post-punk e o fraseado vocal ralentado, numa fusão perfeita, que tornou-se clássica do período. Para dançar, curtir e relembrar!
O espetáculo, seguindo linearmente as variadas fases da carreira de Peter Hook com o Joy Division e o New Order traduz fielmente os melhores momentos de ambas as bandas, sem incorrer em versões revisitadas e recursos modernizadores, demonstrando a força e atemporalidade de suas canções, ofertando ao público o que de melhor sua genialidade produziu em aproximadamente três décadas. Genial!
A canção B-side "This Time of Night", considerada grata surpresa no espetáculo, surge cheia de vitalidade e graça, abrindo preâmbulo para a ousada "Elegia", de introdução densa e andamento frenético, trazendo o retorno das origens no post-punk indie da banda...
Além destas canções sucessos como "Subculture", "Bizarre Love Triangle", "Shellshock" e "True Faith" também constaram do bem elaborado set list da banda.
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