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Coberturas de shows

Primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2018

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Publicada em 30, Mar, 2018 por Marcia Janini


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Entre os dias 23, 24 e 25 de março o Autódromo de Interlagos abrigou a edição anual do festival Lollapalooza no Brasil. Trazendo os mais variados estilos musicais em quatro palcos distintos, repletos de atrações musicais agradando a todos os gostos e contabilizando público de cerca de 120 mil pessoas, mais de 30 horas de muita música e descontração além de outras atrações voltadas ao entretenimento dos visitantes, o festival apresentou recordes de público e apresentou várias inovações em relação à estrutura de edições anteriores.

O palco Perry´s by Doritos, voltado à música eletrônica, trouxe entre suas atrações performers e DJs como Alok, Snake, e Hardwell em celebradas performances.

Privilegiando a sonoridade indie com a presença de bandas e intérpretes nacionais e internacionais como Mallu Magalhães, Zara Larsson, Mano Brown e Wiz Khalifa, o palco Axe trouxe boa parte do que de mais atual se têm realizado em música.

Para o palco Onix, privilegiando a sonoridade street, artistas e grupos como LCD Soundsystem, David Byrne, Imagine Dragons, e Lana del Rey traduziram um belo recorte numa grande reunião de estilos dentro da música urbana.

Dedicado ao rock e suas vertentes o palco Budweiser trouxe nomes como Red Hot Chili Peppers, The National, Pearl Jam, Liam Gallagher e The Killers nas mais concorridas apresentações do evento.

No primeiro dia de festival, a atração do palco Ônix "Royal Blood" inicia sua apresentação por volta das 17h30 com a canção "Where are You Now?", trazendo sonoridade pautada no hard rock com bateria cadenciada, que determina com energia o andamento da canção. Riffs das guitarras em acordes encadeados traduzem ao refrão dinâmica diferenciada, marcando-o com intensidade em ousado atonalismo.

"I Only Lie When I Love You" apresenta breaks estratégicos que apoiam a força do refrão. A bateria cadenciada traduz elementos do punk rock/ hardcore no diálogo perfeito com as guitarras em riffs rascantes, aliando-se ao baixo em dub em interessantes finalizações.

A introdução em minimal dos sintetizadores ambienta a bela melodia para a enérgica "Hole in Your Heart", apoiado pela força contundente das guitarras distorcidas em solapados acordes.

Em "Out of the Black" a potente bateria cadenciada na introdução se une às enfurecidas guitarras distorcidas em afinação alta, traduzindo ao hardcore do andamento o peso de elementos heavy, em uma perfeita finalização para sua apresentação.

Ainda no palco Ônix a apresentação de LCD Soundsystem têm início às 19h30, com o hit "Daft Punk is Playing at my House", trazendo em seu bojo a funkeira batida carregada de groove do baixo em dub aliada ao dançante andamento da disco. O fraseado vocal descontraído de James Murphy apresenta já na primeira canção bom momento do show, divertido e descontraído. Primorosa, a percussão metálica de sonoridades próximas aos agogôs latinos traduz à composição aura divertida.

A eletrônica introdução de "Get Innocuous" exibindo reforço de bass na sonoridade minimal, alia-se à bateria eletrônica em cadência próxima ao industrial ascendendo à ambientação pautada no dark wave, em uma canção extremamente criativa e de grande valor estético.

Na techneira "Tribulations" esparsos elemtnos suavizadores em looping surgem permeando o fraseado vocal com distorção em crossover, para mais um bom momento da apresentação.

Trazendo a imponente aura retrô do synthpop com fundamentação no krautock alemão, aliado aos delicados skratches que pontuam com graça a melodia, elementos minimal surgem na encadeada melodia de "Someone Great".

Em mais uma canção embasada no synthpop os dançantes acordes desdobram-se com charme único em uma introdução descontraída, ambientando os vocais suaves, em uma balada eletrônica de extrema técnica para "Home".

