Charme e Swing do R&B em São Paulo: Simply Red
Publicada em 17, Mar, 2016 por Marcia Janini
Na noite da terça-feira 15 de março, o Citibank Hall rendeu-se ao charme de uma das mais influentes bandas de r&b dos anos 80, o Simply Red para mais um show da Big Love Tour, contando com a lotação esgotada da casa de espetáculos, em mais um grande show.
Após vídeo introdutório onde imagens fotográficas e trechos de videoclipes realizaram a retrospectiva histórica da banda, eles sobem ao palco por volta das 22h00, sob forte ovação da plateia...
Privilegiando logo no início da apresentação três de seus grandes sucessos, o show já principia bem temperado e dançante, em grande estilo com as execuções de "Look At You Now", "A New Flame" e "Never Never Love".
Suavizando por instantes a efusiva apresentação "Night Nurse" traduz a cadência sensual e malemolente do charm para o show, em acordes de extrema elegância e refinado gosto estético.
O reggae gostoso e ensolarado para a introdução de "Thrill Me" surge num convite à dança e descontração. O sax tenor surge brilhante nas conversões ao refrão, permeado com graça e leveza pelo teclado frenético na cadência do blues. Perfeito!
Prosseguindo numa apresentação linear e bem executada até aos mínimos detalhes, os grandes hits "For Your Babies" e "Holding Back the Years" ditaram a tônica de romantismo do show, determinando um dos maiores pontos de sinergia e comunicação palco/platéia.
Em uma bem temperada releitura para o clássico "It´s Only Love" de Barry White, a funk melody suavemente dançante traduz todo um colorido especial ao show, seguido pela blueseira "Your Mirror" de acordes suaves, explorando andamento ralentado bem pontuado pela cadenciada bateria e baixo em dub realizando o contraponto. O solo da guitarra em riffs arrebatadores na finalização da canção brilha absoluto.
Um dos pontos mais importantes da apresentação surge na execução da brilhante "Stars". Composição de acento atemporal, brinca com as sonoridades do r&b em acordes perfeitos, emoldurados pelos solos instrumentais de teclado nas conversões. O frontman brilha em sua inspirada interpretação, repleta de trinados e solfejos de extrema complexidade técnica, desempenhando com grande desenvoltura a execução vocal da canção.
O andamento cheio de swing de "The Right Thing" também surge para mais uma demonstração da técnica e carisma desse grande intérprete, que realiza evoluções vocais passeando por profundas variações dinâmicas sem perder o tom, determinando a cada fonema na métrica uma aura toda especial, personalizada.
A delicada "Sunrise" traz nos arranjos precisos do teclado bem pontuado elementos esparsos da era disco, determinando leveza à canção, que explora tonalidades medianas e contornos em minimal.
A dançante "Fairground", numa bem sucedida fusão entre o r&b, as sonoridades latinas e a emergente dance music dos anos 90, aparece revisitada em acordes suavizados, com ênfase no andamento rumbeiro, em mais um bom momento do show.
Para o momento do bis, gratas surpresas foram reservadas, como o clássico 80´s "Money´s Too Tight (To Mention)", "Ain´t That a Lot of Love", versão para o clássico de Homer Banks (incluída recentemente no setlist da turnê), "Something Got Me" e encerrando a apresentação, o hit "If You Don´t Know Me By Now" (Harold Melvin & The Blue Notes).
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