Dream Theater em São Paulo
Publicada em 05, Oct, 2014 por Marcia Janini
Na noite do último sábado, 4 de outubro, a banda realizou show de sua turnê "Along For The Ride", em única apresentação no Espaço das Américas.
Subindo ao palco religiosamente às 21h00, a banda inicia seu espetáculo após a grandiloquente e impactante vinheta de abertura "False Awakening Suite", acompanhada por imagens que remetem aos clipes musicais da banda em ciclorama/ banner localizado no proscênio.
Primeira canção executada, "The Enemy Inside" traduz em sua intrincada melodia elementos pautados no medievo, além das visíveis influências no rock progressivo. Vertiginosas variações em dinâmica e andamento, explorando a fusão com o peso do heavy metal, aliam-se ao vocal técnico e suave, em modulações complexas.
"The Shattered Fortress", traduzindo já na introdução características do folk céltico, determinada pela bateria cadenciada e guitarras em acordes melodiosos, apresenta teclado em notas suspensas, ditando aura etérea, ascendendo para andamento frenético do heavy, em uma explosão das guitarras solapadas, de acordes preciosos e incomuns. Em estrutura de suíte, remontando à música clássica, a canção apresentou distintos movimentos, emoldurada pelo brilhantismo de James LaBrie, em fantástico momento da apresentação, explorando guturais de tonalidades perfeitas, seguidos por vocalizes de uma rara perfeição estilística!
Nota para a performance individual do exímio baterista. De dentro de sua "ilha", Mike Mangini explora sonoridades nada convencionais, num show à parte de técnica e criatividade. Ousado, passeia por estilos e vertentes variadas com extrema naturalidade e propriedade. Impressionante!
A diáfana introdução de "On The Backs of Angels", apresenta a extrema agilidade e perícia na condução instrumental do guitarrista, aliado ao perfeito contraponto entre baixo e bateria, mais uma vez realizando um trabalho percussivo totalmente diferenciado, com a presença de címbalos, suavizando os momentos de dinâmica mais intensa, agindo de forma complementar aos incríveis acordes do teclado, em sonoridade organística. Lindo momento do espetáculo!
Um dos maiores sucessos da banda "The Lookin Glass", na cadência forte do metal surge com ares introspectivos na conversão ao refrão suavizado, abordando esparsas notas do teclado e bateria cadenciada em acompanhamento ralentado. Guitarra surge com brilhantismo, adotando tonalidades agudas, terminações em suspensão e cromatismos inusitados.
Em mais um momento esteticamente perfeito, surge o instrumental forte, bem pontuado, preciso e técnico da banda em "Trial of Tears", adotando tonalidades etéreas, baseada nos sons da natureza, remontando ao new age. Bateria surge mais vigorosa, em acordes tribais emoldurando o vocal perfeito, de timbre límpido e suave. O teclado surge também primorosamente, precedendo com energia as conversões ao refrão, em um solo de agilidade e destreza absolutas na finalização. Pontuando as mudanças de movimento, a guitarra surge absoluta, plena, em um verdadeiro show de técnica, precisão e ousadia estética. Fantástico!
Igualmente dignas de menção as perfeitas performances vocais de LaBrie, ricas em solfejos e vocalizes poderosos, com perfeitas modulações em um timbre único, diferenciado, preciso e ao mesmo tempo, suave. De uma força velada, etérea, mágica. Magnífico!
Já iniciando com grande peso dinâmico na introdução, em um verdadeiro show do baixo de John Myung determinando totalmente o andamento e cadência da melodia, "Enigma Machine" demonstra mais uma vez a grande versatilidade e ousadia destes talentosos músicos, em uma melodia intrincada, de extrema complexidade sonora. Após o impactante solo de bateria de Mangini, a melodia prossegue com suas variações dinâmicas vigorosas e intensas, numa finalização perfeita!
A suave balada "Along For The Ride" marca um dos raros momentos de introspecção da apresentação, aliando à suave composição da melodia mais uma inspirada performance vocal de seu front man. Great!
Mais uma canção de sucesso, repleta de recursos verticalizadores, como retardos no andamento introdutório, acordes rascantes das guitarras e bateria cadenciada "Breaking All Ilusions" traduz aura de grande densidade. Efeitos vocais robóticos extraídos de sintetizadores, denotam à canção toque de modernidade e ousadia. Bom momento do show!
Após vídeo com cenas de bastidores, demonstrando de forma bem humorada muitos momentos descontraídos da banda, a segunda parte do espetáculo têm início, trazendo clássicos como "The Mirror", "Lie" e "Scarred".
Além destas canções, constaram no set list do espetáculo os sucessos "Strange Déjà Vu", "The Dance of Eternity", e "Finally Free" especialmente escolhidos para o momento do bis, finalizando majestosamente a histórica apresentação de, aproximadamente, três horas de duração. Amazing!
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