Infinity Vision 2009: Novas tendências do Eletrônico
Publicada em 17, Jun, 2009 por Marcia Janini
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A charmosa casa country da região do ABC Estância do Alto da Serra abriu-se à luminosidade e modernidade do eletrônico no último sábado dia 06 de junho. Trazendo variadas atrações que literalmente balançaram a noite, o festival reuniu público de aproximadamente 3 mil pessoas que dançaram e se descontraíram ao poderoso som dos CDJs.
Com palco bem estruturado e excelente apoio da mesa de som, o festival apresentou verdadeiro show de luzes e outros aparatos cênicos, reforçando ainda mais o clima de inovação e modernidade reinantes.
Com início por volta das 00h00, o DJ Paul Over Drive realizou set mais voltado às vertentes do techno, com suaves influências de trance e minimal. Breaks estratégicos reforçam o poder das conversões de batidas graves. Cadência em linearidade e progressões ascendentes com suaves variações ditaram a tônica desta apresentação, além do reforço de tonalidades graves e suave inserção de percussão, traduzindo charmoso toque que remete à latinidade. Interessante!
Na seqüência, Adriano Pagani pauta seu seleto e criativo set nas vertentes do eletro, numa bela junção entre rock e música eletrônica, iniciando com versão do clássico "Flash Gordon", do Queen. Extremamente inusitado, o DJ realizou verdadeira viagem aos sentidos com vertentes do techno, traduzindo-se suaves influências do black, minimal e trance num mix variado, dançante e verticalizado. Boas conversões e progressões inteligentes denotam vagas influências da sonoridade 90”s. Batidas vigorosas e linearidade suavizada por belos recursos de samplers explorando vertentes do latin pop na introdução de variantes do house. Sonoridade cadenciada e boas conversões em suspensão numa interessante e bem conduzida ascendência. Genial!
Rê Dupré trouxe ao comando das pick-ups Techno com influências de minimal e trance, em conversões suaves e bem pontuadas. Criativo sem perder o tom. Desde o início, apresentou set verticalizado, dançante e criativo. Interessantes samplers suavizaram a cadência vigorosa. Bons loopings na finalização das conversões. Andamento e cadência contagiantes, numa bem efetuada apresentação.
A dupla Digital Damage surge inspirada abrindo as apresentações live da noite, com discotecagem simultânea e teclados em dub. Explora com grande propriedade as principais vertentes do Techno, realizando belo histórico do estilo. Sonoridade de linhas arrojadas e grande peso, remonta aos primórdios do estilo, em condução linear até os dias atuais num set list clássico e seleto, com intensa resposta do público numa das mais bem elaboradas atrações da noite. Inserção de samplers extraídos de sonoridades como o technopop 80’s abrilhantam as excelentes conversões, bem pontudas sem perder time, linearidade e cadência. Contagiante da primeira à última virada... Fantástico!
Mandrak’s traz ao palco set intenso e criativo, explorando bem as vertentes do techno e realizando finalização genial com bem executado remix de um clássico 80’s do technopop, a canção Blue Monday de New Order. Apresentação inovadora e ousada desde o ínício trouxe o charme de bem pontuados skratches com intensidade e carisma numa belo show de técnica. Excelente e bem escolhido set... Pitadas esparsas de elementos do EBM e industrial traduziram peso, coerência e integridade sonora. Suaves elementos pautados no etereal e sonoridade cadenciada em ascendência traduzem charme extra. Bela participação do púablico!
Às 5h00, a aguardada apresentação de Spyzer inicia com show de pirofagia, causando furor e auxiliando a ambientação da bem produzida aparição do grupo. Belíssima introdução, explorando a sensualidade da música latina por meio de guitarras flamencas e sax tenor em belos acordes, tendo como música incidental o clássico “Besame Mucho”. Excelente a condução da bateria cadenciada, utilizando recursos de percussão. Fusão entre rock e eletrônico realizada com precisão e sutileza ímpares, traz também elementos do início do house 90’s. Bons arranjos do teclado e conversão para canção própria na fusão entre house e eletro, com esparsos elementos de blues pontuados pelo sax. Bela participação da flauta transversa, em sonoridade incrivelmente inovadora, ousada e criativa. Belíssimo espetáculo funde elementos clássicos e modernos num mix suave de grande intensidade estética. Esparsos samplers auxiliam na ambientação do clima de modernidade, apresentando distorções e vocais robóticos. Aparato instrumental criado pelos artistas traduziu-se numa caixa de ressonância realizada com conduítes, que transmitiram pelos ares a sonoridade exótica e exuberante expressa pela banda. Charme e carisma inegáveis, causam estranhamento e boa recepção do público. Intenso! Guitarras distorcidas de afinação padrão propiciam a introdução de elementos pautados no eletro rock. Intensamente delicioso... Fantástico em todos os aspectos!
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