Everythings Destroys: Deathstars em São Paulo
Publicada em 14, Oct, 2023 por Marcia Janini
Na noite da última sexta-feira, 13 de outubro, o feriado prolongado ganhou mais uma grande atração em sua agenda de shows, com a apresentação da banda sueca Deathstars no Fabrique Club em São Paulo.
Com abertura da visceral banda carioca Drama a partir das 20h00, trazendo composições próprias com muito peso nas rascantes guitarras e no potente vocal de seu frontman Eddie Torres para letras que demonstram todo o desalento e descrença nos rumos da humanidade em canções como "Marche ou Morra" e "O Monstro", a noite prometia gratas surpresas aos fãs do estilo.
Após a inspirada releitura do grande clássico do universo dark "Lovesong" do The Cure, "Boneca de Pano" traz a urgência do vocal gutural na junção com a bateria cadênciada de Jorge César e os acordes rascantes da guitarra. No contraponto, o baixo de Ricardo Amorim em soturnas tonalidades doom, auxilia na manutenção da tétrica aura da melodia. Bom momento do show!
"Medo de Quem Já Morreu", pesado instrumental eletrônico na fusão com o rock e o fraseado vocal rápido do rap, em meio aos falsetes introdutórios e muitas variações dinâmicas... Interessantíssimo!
Encerram sua passagem pelo palco com "Obrigado", canção que traz em seu bojo introdução dançante, ascendendo para a pesada batida technopop, permeada com vigor pela guitarra, que emoldura o firme vocal de Eddie.
Subindo ao palco por volta das 21h20, os performáticos integrantes do Deathstars iniciaram sua apresentação ao som de "Night Electric Night" com melodia ágil, de andamento frenético, seguida pela cadenciada "Between Volumes and Voids", que apresenta um exímio trabalho da bateria de Nitro em profundas e intensas variações dinâmicas, tendo a correspondência do baixo, em meio a samplers suavizadores, traduzindo atmosfera etérea. No vocal, a potência da voz de Whiplasher Bernadotte.
Para "All the Devil's Toys" mais um bom momento da apresentação na avalanche sonora provocada pelo forte instrumental, onde a bateria sobressai com o contraponto do baixo em dub, permeando a melodia e auxiliando na manutenção da cadência. Ensandecidos, os riffs da guitarra alta de Nightmare Industries explodem em glissandos e cromatismos elaborados. Amazing!
Em "Ghost Reviver", mais um importante momento do show surge na performance intensa do vocal privilegiado de Whiplasher, traduzindo modulações em tonalidades precisas!
Na sequência " Midnight Party" traz o apelo do forte instrumental, onde a rítmica guitarra rascante de Cat Casino traduz toda uma atmosfera de inquietude e dinamismo, denotando um movimento diferenciado à melodia de andamento linear. Great!
Após a execução do hit "Tongues" o peso da dinâmica "The Greatest Fight on Earth", que apresenta influências dos cantochões medievais determinada pelo coral em sampler e pelo andamento ralentado e grave apresentado pela melodia, traduz mais um momento especial na apresentação.
Explosiva "Death Dies Hard" traduz a fúria industrial na intensidade dos movimentos e em sua alternância, para mais um descontraído instante do espetáculo, onde a perfeita condução da bateria mais uma vez determina com vigor e propriedade o andamento da melodia, apoiando o forte refrão. Great!
Parafraseando e ironicamente parodiando o clássico pop "This is It" de Michael Jackson, surge a ácida "This Is", com guitarras rascantes e o poderoso baixo em doom de Skinny Disco aliado a esparsos samplers dos sintetizadores na atmosfera arrojada e caótica explorada na cadência do metal industrial.
Em "New Dead Nation", mais um grande sucesso da banda, percebemos a intensidade do potente instrumental, onde a bateria em intensos cadenciados se alia primorosamente ao baixo em tonalidades difusas e à guitarra em rascantes extremos. Em mais um belo momento de sua performance vocal Bernadotte traz modulações nada óbvias, extraindo tonalidades diferenciadas de seu timbre gutural e incomum.
Explorando misteriosa aura na introdução em minimal dos sintetizadores de Nightmare para o frenético andamento instrumental, surge "Fire Galore", em mais uma descontraída performance da banda, seguida pela igualmente rápida "Metal".
Além destas canções, sucessos como "Syntetic Generation", "Blood Stains Blondies" e "Cyanide" constaram do setlist da apresentação.
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