Finalizando a apresentação, a excelente "Dance Yourself Clean" trazendo melodia que remonta longinquamente aos solos de derbak árabes em andamento e fraseado vocal e "All My Friend" com a potência retrô da sonoridade synthpop. Amazing!

No palco Axe entre às 18h30 e 19h30 Zara Larsson inicia sua apresentação com a execução de "Never Forget You", para em sequência entoar os primeiros acordes de "Sundown" na fusão entre o r&b e o rap em melodia dançante. Elementos da sonoridade latina permeiam com graça a atualíssima canção. Digna de menção a performance vocal da jovem cantora, em tonalidades enérgicas e cheias de vitalidade.

Para a marcante e forte batida do rap em fusão com a dance music em inspirada releitura para "Girls Like" (Tinie Tempah), Larsson esbanja carisma, ou sadia e sensualidade em sua interpretação.

A balada "Make That Money Girl", mais uma canção de impacto em momento introspectivo, apresenta cadenciado instrumental aliado ao piano em acordes firmes, permeando a densa melodia.

Suave, em delicados acordes do piano, "I Can´t Fall in Love Without You" traduz à balada toda a beleza do privilegiado vocal de Zara em belíssimo momento intimista do espetáculo.

Suavemente dançante, "I Would Like" na contagiante sonoridade do r&b traz fusão com elementos dance nas conversões ao refrão, em mais um ponto alto do show.

Além dessas canções, inspiradas releituras para "This One´s For You" (David Guetta), "Bodak Yellow" (Cardi B), e "Symphony" (Clean Bandit) são contempladas no repertório da apresentação.

Encerrando em grande estilo o primeiro dia do festival o Red Hot Chili Peppers se apresentou no palco Budweiser com início às 21h00.

Após a belíssima e técnica introdução em jam session instrumental, determinando charmosa aura blueseira no diálogo entre a guitarra melódica em dedilhados e o baixo em dub contando com o suave acompanhamento da bateria, a ágil "Can´t Stop" surge em seus primeiros acordes com a afretada bateria introdutória, descendendo para ralentado andamento, em uma melodia descontraída, permeada pelo brilhantismo do baixo nas conversões.

Em "Dark Necessities", acordes do teclado em sonoridade grave aliam-se ao potencial vocal de Anthony Kiedis ambientando a boa melodia, numa bela fusão entre rock, r&b e soul music, muito bem determinada pelo contundente baixo nas conversões ao refrão.

"Sick Love" apresenta em seu andamento suave e ralentado características de contemporânea balada, explorando sonoridade soul no refrão e no impecável fraseado vocal de Kiedis.

A emblemática "Blood Sugar Sex Magic" traduz ousadia nos acordes ágeis das guitarras distorcidas em apoio ao fraseado vocal declamado, denotando sua forte influência no rap e sonoridades street em suma das mais importantes canções do hardcore dos anos 90.

Irreverente "Hump the Bump" com seu groove contagiante bem pontuado pelo exímio baixo apresenta atmosfera dançante no andamento, em uma canção simples, porém de grande efeito, contabilizando mais um grande sucesso na carreira do RHCP e um ponto alto da apresentação, Perfeito!

Para "The Adventures of Rain Dance Maggie", em mais um groove perfeitamente bem executado pelo potente baixo em contraponto ao andamento ralentado desenvolvido pela bacteria, surge outro importante momento do show, contando com a segura interpretação vocal de Anthony.

Após a curta "Pea", traduzindo seu desalento em voz e violão e antecedendo a belíssima releitura para "Higher Ground" (Stevie Wonder), o show é encerrado com a sequência dos grandes sucessos "Under the Bridge" e "By the Way".

Reservados ao bis, outra inspirada jam session antecede as execuções da reflexiva "Goodbye Angels", finalizando com o grande hit "Give it Away".

Além destas canções, grandes clássicos como "Snow (Hey Oh)", "Otherside", "Californication" e "Aeroplane" constaram do bem escolhido setlist, que privilegiou várias fases da carreira da banda.


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