Heavy Metal: As Influências da classic and new school
Publicada em 13, Jul, 2011 por Marcia Janini
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No último sábado, 9 de julho, o HSBC Brasil recebeu os shows de Jorn Lande e Mr. Big, com capacidade esgotada e início por volta das 21h30.
Iniciando a noite dedicada às vertentes do metal, o norueguês Jorn Lande e banda exibem grandes sucessos da carreira, executando na íntegra o álbum de maior sucesso do intérprete “Lonely are The Brave”, lançado em 2008 e homenagem a Ronnie James Dio na execução das canções “Song for Ronnie James” e no inspirado cover de “Rainbow in the Dark”.
Com melodia inspirada no hard rock de final dos anos 70 e heavy metal 80`s traz bateria cadenciada e guitarra distorcida em riffs ascendentes, além de grandes variações em andamento e cadência, realizando em várias das canções apresentadas a estrutura do progressive rock.
O vocal de timbre diferenciado, intenso e profundo de Jorn surge brilhantemente amparado pela maestria da excelente banda na execução de seus instrumentos, onde o vigoroso intérprete lança todo seu grande potencial em modulações precisas, passeando livremente por escalas de extensão do gutural ao profundo agudo.
Assim, a banda apresentou com grande categoria espetáculo clássico e impecável para o estilo, onde canções como “Road on the Cross”, “Below”, “We Brought the Angels Down” e “Black Song” trouxeram todo o peso do metal, assinalando a segunda atração da noite.
Mr. Big já sobe ao palco com bom ponto de verticalização, trazendo grande peso da bateria cadenciada e guitarra em riffs profundos e enlouquecidos, aliado à letra de forte apelo popular no refrão de fácil assimilação, interpretada com propriedade pelo inspirado e poderoso vocal na execução de “Daddy, Brother, Lover, Little Boy”.
“Undertow” traz guitarra e baixo em acordes rascantes e bateria cadenciada do heavy metal, pontuada pelo inspirado vocal, em mais uma consistente canção apresentada.
Trazendo intro de andamento aceleradíssimo, com grande peso e boas distorções de estilo, “American Beauty” traz bateria ‘infernal’, brilhantemente conduzida nesta canção, determinando com firmeza as grandes variações de cadência. Remetendo longinquamente ao country rock, apresenta guitarra em riffs arrabatados, denotando colorido extra à melodia.
Outro bom momento do espetáculo, “A Little Too Lose” traz inspirada interpretação vocal do baixista/ barítono Billy Sheehan, traduzindo na intro bluseira uma excelente fusão com o hard rock, em composição sólida e inusitada… As conversões precisas e breaks estratégicos marcam a força da letra e dos vocais em dueto (Billy e Eric Martin), numa das gratas surpresas do show, demonstrando maturidade estética e arrojada técnica…
Seguindo verve entre o blues e o reggae, com belíssimos vocais inspirados no gospel e preciosos arranjos que a tornam interessantemente única “Road to Ruin”, traduz mais um bom momento do espetáculo.
Forte, irreverente, com letra ácida e crítica, “Merciless” traz elementos da black music no fraseado vocal rápido e na força dos backing vocals. A guitarra distorcida de Paul Gilbert em enfurecidos riffs apresenta suave dissonância em relação à bateria, tornando a melodia ainda mais envolvente.
O impressionante solo de guitarra de Paul Gilbert remonta à Jimi Hendrix e suas experimentações sonoras. Realmente esfuziante… Dedilhado, sem pedaleiras de efeito, numa demonstração de perícia e técnica, além de personalidade e criatividade, revelando seu modo único de manejar o instrumento. Sensacional!
Digno de menção também o interessante dueto, à guiza de desafio, entre guitarra e baixo na porção média do hit “Price You Gotta Pay”, suavemente pontuado pela bateia em mais um belo momento da apresentação, onde se divisou toda a técnica e personalidade dos exímios instrumentistas.
Igualmente merecedor de nota o desempenho do solo de baixo de Billy Sheehan, revelando todo o talento e técnica de um instrumentista amadurecido, criativo, numa mostra generosa de toda sua genialidade e versatilidade, em acordes de tirar o fôlego. Great!
Reservado para o momento do bis, o primeiro grande sucesso mundial “To Be With You”, canção várias vezes premiada no ano de 1991, surge como um presente aos fãs brasileiros, em versão fidedigna à original, seguida pela explosão metaleira da introdução de “Colorado Bulldog”, com baixo em dub e bateria na cadência do blues, em mais uma criativa fusão de estilos em acordes diferenciados, encerrando com grande categoria a impecável apresentação da banda.
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