Entrevista Com Andreas Kisser
Publicada em 08, Oct, 2012 por Marcia Janini
Na manhã do dia 03 de outubro, o guitarrista do Sepultura gentilmente concedeu-nos entrevista exclusiva via telefone. Com muita simpatia, Andreas falou-nos dos planos atuais de sua carreira e do Sepultura. Confira a íntegra da entrevista.
<i><b>Musicão:</b></i> Como sabemos, todos vocês sempre desenvolvem, além das atividades com a banda principal, projetos paralelos em parceria com outras bandas e músicos. Como estão seus projetos pessoais atualmente?
<i><b>Andreas:</b></i> Os projetos paralelos andam um tanto parados, pois lançamos um disco (Kairós) no ano passado e ainda estamos viajando na turnê de promoção deste álbum. Aliás, temos viajado muito, desde o lançamento até agora, não pudemos dar pausas. Entretanto, fiquei muito feliz em haver tocado em agosto com uma banda cover dos Beatles de Vitória, o Clube Big Beatles no Matthew Street Music Festival e ter sido o primeiro brasileiro a ganhar meu tijolo no Muro da Fama do Cavern Club. Já possuo um primeiro álbum solo (Hubris I & II), duplo, com canções também em português e uma demo instrumental, utilizando bateria eletrônica para meu próximo álbum solo, mas, por enquanto, estou sem tempo de me dedicar mais a este projeto. O Sepultura lançará novo álbum ano que vem, então estamos dando maior foco a este trabalho. Com o Sepultura excursionaremos agora pela América Latina, Ásia (Indonésia) e faremos um cruzeiro pelas ilhas do Caribe (Bahamas), só depois disso é que daremos um tempo nas atividades, afinal, serão quase cinco meses direto na estrada.
<i><b>Musicão:</b></i> O que você está ouvindo atualmente, afinal, com tantas bandas novas surgindo e o advento das novas mídias, quais os rumos que, em sua opinião, estão conduzindo a música e o rock no Brasil hoje?
<i><b>Andreas:</b></i> O Brasil sempre foi um país criativo, nas artes de modo geral, não apenas na música… Sempre aparecem coisas novas muito interessantes e nos últimos anos, Recife (Pernambuco), tem se destacado neste novo cenário. Adoro o rock agressivo impregnado de regionalismo nas vertentes musicais típicas nordestinas, como o maracatu, por exemplo. Não costumo colecionar CDs, gosto muito mais de tocar com músicos diferentes e experimentar sonoridades tocando do que propriamente de ouvir. Na minha discoteca particular tem coisas mais antigas que contemporâneas… Gosto de tocar blues, estudo violão clássico, e adoro tocar com músicos de outros estilos, além do metal.
<i><b>Musicão:</b></i> Mas em meio à todas as inovações tecnológicas, como você acredita que o rock sobreviverá, ou se modificará, nas próximas décadas?
<i><b>Andreas:</b></i> É difícil prever, pois o rock é mutante, sempre foi, desde sua gênese com Elvis e outros e vêm sobrevivendo nos últimos 60 anos, inclusive sofrendo alterações na junção com outros estilos. Temos como exemplo os próprios Beatles que misturavam clássico, com música indiana e folk irlândes, junto com o estilo britânico de se fazer rock.
<i><b>Musicão:</b></i> Qual a mensagem que você gostaria de deixar para os fãs?
<i><b>Andreas:</b></i> Não só para os fãs do SEpultura e de metal, mas para todos os que gostem de fazer música, que queiram seguir uma carreira o importante é fazer o que se sente, se têm vontade, para não acabarem se tornando meros fantoches da mídia ou de quem quer que seja. O Sepultura sempre representou o Brasil, o jeito brasileiro de se fazer metal, produzindo o som que a gente quer, gosta de fazer… Então, o importante é curtir muito o que se faz e manter a cabeça aberta para ouvir vários estilos de som diferente, sem esquecer de encontrar o seu próprio som, seu próprio jeito de tocar… Acho que a garotada que está surgindo precisa criar sua música, sua arte!
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