O Progressive Rock de Pain of Salvation em São Paulo
Publicada em 02, May, 2018 por Marcia Janini
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Na noite de domingo 29 de abril a banda sueca Pain of Salvation apresentou-se no Carioca Club em São Paulo, trazendo os grandes sucessos de seus 20 anos de carreira em aproximadamente duas horas de muita música.
Iniciando a apresentação por volta das 20h15, ao som da densa "Full Throttle Tribe", com elementos da sonoridade dark wave em sua introdução cadenciada determinada pela possante bateria de Léo Margarit e vertiginosas variações dinâmicas, a canção descende para introspectivo momento onde o vocal suave de Daniel Gildenlöw traduz à letra charmoso ar desalentado, com delicadeza ímpar. Ascendendo novamente para o frenético andamento do heavy metal em guitarras de tonalidades rascantes e bateria dissonante, o show já principia com momento ousado e diferenciado.
Para o grande hino "Reasons", entoado em uníssono pelo público na introdução em bom momento de sinergia palco/platéia, surge mais uma melodia criativa, repleta de breaks estratégicos, apoiando a força do contundente e furioso refrão. A melodia, pautada no heavy metal com esparsos elementos doom nas conversões determinados pelo baixo de Gustaf Hielm, alia-se com propriedade à letra urgente.
Na balada "Meaningless", mais uma canção com fortes referências dark determinadas pela explosiva bateria cadenciada, ascendendo em cascatas de pura dinâmica aliadas ao potente vocal de Gildenlöw, que imprime com maestria a apaixonada urgência da letra, apresenta ainda rascantes riffs das guitarras distorcidas de Johan Hallgren e Daniel Gildenlöw em tonalidade alta, em uma canção extremamente vibrante. Great!
"Linoleum", na suavizada cadência do hardcore pop com elementos do heavy nos refrões, apresenta descontraído e leve momento, interrompendo por instantes a aura de peso e fúria tenaz do show. Bom momento!
O hit "Hope Ends" traduz a energia e vitalidade do heavy em palhetadas vigorosas das rascantes guitarras de Hallgren e Gildenlöw na introdução, sintetizadores aliam-se à bateria na condução do andamento de movimentos diferenciados, emprestando a ambientação de esparsos acordes e samplers, em um excelente trabalho de Daniel "D2" Karlsson, tornando este mais um especial instante da apresentação.
A densa "Beyond the Pale", de andamento constante e cadência linear no hard rock de linhas clássicas, abre esparsos elementos da sonoridade dark wave mais uma vez determinada pelos nórdicos tambores da bateria, cadenciados e vigorosos. Nota para a performance individual de Gildenlöw, em seu perfeito vocal de tonalidade suave, apresentando modulações complexas em uma das melhores execuções da noite. Amazing!
Melodiosa "Kingdom of Loss" com charmoso andamento ralentado na introdução e fraseado vocal pausado, em divisões silábicas diferenciadas, traduz certa aura declamatória aliada aos primorosos e doces acordes do teclado em uma composição diferenciada, traduzindo introspectiva tonalidade à vigorosa apresentação.
A explosiva e metaleira "Inside Out", com a bem marcada introdução da bateria permeada pelos esparsos acordes do teclado minimalista e rascantes riffs das distorcidas guitarras de Hallgren e Gildenlöw traduz mais um vital ponto do espetáculo. Descendendo para doces arranjos do teclado em pianíssimo e romântica tonalidade vocal de Gildenlöw segundo movimento da canção, em suavidade ímpar para vertiginosamente ascender ao urgente terceiro movimento, de tonalidade passional e ambientação vigorosa, a canção reproduz com propriedade a criatividade do progressive rock da atualidade.
Além dessas canções, mais sucessos da banda como "Silent Gold", "Inside" e "The Passing Light" constaram do repertório da apresentação.
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