Novas Aventuras da Blitz
Publicada em 16, Jan, 2017 por Marcia Janini
Na última sexta-feira, 13 de janeiro, a emblemática banda Blitz, ícone da new wave carioca dos anos 80, se apresentou no Teatro J.Safra em São Paulo para o lançamento de seu mais recente álbum "Blitz Aventuras II", trazendo canções atuais além dos grandes clássicos da carreira.
Iniciando a apresentação com "Baile Quente", na cadência gostosa do groove 70's, com todo o calor dançante da soul music, a banda demonstra já nos acordes iniciais sua excelente forma.
Na sequência "Estrangeiro Aventureiro", mais uma canção do novo álbum, traz o acento latino da rumba, mesclado ao soft rock... Divertido!!!!
Ao som dos teclados introdutórios, as vocalistas Andréa Coutinho e Nicole Cyrne iniciam a execução da clássica "Betty Frígida", em versão fidedigna à original, num fabuloso retorno à irreverência dos loucos e criativos anos 80. Great!
"Carro do Raul", com sua letra irreverente, traduz na cadência do rockabilly mais uma atemporal canção. As backings vocals nas finalizações do refrão realizam modulações poderosas, com um delicioso acento sensual.
A gaita de Evandro Mesquita reina soberana na introdução da clássica "Cruel Cruel Esquizofrenético Blues", canção censurada nos anos 80, constando do primeiro álbum da banda. Momento histórico da apresentação, ao som do blues rasgado, melancólico e visceral. Ascendendo para um andamento frenético de ragtime na finalização, a ralentada melodia revela-se um importante ponto da apresentação.
Inspirando-se em famoso reality show televisivo, o ensolarado reggae de "Nu na Ilha" surge seguido por "Dali de Salvador", mais uma canção que traduz em sua melodia acentos da sonoridade latina como o calipso na fusão com o rock de linhas hard. Interessantíssimo!!!
Para "Pode Ser Diferente" a ambientação suave da batida de bolero surge como rico diferencial para a letra introspectiva, que realiza a reflexão de dilemas da atualidade de forma inteligentemente irreverente.
Ponto alto da apresentação "Chacal Blues", com a participação especial de Vasco Faé na gaita blueseira, traduz ao show o refinamento do blues clássico aliado à ousadia da letra satírica, num dos momentos mais intimistas do espetáculo. Perfeito!
Após a execução da clássica "A Dois Passos do Paraíso", Evandro e troupe emendam os primeiros acordes de "Coração de Equilibrista", que traz no instrumental o andamento malemolente do cha-cha-chá, na fusão com os riffs marcantes da guitarra roqueira. Mais bons momentos do espetáculo.
Em versão fidedigna, o cover para "Aluga-se" (Raul Seixas) antecede mais uma das pérolas da carreira, a descontraída "Weekend" seguida pelo grande sucesso "Geme Geme" apresentando "País Tropical" de Jorge Ben Jor como canção incidental na finalização.
Além destas canções, constaram também do setlist canções atuais como "O Rei do Gatilho", releitura para o clássico de Moreira da Silva, onde o samba de partido alto cede lugar ao reggae, bem como os hits "Egotrip", "Biquíni de Bolinha Amarelinha" com "Preta Pretinha" (Morais Moreira) como música incidental e "Você Não Soube Me Amar", resultando em um divertido espetáculo, onde o mote da noite foi a descontração e irreverência, em meio à ousadia criativa deste grupo, que ao reinventar-se, trouxe de volta todo um estilo de ser e estar na música. Great!!! E que venham muito mais aventuras dessa banda genial...
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