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Festa de Todos os Tons, para Todas as Tribos: Lollapalooza 2016

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Publicada em 15, Mar, 2016 por Marcia Janini


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Nos dias 12 e 13 de março, o Autódromo de Interlagos abriu suas portas para a edição 2016 do festival Lollapalooza, que contabilizou a presença de um público de aproximadamente 130 mil pessoas distribuídas nos dois dias do evento.

Além das variadas atrações, bandas trazendo o inovador, as atualidades da música, apresentaram-se em quatro palcos dispostos no autódromo.

Uma das principais atrações do festival no palco Skol foi o punk rock vigoroso e clássico do Bad Religion, que em suas letras repletas de crítica social e grande peso dinâmico nas melodias refletiu mais uma vez os anseios por um mundo melhor, mais justo.

Com sua costumeira explosão de vitalidade e energia, a banda realizou um dos shows mais intensos do festival. Irreverentes e ousados, colocaram suas guitarras distorcidas para incendiar as melodias de andamento frenético e a bateria, em cadência alucinante, desempenha seu papel na maestria de seu condutor, que deu um show à parte em agilidade e técnica.

A atração Cold War Kids sobe ao palco Axe por volta das 17h15, trazendo um indie rock moderno, atual, cheio de atitude.

Em uma das canções apresentadas, com a deliciosa e ousada bateria cadenciada remontando às bandas marciais no encadeamento de notas, aliam-se as guitarras em fúria, distorcidas.... Como contraponto interessante, o toque minimal determinado pelo teclado, marotamente displicente.... Inovador...

Outra canção traz cadência próxima à sonoridade do reggae na condução da bateria alquebrada, permeada pela guitarra roqueira em acordes soltos, solapados, numa interessante fusão de estilos... Com variações dinâmicas simples e descontraídos vocalizes, a canção flui leve em um bom momento do show.

Mais uma interessante melodia, com o apoio do teclado em acordes densos, graves, vigorosos, contrasta com a delicada estrutura em rondó da melodia.... Elementos extraídos do progressive, fundem-se ao hard rock determinado por vocal e guitarras distorcidas, demonstrando a enorme versatilidade da banda. Great!

Em acordes densos, profundos na sonoridade das guitarras, canção surge traduzindo na introdução velada aura dark... Os dobrados da bateria nas conversões ao refrão e o bem posicionado vocal, urgente, remontam ao indie 80´s, sem abrir mão da modernidade.

Pautando-se no hard rock clássico dos anos 70, a celebrada atração Tame Impala realiza uma das mais bem sucedidas apresentações do festival.

Trazendo elementos do country rock, heavy e progressive, suas canções pautaram-se pela virtuosidade na condução instrumental e estética vocal ímpar, onde às guitarras distorcidas em afinação alta, fundiram-se o peso da bem conduzida bateria, sustentando a força dos refrões em breaks estratégicos muito bem posicionados.

Nota para a magistral participação dos teclados, em acordes ricos, de notas suspensas e graves profundos, permeando de éterea atmosfera cada canção apresentada.

No segundo dia de apresentações, o "Twenty One Pilots" empolga o público com sua animada e bem temperada fusão de estilos. Hard rock, r&b, country e reggae se fundem num conjunto harmonioso, onde o mote é a música, que surge orgânica, intensa, mesmo entre nuances dinâmicas suaves.

Nota para a boa melodia que traduz na força dos sintetizadores densidade com o delicioso toque de arpejos orquestrais remontando ao andamento dançante da disco, acenando para o fraseado ralentado e malemolente do hip hop. A simples estrutura cíclica aproxima a música dos dias atuais, contando ainda com o vocal muito bem colocado e ousado do frontman. Intenso!

Suave, o teclado do sintetizador ensaia uma doce melodia para a canção, que verticaliza em intensidade, determinada pela forte bateria, prenunciando a explosão dance que viria a seguir. Cheios de ritmo, descontração e leveza, a banda marca com propriedade sua passagem pelo festival.

Albert Hammond Jr. e banda trazem um hard rock vigoroso para o palco Axe, onde excertos de estilos como o r&b, blues e soul encontram amparo no vigoroso berço do rock, em melodias animadas. Com destreza, graça e elegância o intérprete conduz uma apresentação onde o bom gosto na combinação de estilos tão variados ditam a tônica da descontração.

Nota para a perfeita canção de encerramento pautada no post punk, onde às guitarras frenéticas alia-se a exímia bateria cadenciada, típica da sonoridade 80's, numa das canções mais ousadas de sua apresentação. Baixo em dub de acordes profundos encerra em seu bojo o perfeito contraponto às enfurecidas e altas guitarras. Onde o clássico e o moderno se aliam... Great!

Subindo ao palco Skol por volta das 18h00... Noel Gallagher e banda trazem um pop rock delicioso de ouvir... Com nuances de hard, pitadas de heavy e um apurado gosto estético, o compositor e intérprete brilha, demonstrando um grande amadurecimento em sua carreira, demonstrado em canções sólidas, num namoro intenso entre as sonoridades do post-grunge e vertentes clássicas, como o soul e o blues.

Nota para seu vocal, fugindo ao óbvio, passeando por nuances agudas de extrema leveza e complexidade sem descambar no pedantismo. Evolução é o que podemos dizer deste grande artista, que volta os olhos ao passado sem abrir mão dos recursos atuais disponíveis em suas composições, mantendo uma delicada aura retrô sem afastar-se do novo.

A bateria bem conduzida, em suave acompanhamento, determina o balanço gostoso do r&b, ambientando a guitarra blueseira, de notas encadeadas em grande charme e estilo. Baixo em dub surge poderoso nas finalizações ao refrão. O excelente duo de metais traduz o charme das big bands para as canções suaves, de andamento charmosamente ralentado, num convite à reflexão. Teclado em dissonância surge permeando as canções de andamento mais acelerado com grande propriedade e elegância, numa bela apresentação.

Além destas apresentações, muitas outras bandas e intérpretes de estilos variados ligados à sonoridade pop se apresentaram nas cerca de 24 horas de festival como Eminem, Eagles of Death Metal, Mumford & Sons, Halsey, Marina and the Diamonds, Alabama Shakes e Planet Hemp.

Voltada à música eletrônica e vertentes street, o palco Trident trouxe alguns dos mais renomados DJs e intérpretes da atualidade, em performances inspiradas e descontraídas. Dessa forma, nomes como Matthew Koma, Al Grime, Kaskade, Karol Conka, Jack Novak, Duke Dumont e Emicida constaram do line up de apresentações.


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