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Music of the Spheres: Coldplay no Morumbi

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Publicada em 14, Mar, 2023 por Marcia Janini


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Na noite do último sábado, 11 de março, o Coldplay apresentou o segundo dia de show de sua tour mundial passando por São Paulo, a Sound of the Spheres no Estádio do Morumbi.

Abrindo as apresentações da noite, a banda Chvrches sobre ao palco às 19h30, trazendo canções repletas de jovialidade e graça por meio do instrumental pop e do carisma da talentosa vocalista Lauren Mayberry.

Em "Final Girl" teclados e sintetizadores permeiam com propriedade a melodia, apoiando a força do refrão, aliada à bateria em um cadenciado constante e gostoso.

Traduzindo modernos elementos pop que denotam suave aura retrô, a deliciosa "Over", canção de trabalho recentemente lançada, apresenta firme condução da bateria, em conversões simples, porém de bom efeito estético. Os sintetizadores de Martin Doherty acompanham a guitarra de Iain Cook em rascantes acordes.

A introdução de notas suspensas dos sintetizadores traduz suave aura de mistério a "Asking for a Friend", que traz na junção entre o sintetizador em minimal, o baixo em dub de Cook e à bateria cadenciada uma contagiante e dançante sonoridade.

Para "The Mother We Share", mais um bom momento da interpretação da jovem Lauren, em meio à boa condução da bateria e ao bom trabalho do excelente DJ Doherty, modulando dançantes sons. Interessante e moderno!

Finalizando sua passagem pelo palco, a divertida "Clearest Blue", traduz aura de descontração por meio do looping dos samplers em minimal. Levemente dançante, o eletrônico instrumental apoia o delicado vocal de Mayberry, cheio de graça.

Inusitadamente "Flying Theme" (John Williams), tema do filme E.T., ecoa pelos auto-falantes do estádio para a entrada dos integrantes do Coldplay, ovacionados e recebidos calorosamente pelo público.

No lindo espetáculo, repleto de cores, luzes e efeitos especiais belíssimos, onde cada fã presente recebeu uma pulseira de led remotamente controlada para que, de acordo com o andamento das canções, se alternassem as cores no estádio, ricamente iluminado, vemos a preocupação da banda com a interatividade e a sustentabilidade. Cascatas de fumaça, canhões de fogo e chuvas de confetes coloridos incidindo do palco, além de belíssimo espetáculo de pirotecnia com o espocar de fogos coloridos em pontos estratégicos do estádio, surgiram no brilhante trabalho da cenotécnica.

Subindo ao palco às 21h00, com a execução da descontraída "Higher Power", seguida pela deliciosa "Adventure of a Lifetime", que traduz em seu instrumental elementos da sonoridade mediterrânea em meio aos eletrônicos samplers, traz já no início do show momentos ímpares de descontração.

Na linda "Paradise", uma balada bem pontuada no pop, com andamento ralentado e constante proposto pela bateria de Will Champion e pela guitarra em suaves dedilhados apoiados pelos samplers dos sintetizadores, surge mais um momento especial do show.

Na execução do hit "The Scientist", o belíssimo piano surge em arranjos precisos, conduzido com brilhantismo pelo frontman. Em um dos momentos mais belos do show, Chris Martin traduz em seu timbre único e característico os versos da canção, com delicadeza, sem abrir mão da firmeza e potência nas conversões e vocalizes. Great!

Em seguida, a dançante "Viva La Vida", outro hit de grande sucesso, coloca o estádio literalmente para dançar e agitar junto com a banda, em um dos principais momentos de sinergia palco/plateia. Em cadência de grande vivacidade, o instrumental preciso da banda aliada aos sintetizadores faz deste mais um momento especial da apresentação.

"Something Just Like This" uma descontraída canção suavizada na cadência pop com elementos eletro nos sintetizadores e guitarras em glissandos altos, aliadas ao suave cadenciado da bateria, traz o baixo de Guy Berryman no contraponto.

Na delicada balada "Gravity"em versão acústica, apenas entoada pela voz de Chris Martin e conduzida ao piano por um fã, apreciamos um pouco do enorme carinho e respeito da banda por seus fãs. Carismático, Martin toca a quatro mãos e divide os vocais no refrão da melodia com o fã. Agradável de se ver e ouvir!

Para a dançante "Charlie Brown", outra canção divertidíssima, a guitarra de Jonny Buckland em rascantes, aliada à bateria alquebrada e cheia de swing de Will Champion, traduz elementos esparsos da soul music em meio ao andamento pop. Brilhantes os sintetizadores surgem como primoroso apoio.

Em "Yellow" o estádio se tinge de amarelo nos brilhantes leds das pulseiras, para a marcante introdução das guitarras em solapados riffs... Mais um aguardado momento, determinado pelo vocal suave de Chris, conduzindo também o brilhante violão de aço em despretenciodos dedilhados, em junção com a bateria cadenciada de andamento constante e o baixo em dub no contraponto para uma das mais conhecidas baladas da atualidade. Great!

"Human Heart", uma canção de cunho intimista, traz mais uma porção de suavidade ao show. Digno de menção, o belíssimo cânone do refrão e a divisão do vocal com a bonequinha Angel Moon, em aura de pueril fantasia, para mais um inusitado momento do show.

Em "People of Pride", as batidas vigorosas do bumbo da bateria em um cadenciado tribal se apoia na sonoridade pop do sintetizador e na guitarra marcante de Buckland em rascantes riffs, seguida por "Clocks", conduzida com graça pelos arranjos do piano, ágeis e contundentes, onde se aliam à bateria cadenciada de Champion e à ousada guitarra em riffs altos e glissandos.

Com sonoridade miminal na introdução e verticalizadores efeitos em crossover, traduzindo futurista ambientação robótica na melodia, ascendendo para contagiante e divertida cadência pop, "Infinity Sign" traz ainda a presença dos performaticos seres do espaço, em indumentárias especiais trajadas pelos membros da banda, em uma explosão de energia.

Dançante "Hymn for the Weekend" antecede a execução de "Aeterna", caminhando já para a parte final do espetáculo.

Além desses hits, o bem escolhido setlist contou ainda com canções como "My Universe", "A Sky Full of Stars" e "Humankind".

Em mais uma homenagem da banda aos fãs brasileiros, uma grata surpresa ficou por conta da execução de "Amiga da minha mulher", um samba malemolente e despojado, de autoria de Seu Jorge... Criativo e ousado!

E assim terminou o segundo dia da série de apresentações do Coldplay pela capital paulista, em um show que, além de apresentar um setlist com grandes hits, ainda privilegiou os sentidos, por meio de um incrível aparato da cenotécnica, em uma noite memorável!


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