O retorno em crande estilo da disco music: Village People
Publicada em 31, May, 2011 por Marcia Janini
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Iniciando nova turnê comemorativa dos quase trinta e cinco anos de carreira e o lançamento de novo álbum numa compilação dos grandes clássicos com canções inéditas e regravações constantes do último trabalho da banda em estúdio, lançado em 1997 o “We Want You”, a Village People, uma das ícones da era disco apresentou-se em São Paulo, no HSBC Brasil em 27 de maio.
Após a perfornance de DJ no comando das pick-ups, onde o público pôde rememorar grandes clássicos dos anos 70 e 80, auxiliando a ambientação do aguardado show, a banda sobe ao palco por volta das 22h30, já incendiando a plateia no primeiro ponto de verticalização.
Os aparatos cênicos, simples, impressionam pelo significado: no ciclorama viam-se representações da Nova York dos anos 70, com o surgimento de característicos pontos turísticos como a Estátua da Liberdade, e representações do Bronx e Brooklin com seus conjuntos habitacionais decadentes e pichados, além, é claro, do contraste com o intermediário “Studio 54”, boate que à época foi uma das grandes difusoras do novo estilo, acolhendo o público de todas as partes da cidade.
O alegre esquema de iluminação, forte e extremamanete colorido, com a presença do tradicional globo espelhado, também apresentou com grande estilo um pouco do que foi a era disco nas várias “discothéques” espalhadas pelo mundo.
Após a introdução grandiloquente e bem humorada da conhecida melodia que apresenta os filmes da 20th Century Fox, a banda iniciou sua apresentação com grande descontração e intensa comunicação com o público, tônicas de sua bem sucedida atuação.
Performáticos, o excelente quinteto de afinadíssimos backing vocals formados por Felipe Rose (índio), David Hodo (operário), Jeff Olson (cowboy), Eric Anzalone (motociclista) e o segundo front man Alex Briley (soldado), conduzidos pelo vocal inspirado e bem modulado do band leader Ray Simpson (policial), traduzem desde a primeira canção a fusão de estilos black como o soul e R&B, com a alegria e o colorido diferenciado e ousado da disco music.
Trazendo um formato totalmente inusitado de apresentação, a banda demonstra como as coisas eram feitas antigamente, num verdadeiro retorno às origens quando se apresentavam em “discothéques”, realizando rápidas trocas de figurinos no próprio palco, sob os olhares da platéia, simulando o improviso e interpretando seus sucessos em intrincadas coreografias, com forte apelo sensual/ cômico.
Apesar da ausência de instrumental ao vivo (as bases das melodias eram todas executadas em playback), o sexteto cantou e encantou os presentes com inspiradíssimas performances vocais, demonstrando excelente forma.
Muitas gratas surpresas surgiram neste show, como os covers das canções “Listen to The Music” (The Doobie Brothers) e “You Make Me Feel (Mighty Real)” hit de Sylvester, brilhantemente executado pelo timbre doce e agudo de Alex Briley, em versão fidedigna ao original.
Nota para o impressionante pout-porri em que várias canções que marcaram os anos 70, determinando novos rumos na história do universo musical pop, foram elegantemente fundidos num composé altamente criativo, ousado e dançante, determinando um dos melhores momentos do show. Entre os vários trechos apresentados, em versão remixada na cadência do moderno hip-hop, “Bad Girls” (Donna Summer), “Chic”(Chic), “Shake Your Body” (KC and the Sunshine Band), “Staying Alive”(Bee Gees), “Dance to the Disco Beat” (Majors Lee),“Disco Inferno”(The Tramps), “I Love to Love You Baby"(Donna Summer), “We are Family”(Sister Sledge), “Let`s All Chant” (The Michael Zager Band), “No More Tears”(Donna Summer e Barbra Streisand) e muitos outros. Fantástico!
Outros impressionantes momentos do show ficaram por conta das execuções de clássicos da banda como “Macho Man”, “Can`t Stop the Music”, “In the Navy”, “Go West” e “YMCA”, colocando o público literalmente para dançar, num espetáculo de grande valor estético e alegria contagiante, muito bem mediado pela grande simpatia dos integrantes do conjunto.
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