Rock com Cara de Orquestra Sinfônica: Symphony-X
Publicada em 02, Jul, 2007 por Marcia Janini
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No último sábado, 16 de junho, o Via Funchal apresentou em grande estilo a banda Symphony X, contando com abertura da banda MindFlow.
O MindFlow, com o seu death metal bem ao gosto do público alternativo, contagiou a platéia. O uso de teleprompters no cenário, traduziram certa modernidade à apresentação.
À base do metal, mesclaram-se elementos do incie e do gothic. O vocal agudo e bem modulado remeteu em vários momentos à música lírica e ao metal melódico, traduzindo-se muitos elementos da música clássica nas melodias e letras das canções rebuscadas e de construção intrincada pela banda num som pesado, rico em variações de tom e andamento. Extremamente polifônico e verticalizado.
Guitarras distorcidas e bateria cadenciada unem-se ao vocal cavernoso, trasmitindo densidade às canções apresentadas e à visível inspiração no clássico e medieval, típicas das canções góticas. Os teclados remetem também a este lirismo, associação com bases sinfônicas, traduzindo-se em alta qualidade sonora, onde elementos de vários estilos, entre eles o post punk, surgem na mesma canção, numa sonoridade fantástica, em andamentos linerares e crescentes.
O Symphony X realizou brilhante apresentação. O cenário simples e iluminação surreal, em tons que variavam em tonalidades etéreas, predominantemente roxas, vermelhas e ocres, além do surgimento de um verde doentio e espectral em algumas canções, auxiliaram de maneira magistral na construção de um clima denso e diferenciado.
A banda apresentou canções de base metálica, com teclados e guitarras que remetiam, muito imperceptívelmente, à cadência do eletrônico. Corais em momentos estratégicos das canções e o estilo apresentado em algumas melodias fazem alusão a elementos da folk music e, obviamente da música clássica e sinfônica.
As belas conversões valorizaram enormente as canções, densas e criativas, riquíssimas em acordes perfeitos, com excelente polifonias nas finalizações.
As melodias densas, incisivas, de andamento cadenciado, em alguns pontos, passam por variações de ritmos, cadência e andamento constantemente, sem no entanto perder a linealidade e pontos de conversão corretos, numa real fusão entre todos os estilos abordados de forma extremamente armônica.
A sonoridade vertiginosa e as quebras estratégicas no andamento, ressaltando o efeito das estrofes é a marca registrada da banda, aliada a certa dose de lirismo remetendo ao death metal. Os teclados perfeitamente bem posicionados dão a tônica, imprimindo contemporâneidade às canções.
Nota para o vocal poderoso, de afinação ímpar atingindo altíssimos agudos, em notas perfeitas.
A sonoridade rica e preciosística apresentada faz desta uma das melhores bandas da atualidade, rompendo barreiras e criando novos conceitos no universo do rock. A fusão com a música clássica é, sem dúvida, realizada de maneira inteiramente nova, onde pesos e nuances mesclam-se de forma única e perfeita!
<a href='/noticia.php?c=8&a=819&t=entrevistacomabandamindflow'>Leia a entrevista com a banda MindFlow.</a>
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