Knotfest em São Paulo
Publicada em 20, Dec, 2022 por Marcia Janini
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Após passar pelo Chile, Colômbia e Argentina, chega em São Paulo a edição 2022 do Knotfest, festival idealizado pela banda Slipknot, que traz a cada edição grandes nomes do rock mundial.
Divididos em dois palcos, o Knot Stage e o Carnival Stage, as atrações se apresentaram na Arena Anhembi, em São Paulo, com início do festival às 11h00 na apresentação da banda Black Pantera.
Após a passagem de Project 46, Trivium, Vended e Sepultura pelos dois palcos, o Knotstage recebe o hardcore pesado do Mr. Bungle.
Para "Glutton for Punishment", o instrumental pesado e frenético da bateria de Dave Lombardo em conversões perfeitas alia-se ao baixo em dub de Trevor Dunn e aos rascantes riffs das guitarras altas de Trey Spruance e Scott Ian, em uma canção consistente, seguida pela ácida e crítica "Hell Awaits", na forte releitura para o clássico de Slayer...
Suave e delicada, a balada "Summer Breeze", mais uma feliz versão de Seals & Crofts revisitada pela banda, traz um diferencial na linear e explosiva apresentação, explorando canção de caráter introspectivo com melodiosos arranjos e performance vocal diferenciada.
Ácida, a firme "Hypocrites" traz o instrumental pesado do hardcore com influências no punk de 2ª geração, onde a agilidade do instrumental uniu-se ao fraseado vocal sarcástico de Mike Patton, para a letra que vociferou toda a indignação com o momento político mundial. Bom momento do show!
Rápida e direta, na cadência acelerada do punk rock "Speak English or Die", mais um descontraído hit revisitado pela banda, traz na sequência as irreverentes "World Up My Ass" (Circle Jerks) e "Sudden Death".
Finalizando a boa performance do grupo no festival "Gracias a la Vida" (Violeta Parra) em versão próxima ao original em mais um inusitado e suave instante da apresentação, surge seguida pela versão da canção "Territory" (Sepultura), com a participação especial de Derrick Green, dividindo os vocais com Patton. Amazing!
Subindo ao palco por volta das 17h00, o Pantera inicia sua passagem pelo palco ao som introdutório dos playbacks de "Regular People" e "In Heaven (Lady in the Radiator Song).
Para "A New Level", rascante, a guitarra de Zakk Wylde em vigorosas palhetadas, une-se ao poderoso baixo, que no contraponto, auxilia a bateria frenética a manter a cadência marcante do heavy... Repleta de breaks estratégicos que apoiam a força do refrão, a apresentação já começa marcante!
Na sequência, sem pausa, o petardo sonoro de "Mouth for War", onde a bateria cadenciada de Charlie Benante ascende para o frenético andamento com elementos de hardcore.
De forte instrumental, repleta de variações dinâmicas, "Strenght Beyond Strenght" traz os breaks estratégicos das brilhantes conversões da bateria apoiando a incrível força do vocal de Phil Anselmo, em extremos guturais. Denso!
Após rápida pausa onde o frontman saúda o público presente, a pesada "I´m Broken", conta com a maciça participação do público, que transforma o refrão em hino, ecoando pela arena. Bonito momento do show! A guitarra rascante no diálogo com o baixo de Rex Brown traduz um pouco do que de melhor e mais criativo se realizou no thrash metal... Sensacional!
Cadenciada e densa "5 Minutes Alone" traz em seu bojo a firmeza de uma linha melódica diferenciada explorada pelo brilhante baixo de Brown. A guitarra rascante e o perfeito trabalho da bateria, se aliam ao vocal de gutural extremo de Phil para mais um grande momento da apresentação.
Após a execução do grande hit "This Love", a tradicional mini suíte que alavancou a banda ao status de uma das principais de seu estilo ainda no início dos anos 90, surge a execução de "Fucking Hostile" e a emocionante homenagem da banda a dois de seus membros fundadores falecidos, os irmãos Abbott.
Mais momentos especiais do show surgiram nas execuções do inusitado cover para "Planet Caravan" (Black Sabbath) e a clássica canção "Cowboys From Hell", encerrando a brilhante apresentação do Pantera.
Uma das principais atrações do palco Knot Stage, o Bring Me the Horizon, inicia sua apresentação por volta das 18h30 com a execução de "Can You Feel My Heart", uma canção que traz dentro da cadência pop rock as guitarras distorcidas de riffs rascantes do hardcore. Ralentado, o fraseado vocal de Oliver Sykes traduz aura de suave desalento, mais um coringa da boa canção...
Com elementos de eletro determinados pelos sintetizadores de Jordan Fish, "Happy Song" apresenta as guitarras de Lee Malia e John Bon em glissandos e acordes rascantes, que se aliam à fusão de bateria cadenciada e baixo em dub step, em uma melodia densa.
Para a descontraída "Teardrops", com elementos da sonoridade street do rap e a incidência dos sintetizadores permeando com graça a melodia, surge mais uma interessante melodia, que flerta abertamente com o pop rock. Divertido!
