18o. Cultura Inglesa Festival
Publicada em 29, May, 2014 por Marcia Janini
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Na edição deste ano, a organização do evento encerrou a programação que envolveu variadas atrações e atividades entre os dias 9 e 25 de maio na Praça Cívica do Memorial da América Latina em São Paulo com grande show aberto ao público.
As atrações musicais iniciaram as apresentações na tarde do último domingo, iniciando por alunos e professores do staff da escola de idiomas, onde releituras e composições próprias foram executadas.
Por volta das 17h00, em meio à forte chuva, frio e ventania, a intérprete Monique Maion realizou sua apresentação tributo à cantora Amy Winehouse.
Intimista e com caracterização cênica perfeita, acompanhando-se ao piano com apoio de contrabaixo acústico, a cantora interpretou releituras inusitadas de clássicos da mpb na abertura de sua apresentação além de canções de sucesso de Winehouse como Back in Black.
Animando o público, a banda indie Los Campesinos! realizou apresentação linear, com set list bem escolhido e canções que remeteram aos primórdios do indie post-punk dos anos 70 e 80, super descontraídos.
O gostoso medley entre "As Lucerne/ The Low" já trouxe logo no início da apresentação um bom momento. Em meio à vigorosas notas dos teclados e sintetizadores, o público pode apreciar o delicado tom retrô da melodia, sem deixar de lado a modernidade de elementos extraídos das vertentes mais atuais do pop rock e da música eletrônica, numa fusão interessante e bem construída estilisticamente.
"By Your Hand" explorou recursos importantes como a linha de baixo em dub e o teclado em acordes vigorosos, fundindo-se à bateria cadenciada com reforço de bass, emoldurando primorosamente a letra reflexiva e atual.
Além destes sucessos canções como "Hello Sadness", "For Flotsam", a densa "Cemetery Gates" e a dançante "You! Me! Dancing!", constaram do bem eleborado set list.
A aguardada apresentação da banda darkwave The Jesus and Mary Chain teve início por volta das 19h30, com a execução do clássico "Snakedriver".
Nota para as inspiradas performances de seu intérprete Jim Reid, em excelente forma vocal, imprimindo às canções seu timbre único de caráter suave e aveludado, em velada elegância e simplicidade, abolindo solfejos e modulações desnecessárias.
"Head On", com introdução densa, explora recursos das guitarras distorcidas em acordes altos e os bem pontuados sintetizadores. A bateria cadenciada, em condução firme, determina com suavidade e precisão o andamento da canção.
"Blues From a Gun", apresenta em seu andamento ralentado suavidade, densidade e o perfeito tom melancólico característico ao estilo, num momento mais denso e introspectivo da apresentação, entretanto, nem por isso menos belo.
A intensa "Teenage Lust" traduz em acordes preciosamente dissonantes, repletos de conversões e variantes inusitadas e criativas o espírito de rebeldia e atitude desafiadora da juventude, em sonoridade aparentemente despojada, entretanto, repleta de significado e intrincados recursos estéticos emprestados de outras vertentes musicais.
A forte chuva, que havia dado uma trégua desde a apresentação da banda anterior principiou a cair fortemente aos primeiros acordes de "Happy When It Rains", entretanto, nem a forte chuva desanimou os fãs, que continuaram apreciando a apresentação, participando ativamente do espetáculo.
Canções de sucesso como "All Things Must Pass", "Cracking Up" e "The Hardest Walk" constaram do set list da apresentação entretanto, clássicos aguardados como "Darklands" e "April Skies" não foram contemplados no espetáculo.
Após pequenos problemas técnicos apresentados durante as execuções de "Sidewalking", "Halfway to Crazy" e "Just Like Honey", a apresentação prosseguiu sem maiores sobressaltos, e a banda encerrou sua participação no festival após um bis de três canções, sem grandes despedidas ou extensas finalizações, realizando uma apresentação linear e coerente, que certamente agradou à legião de fãs que acorreram ao evento.
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