Laugh at Your Peril: Killing Joke em São Paulo
Publicada em 26, Sep, 2018 por Marcia Janini
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Na noite do último domingo, 23 de setembro, o Killing Joke realizou mais um show de sua turnê "Laugh at Your Peril" em comemoração aos 40 anos de aniversário da banda no Carioca Club em São Paulo, marcando também sua primeira e única apresentação no Brasil.
Iniciando a apresentação com o grande hit "Love Like Blood" a banda mostra intensa vitalidade e energia, em versão fidedigna à original. Carismático, o front man Jaz Coleman realiza impecável momento de sua performance individual nos vocais.
Traduzindo na introdução acentos da dançante sonoridade eletro em minimal "European Super State" traduz no crossover dos vocais e no contundente baixo em dub de Martin Glover grande potência dinâmica. A guitarra distorcida em afinação alta determina o toque rock com propriedade, em um bom momento da apresentação.
Para "Autonomous Zone", após a suavizada introdução, a agilidade da bateria cadenciada de Paul Ferguson com baixo em dub no contraponto emoldura o vocal no frenético andamento post-punk...
A ácida "Eighties" traduz nas perfeitas conversões da bateria e nos rascantes acordes da guitarra de Kevin Walker mais um importante momento do show, surgindo como "hino" de toda uma geração do post-punk. Amazing!
Traduzindo o peso dinâmico do andamento dark em estrutura cíclica "New Cold War" apresenta consistência na exímia condução da perfeita bateria, bem emoldurada pela rascante e furiosa contribuição da guitarra de Walker em sonoridade complexa.
Na execução de mais um grande sucesso "Requiem", a bateria cadenciada mais uma vez realiza perfeito trabalho, determinando o andamento ralentado do dark wave, apoiando com propriedade o potente vocal, que também surge em um dos melhores momentos da performance de Coleman. A guitarra em acordes dedilhados alia-se com perfeição ao instrumental, emprestando a este a aura de desalentado mistério expressa pela letra. Inspirador!
Para a cadenciada "In Cythera", com a firmeza da bateria que explora a sonoridade dos tambores celtas nas conversões, surge mais um grande momento do show, onde as características do post-punk surgem muito bem delineadas na perfeita condução instrumental.
Na introdução de rascantes guitarras, surgem elementos heavy, contrabalançados em seu vigor dinâmico na percussão da instrumental "Bloodsport", seguida pela densa "Butcher", apoiada pelos sintetizadores em sua tétrica introdução. Riffs altos e distorcidos da guitarra de Walker auxiliam à manutenção da aura misteriosa da melodia.
Em cadência andamento próximo ao doom metal surge "Loose Cannon", mostrando inovações importantes ao estilo original da banda, em sonoridade moderna, contando com o apoio dos sintetizadores e teclados de Reza Udhin no apoio ao refrão forte. Criativo!
"Labyrinth" uma canção na cadência cortante do post-punk traduz grande energia e conversões nada óbvias entre as estrofes, exigindo grande versatilidade no fraseado vocal para a intrincada métrica. O peso dos acordes rascantes das guitarras alia-se ao andamento desenvolvido pelo baixo de Glover em dub, traduzindo à ralentada melodia a variação dinâmica necessária para apoiar a força do refrão. Perfeito momento do show!
Além desses sucessos, na histórica apresentação da banda, constaram do setlist canções como "Asteroid", "The Wait" e para o emblemático bis clássicos como "Wardance" e "Pandemonium".
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