Dinâmica, pesada e com intensos vocalizes na introdução, "MANTRA" traz em seu bojo o instrumental pesado do hardcore de linhas clássicas na bateria alquebrada de Matt Nicholls e nos brilhantes rascantes da guitarra. No contraponto, o baixo de Matt Kean auxilia na manutenção da cadência linear. Sintetizadores trazem elementos modernizantes na composição, unindo-se com perfeição à resposta do vocal de Sykes, intenso e urgente. Great!
Explorando samplers que simulam verdadeiras imersões ao mundo cibernético no sintetizador, acordes de notas suspensas dos instrumentos na introdução e certo namoro com sonoridades eletrônicas determinam toda uma ousada e arrojada aura de inovação e criatividade, em meio à pesadíssima linha melódica adotada por bateria, guitarra e baixo para "Dear Diary". Intenso!
Após as execuções de "Parasite Eve" e "Shadow Moses", outros hits da banda como "Kingslayer" e "Throne" constaram do setlist da banda, onde a inovação e a criatividade estiveram presentes durante todo o belíssimo espetáculo dado pela banda.
Subindo ao palco por volta das 19h45, o Judas Priest realizou apresentação onde privilegiou os grandes classicos da carreira.
Iniciando o show com "Electric Eye", uma canção que traz as enfurecidas guitarras altas em afinação padrão de Glenn Tipton e Richie Faulkner, repletas de cromatismos e intrincados acordes dedilhados em permanente diálogo com a bateria linear e o baixo em doom.
Para a descontraída "You´ve Got Another Thing Comin´", mais um grande momento do espetáculo determinado pelo brilhantismo da bateria alquebrada de Scott Travis em intensas variações dinâmicas apoiada pelo baixo em dub. Great!
Na deliciosa "Jawbreaker", mais uma inspirada performance de Mr. Halford, repleta de modulações onde se pode apreciar um pouco da enorme técnica e potencial vocal do intérprete. O instrumental poderoso surge em verdadeiras cascatas sonoras, onde os preciosos diálogos dos instrumentos sobressaem. Amazing!
"Firepower" traz no cadenciado intenso da bateria e nos cromatismos da guitarra mais um momento feliz e intenso da apresentação. Grande momento do show e mais uma aula de interpretação de Rob Halford.
Já na introdução de "Devil´s Child" as marcantes guitarras em glissandos traduzem com a bateria o espírito e a cadência hard/heavy, com esparsos elementos de sonoridades como o country rock, especialmente nas modulações vocais, que exploram tonalidades altas em intensos agudos. Mais um hit de sucesso embala os presentes num ousado convite à descontração.
Em "Turbo Lover" mais uma incrível performance vocal de Rob Halford, permeada com graça pela guitarra em poderosos cromatismos. Cadenciada e constante a bateria e o baixo de Ian Hill no contraponto fazem deste mais um momento todo especial do show.
Além destes sucessos, constaram do set list do show os hits "Screaming for Vengeance", "Painkiller", "Breaking the Law" e "Living After Midnight".
Subindo ao palco Knot Stage por volta das 21h30, o Slipknot encerra as atrações do festival em grande estilo, trazendo os grandes sucessos de sua carreira.
Após a abertura do show ao som de "Disasterpiece", marcando já no início da apresentação um importante ponto do espetáculo, para a ácida "All Out Life" as guitarras de Mick Thomson e James Root em distorção exploram inversões e cromatismos diferenciados, criando uma sonoridade encorpada. Frenética, a bateria surge em verdadeira avalanche sonora, em um grande show de habilidade e técnica de Jay Weinberg. Amazing!
"Sulfur" flerta suavemente com sonoridades pop, em uma composição ousada, onde a bateria alquebrada traduz elementos do hardcore, ascendendo vertiginosamente em variação dinâmica intensa na junção com o baixo de Alessandro Venturella em doom que permeia com propriedade a melodia, mantendo a constância da cadência.
O hit "Before I Forget" traz o fraseado vocal personalizado de Corey Taylor e a percussão cadenciada de Shawn Crahan e Michael Pfaff, num flerte com sonoridades street em um dos mais aguardados e ovacionados momentos do show.
Densa, com atmosfera tétrica, "The Dying Song (Time to Sing)" traz em seu bojo a crueza do hardcore em uma melodia dinâmica, intensa, de andamento frenético. Sobreposições e crossfader se unem de maneira ousada à melodia, fazendo deste mais um criativo e diferenciado instante do show. Samplers e scratches de Sid Wilson remontam às sonoridades urban nas conversões. Moderno e arrojado!
Para "Dead Memories", mais entrelaces entre o rock e o eletrônico, em esparsos acordes dos sintetizadores de Craig Jones, permeando os riffs e glissandos rascantes das guitarras distorcidas. Mais uma arrebatadora performance da percussão.
Além destas canções, outros sucessos como "Psychosocial", "Spit in Out" e "Surfacing" foram rememoradas pela banda, encerrando assim o festival que computou aproximadamente 12 horas de muito rock, indo desde o classic metal até o mais moderno hardcore e nu metal. Aguardemos as próximas edições!
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