Stone Temple Pilots e Bush em São Paulo
Publicada em 17, Feb, 2019 por Marcia Janini
A noite da última quinta-feira 14 de fevereiro no Credicard Hall em São Paulo apresentou o melhor do hard rock, post-grunge e alternative rock, rendendo-se à energia e talento de Stone Temple Pilots, Bush e a excelente banda brasileira República.
Abrindo as apresentações por volta das 20h15 da noite, a banda República traz um heavy metal pesado, de linhas clássicas.
Com canções próprias em Português e Inglês brilham na execução enérgica de "Beautiful Lie", com sua introdução suave, ascende para o andamento frenético das guitarras de LF Vieira e Jorge Marinhas em riffs ligeiros, contrastando com o cadenciado da bateria, num flerte com sonoridades pop. Interessante! Distorções dos pedais wah wah na finalização dão toque arrojado à composição.
"Tears Will Shine" surge como tributo aos mortos em catástrofes e às personalidades brasileiras recentemente falecidas. Uma canção ácida, com sombrios arranjos que remontam às linhas da dark wave, apresenta nas guitarras rascantes e na urgente explosão da bateria de Mike Maeda na conversão ao refrão, tendo como perfeito contraponto o baixo de Marco Vieira que explora profundas tonalidades, o mote de uma canção de esmerada construção.
"Intimacy of your Soul", uma balada urgente temperada com lindo fraseado da guitarra melódica na introdução suave, apresenta belo momento da performance vocal de Leo Beling.
Subindo ao palco por volta das 21h30, o Stone Temple Pilots inicia sua apresentação ao som dos sucessos "Wicked Garden" e "Crackerman", traduzindo o pesado instrumental da guitarra rascante aliado à bateria cadenciada em diminuendo nas conversões ao refrão.
Para "Vasoline" a introdução em acordes de notas suspensas rende-se ao peso do baixo de Robert DeLeo em frenético dub... Potente, a bateria surge vigorosa em sonoridades nada óbvias.
A ácida "Silvergun Superman" traz belíssimo e contido fraseado vocal, contrastando com a dinâmica poderosa explorada pela guitarra em junção ao cadenciado da bateria. Digna de menção a performance da guitarra de Dean DeLeo, explorando dedilhados intensos.
Sobressaindo na introdução o baixo em dub realiza o perfeito diálogo com a blueseira guitarra para "Big Bang Baby" uma canção de cadência ralentada em cíclicos movimentos, remontando ao rockabilly 60's, aliada à fúria hardcore... Great!
Após impactante solo da guitarra melódica em diálogo com o baixo, explorando aura soul a balada "Big Empty" surge em toda sua urgente beleza, em momento introspectivo do show... A bateria de Eric Kretz em suaves ruflares dos tambores ascende vertiginosamente nas conversões, acrescentando colorido e dinâmica à melodia.
Após a execução do balada "Creep", surge mais um dos grandes hits da carreira da banda, a emblemática "Plush".
Para a descontraída "Meadow", o andamento frenético explora com propriedade as sonoridades do pop rock, breaks estratégicos determinam a força do refrão, emoldurados em sequência por riffs poderosos da guitarra de Dean... Great!
Com belíssimo e suave arranjo introdutório, a deliciosa canção "Interstate Love Song" ascende para vigorosos acordes solapados da guitarra, apresentando elementos extraídos da sonoridade country/ soft rock, encerrando um dos melhores momentos da performance individual do vocal de Jeff Gutt... Amazing!
Em uma torrente sonora formada pela bateria cadenciada e pela guitarra encadeada em alucinantes riffs, surge a pesada "Roll Me Under", traduzindo peso e fúria ao espetáculo.
Além desses sucessos canções como "Trippin' on a Hole in a Paper Heart", "Dead & Bloated" e "Sex Type Thing" constaram da grande sequência de sucessos da setlist.
Subindo ao palco por volta das 23h00, o Bush inicia sua passagem pelo palco ao som de "Machinehead".
Cheia de energia, a banda emenda o hit "The Chemicals Between Us" em uma belíssima torrente sonora proporcionada pela exímia condução da bateria de Robin Goodridge aliada à potente guitarra.
Cadenciada na bateria, com a guitarra rascante de Chris Traynor apoiando o fraseado melódico, surge "The Sound of Winter", trazendo em seu bojo elementos do punk na densidade dinâmica. Great!
O sucesso "This is War", em cadência ralentada na introdução, apresenta elementos pop na junção ao instrumental hardcore. Inteligente fraseado vocal traduz à letra, interpretada com propriedade por Gavin Rossdale, densidade em um bom momento do show.
Após a ácida "The Disease of the Dancing Cats", a divertida "Everything Zen" flertando com sonoridades do universo pop, surge com seu alquebrado andamento muito bem pontuado pela boa condução da bateria de Goodridge. Riffs ascendentes da guitarra nas conversões ao refrão determinam bom diálogo com o baixo em dub... Bom momento do show!
O sucesso "Let Yourself Go", uma balada com levada soul antecede outro grande hit da banda, a densa "Swallowed" pautada na fusão entre elementos do reggae e o andamento acelerado do rock, com a guitarra de Traynor em afinação alta e ágeis dedilhados.
"Little Things", perfeita em sua simplicidade, traduz em seu bojo a força de um poderoso refrão em dinâmicas de acordes potentes, contrastando com a temática explorada pela letra... Belíssimos solos da guitarra aparecem nas conversões com o uso de reverbs e pedais de efeito... Importante momento do show!
Além dessas canções, outros sucessos como "Glycerine" e "Come Down" surgem no setlist, além da inspirada releitura para o clássico "Come Together" (The Beatles).
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