Tour Latino-Americana do Clutch passa por São Paulo
Publicada em 20, Jul, 2024 por Marcia Janini
Na noite da última quinta-feira, 18 de julho, a banda Clutch realizou show em São Paulo, no Fabrique Club, com abertura da banda Fuzz Sagrado.
Trazendo seu som com elementos da psicodelia 70's a partir das 20h00, aliada à cadência forte e marcante da bateria de Lucas Fursy, remetendo à densidade de sonoridades como o darkwave, a banda traduz ainda em seu instrumental pesado as guitarras distorcidas em afinação alta, permeadas pelo contundente e grooveiro baixo e pelos teclados, em tonalidades etéreas.
Em mais um brilhante e virtuoso momento da guitarra de Chris Peters, em cromatismos aliados ao uso dos pedais de efeito wah, surge "Center of the Sun" uma canção de 20 minutos que explora aura pautada no proto heavy e no progressive metal, onde efeitos vocais em crossover se aliam ao forte instrumental, de exímia condução, para mais um grande momento da apresentação.
Traduzindo o acento tribal celta na introdução da bateria de Fursy, que apoia o vigor da guitarra em dedilhados complexos e o baixo em doom de Guilherme Bordin no contraponto, surge mais uma melodia onde a técnica se alia ao enorme talento dos músicos.
Em andamento ágil e forte dinamismo, a bateria de Lucas Fursy reina soberana explorando tonalidade tribal, acompanhada de perto pela distorcida guitarra de Peters e pelo baixo, em uma canção que evolui para andamento suavizado, trazendo moderna aura urban que apoia a deliciosa letra, onde o toque retrô do fraseado vocal denota mais um importante momento da curta passagem da banda pelo palco.
Trazendo a forte influência do blues, a guitarra de Chris Peters explode em cromatismos vigorosos, acompanhada pelo exímio baixo em dub step e pela alquebrada bateria no andamento ralentado da melodia. No vocal, mais um bom momento da performance individual de Chris.
Encerrando o show, na cadência envolvente e ralentada do blues, que traz nos riffs em ascendência da guitarra, emoldurada com graça pelas pedaleiras de efeito que se aliam ao baixo em doom e à bateria repleta de breaks estratégicos, o apoio à estudada e charmosa melancolia expressa pela letra, em mais um bom momento da rápida passagem dos carismáticos músicos pelo palco.
Subindo no palco às 21h30, o Clutch traz seu potente som pautado na fusão entre o rockabilly e o soul/ funk, bem pontuado pelo grooveiro baixo de Dan Maines, na execução de "The Mob Goes Wild".
Na sequência, trazendo elementos do surf rock na introdução, "Earth Rocker" pautada na cadência alucinante do punk rock, surge trazendo todo o vigor da bateria de Jean-Paul Gaster em cadenciado constante, apoiando a irreverente letra. Bom momento do show, seguida pela potente " A Shogun Named Marcus" trazendo a vitalidade do hardcore, onde as guitarras distorcidas de Tim Sult e Neil Fallon em crescendo, aliada ao andamento alucinante da bateria indica o fraseado vocal que traz elementos urban de influência no rap.
Para o doo wop do rockabilly em fusão com elementos do skapunk, bem pontuados pelo exímio trabalho do baixo de Maines, que explora tonalidade em doom e a deliciosa malemolência do groove, apoiando o urgente vocal de Neil Fallon em "Sucker For the Witch", vemos mais um brilhante instante do show.
Com a base grooveira do soul/funk, bem pontuada pelo baixo e pela bateria alquebrada de Gaster, aliada ao rock de linhas hard determinado pelo poderoso vocal e pela guitarra de Sult em glissandos e rascantes precisos, "Cypress Groove" traz mais um bom momento da apresentação.
Em mais uma canção vigorosa que alia ao classic rock elementos modernizadores das sonoridades street, em breaks estratégicos de grande efeito, surge a deliciosa e descontraída "Subtle Hustle", apresentando mais um ponto alto da performance de Fallon no vocal.
Trazendo a ambientação despojada do soft rock, no melhor estilo "on the road", a gaita (harmônica) de "D.C. Sound Attack" surge traduzindo elementos do blues. Solapada, a guitarra de Tim Sult irrompe em acordes precisos, muito bem acompanhados pelo vocal em modulações simples, porém de grande efeito, apoiadas por breaks estratégicos nas conversões ao refrão. Grande momento da noite!
Na guitarra em riffs repletos de malemolência, na junção com a bateria cadenciada e o fraseado vocal ralentado das vertentes street, em um groove moderno, extremamente bem pontuado pelo baixo, surge "Escape From the Prison Planet", mais uma canção de melodia consistente.
Determinando a sonoridade pesada e densa do doom, com modernos elementos urban, surgem "Spacegrass" e "Binge and Purge", apresentando raros momentos intimistas da apresentação. Viscerais, as ácidas letras aliadas ao andamento ralentado conduzem à reflexão de forma cortante, mordaz. Nota para as criativas finalizações das canções, simulando vinhetas. Amazing!
Com simplicidade, "A Quick Death in Texas" traz nas bases do heavy de linhas clássicas e na perfeita condução da guitarra de Tim em glissandos e cromatismos de grande efeito, além de esparsos elementos street nos breaks estratégicos onde skratches da cultura hip hop permeiam com graça o refrão, mais um criativo e inusitado momento do show.
Tendo o punk como base para a cadência alucinante desenvolvida por "X- Ray Visions" canção em crescendo, onde o instrumental demonstra impressionante peso dinâmico à arrojada melodia, seguida pelos riffs rascantes de "Firebirds!" uma sequência avassaladora do show. Great!
Além dessas canções, constaram do setlist clássicos da carreira como "Slaughter Beach", "We Strive for Excellence" e "The Regulator", sendo reservadas para o momento do bis gratas surpresas na execução de "Electric Worry" e na perfeita releitura para o hit "Fortunate Song" (Creedence Clearwater Revival), encerrando a apresentação.
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