Novos Olhares no Retrô do Metrô
Publicada em 23, Aug, 2017 por Marcia Janini
Na noite da última terça-feira, 15 de agosto, o Teatro Porto Seguro em São Paulo recebeu em grande estilo Metrô, uma das bandas ícones do movimento da new wave nacional dos anos 80.
Subindo ao palco por volta das 21h15, trazendo show de sua turnê Olhar, que marca o retorno da banda após alguns anos de hiato, e os 30 anos de lançamento do álbum homônimo, Virginie Boutaud e banda já iniciam a apresentação ao som de "Dando Voltas no Mundo", canção da nova safra.
Com baixo em dub nesta dançante versão para "Mensagem de Amor" (Herbert Vianna) determinando o delicioso acento soul, que se alia ao andamento ralentado e à suave voz de Virginie remontando à bossa nova, esta canção traduz aura de elegante descontração.
Dividindo o palco com sua sobrinha e backing vocal Amanda Boutaud, Virginie e banda interpretam "A Gota" em toda sua genialidade açucarada e ingênua, explorando com ousadia a aura pueril num convite à alegria e descontração! Grande momento do show!
Emendando com a quente versão para "Lança Perfume" (Rita Lee/ Roberto de Carvalho), a banda segue descontraída, em total sinergia com seu público.
Em participação especial Rubens Jacobina sobe ao palco para a execução da sua divertida composição "Doutor Sabe Tudo" dividindo numa explosão de vitalidade os microfones com a sempre simpática Virginie.
Para "A Vida É Bela", canção em co-autoria com Jacobina, é explorada a ensolarada e calma cadência do reggae, em andamento constante e letra introspectiva. Com "A Novidade" (Gilberto Gil) como música incidental na finalização, apresenta mais um momento único no show.
George Israel realiza seu clássico solo de sax tenor na introdução de "Pintura Íntima" (Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens), em inspirado e animado cover, abrilhantando ainda mais o show com sua participação mais que especial.
Em momento intimista e belo da apresentação, fazendo-se acompanhar pela toada do violão, "Il Était Une Fois" Virginie relembra clássico de sua carreira com a banda Fruto Proibido, inovando na inusitada finalização com o firme acompanhamento da banda.
"Sândalo de Dândi" marca um dos pontos altos da apresentação. O andamento constante desenvolvido pela bateria e baixo em dub no contraponto, aliados ao teclado que permeia com graça e acentos etéreos a melodia, na típica fórmula pop 80´s, nos conduz de volta a esta época mágica, com simplicidade e propriedade. Perfeito!
Irreverentemente apresentando o clássico do cancioneiro popular "Mulher Rendeira" (D.P) como música incidental para a atômica "Stabilo", em meio à onda robótica explorada pelos sintetizadores e evoluções de palco de vocalista e banda à guisa de frenéticos robôs, numa explosão de energia e vitalidade, presenciamos um dos momentos mais irreverentes, criativos e divertidos do show, mostrando um pouco do que de melhor e mais ousado surgiu nos efervescentes anos 80. Great!
Na sequência, o hit "Johnny Love", integrante da trilha sonora do filme "Rock Estrela" (1985), em fidedigna versão à original, aponta na finalização excerto de "Me Dê Motivo" (Tim Maia), marcando sequência que contempla os maiores sucessos da banda.
Em "Olhar" os riffs da guitarra ascendente nas conversões ao refrão em cromatismos e cíclicos movimentos trazem um dos mais felizes momentos da performance de Alec Haiat , contando com o apoio do teclado em etéreos e profundos acordes... Digna de menção a empolgante finalização para esta canção, com aura de improvisada jam session.
Subindo ao palco em mais uma participação especial, a banda Autoramas surge repleta de peso e variações dinâmicas elaboradas com a roqueira "Você Sabe", incendiária no andamento frenético da bateria, no sintetizador em futurista looping e nos rascantes acordes da guitarra explorando o mais pesado heavy metal, ascendendo para uma dançante sonoridade. Inusitado, divertido, criativo... Demais!!!!
Trazendo o rockabilly 60´s em sua roupagem 80´s, a deliciosa "Cenas Obscenas" surge como mais um bom momento do show, ainda com a participação dos membros do Autoramas.
Mais um inusitado momento do show, o cover de "Índios" (Legião Urbana) com a surpresa do lamento indígena em sampler na finalização antecede o hit "TiTiTi", tema da homônima novela televisiva sucesso nos anos 80, e executada em fidedigna versão.
Para o momento do bis com a participação dos artistas convidados, os hits "Tudo Pode Mudar" e "Beat Acelerado" encerraram a noite em festivo clima de descontração.
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